65ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 3. Química Analítica |
ANÁLISE DO PH DE ENXAGUATÓRIOS BUCAIS COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE MURIAÉ – MG |
Irene Laysa Demolinari Demarque - Graduando em Biomedicina – FAMINAS MG Thais Maciel de Sousa - Graduando em Biomedicina – FAMINAS MG Lorena Agostini Maia - Graduando em Biomedicina – FAMINAS MG Adriana de Freitas Soares - Msc. em Ensino de Ciências da Saúde pela UNIPLI, Niterói-RJ; prof. na FAMINAS-MG |
INTRODUÇÃO: |
O uso dos enxaguatórios bucais remonta a meados de 1800 e foi se consolidando com o tempo devido às dificuldades com os métodos de higiene oral mecânica, pois são de uso fácil, refrescante, possuem acesso às bactérias mesmo em áreas de maior dificuldade e palatabilidade. Sabe-se que a cavidade bucal dos humanos é habitada por aproximadamente de 600 a 700 espécies microbianas incluindo bactérias, fungos e vírus. Este aglomerado microbiano, atualmente definido como biofilme dental, é o principal agente etiológico das patologias bucais, incluindo a cárie. Sendo assim, faz-se necessária a remoção da placa bacteriana para prevenção e controle da cárie. Frente às limitações dos métodos mecânicos de higiene, agentes antimicrobianos em forma de enxaguatórios bucais são amplamente utilizados no controle dessa placa, auxiliando os métodos mecânicos de remoção e diminuindo o número de micro-organismos patogênicos na cavidade oral. Apesar de soluções de fluoreto de sódio (NaF) em pH neutro apresentar resultados favoráveis, a ação do flúor tópico em pH acido é mais efetiva, devendo-se assim os enxaguatórios bucais, ter seu pH ajustados para o pH ácido, entretanto um pH abaixo de 5,5 , tem efeito corrosivo aos tecidos dentais, sendo pH ideal na faixa de 5,5 a 7. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial erosivo a partir da análise do pH de enxaguatórios bucais disponíveis em Muriaé – Minas Gerais. |
MÉTODOS: |
A amostra foi composta por cinco enxaguatórios bucais comercializados na cidade de Muriaé - Minas Gerais. As amostras foram codificadas em A, B, C, D e E. A avaliação do pH foi realizada mediante uso do pHmetro previamente calibrado com soluções tampão padrão com pH 4,0 e 7,0. Para tanto, foram utilizadas amostras de 25 mL das soluções e executadas três medições para cada componente líquido logo após a abertura da embalagem em temperatura ambiente. O pH final foi calculado pelo valor médio dos valores obtidos. As amostras foram classificadas em potencialmente erosivas quando apresentarem pH abaixo de 5,5 e potencialmente não erosivas quando apresentarem pH acima de 5,5. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Os valores de pH dos enxaguatórios bucais analisados das amostras A, B, C, D e E foram respectivamente 5,56; 3,38; 5,25; 5,21 e 6,15. Todos os enxaguatórios bucais apresentaram pH ácido, mas somente as amostras A e E dos enxaguatórios bucais analisados foram classificadas como potencialmente não erosivas pois obtiveram valores de pH dentro da variação utópica, que é entre 5,5 e 7,0. As amostras B, C e D foram classificadas como potencialmente erosivas por apresentaram pH inferior ao considerado critico para a dissolução do esmalte do dente (5,5). O processo de erosão e o fenômeno carioso, apesar de promover desmineralização das estruturas dentárias, dificilmente ocorrem ao mesmo tempo. Porém dependendo da freqüência de exposição a ácidos e do grau de erosão, a associação desse fenômeno à microbiota oral poderia levar a predisposição à carie. Assim, o uso desses enxaguatórios potencialmente erosivos promoveria a instalação da cárie. No estudo de Corso et al (2004), dos 11 produtos que formaram a amostra, 7 apresentaram pH abaixo de 5,5. Esse achado corresponde a um valor próximo ao encontrado no presente estudo. |
CONCLUSÕES: |
Com base na metodologia adotada, as amostras apresentaram valores de pH em intervalo de variação entre 3,18 e 6,15, sendo que em 60% das amostras investigadas tais valores encontraram-se abaixo do valor critico para dissolução do esmalte do dente, podendo apresentar efeito corrosivo aos tecidos dentais. |
Palavras-chave: biofilme dental, corrosão dos tecidos dentais, potencial de erosão. |