65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
Monitoramento Populacional de Mahanarva fimbriolata (Stål, 1854) (Hemiptera: Cercopidae) Utilizando o Controle Químico e Microbiano.
José Rosildo Tenório dos Santos - Graduando em Agronomia - CECA/UFAL
Natanael Silva Batista - Graduando em Agronomia - CECA/UFAL
Támires Maria Cavalcante da Silva - Graduanda em Agronomia - CECA/UFAL
Renan Vieira de Aquino - Graduando em Agronomia - CECA/UFAL
Sônia Maria Forti Broglio - Profa. Dra./Orientadora - Depto de Entomologia -CECA/UFAL
INTRODUÇÃO:
A cana-de-açúcar é uma das culturas em maior expansão no cenário agrícola brasileiro. Nos últimos anos nota-se que uma nova política de cultivo vem sendo adotada pelo setor para se adaptar às demandas de alta produtividade, competitividade e respeito ao meio ambiente (GARCIA, 2010). Todavia, apesar da expansão dessa cultura, sua produção é prejudicada pela incidência de pragas, das quais se destaca a cigarrinha-da-raiz da cana-de-açúcar Mahanarva fimbriolata (Stål, 1854) (Hemiptera: Cercopidae) sendo capaz de dizimar canaviais quando não são tomadas medidas apropriadas de controle.
Os danos causados pela cigarrinha-da-raiz além de reduzir a produtividade de colmos, altera a qualidade tecnológica da cana-de-açúcar, utilizada como matéria-prima na indústria, reduzindo o teor de açúcar nos colmos e aumentando o teor de fibra (GONÇALVES et al., 2003;DINARDO-MIRANDA & GIL,2007).
Dentre as estratégias utilizadas para controle dessa praga citam-se os controles, químico com o Imidacloprido (Evidence® 480 SC) um inseticida da classe dos neonicotinoides que causa perdas na coordenação muscular do inseto, bem como o controle microbiano com o fungo Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin, eficiente no combate à praga.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O trabalho objetivou avaliar a eficiência do fungo M. anisopliae (cepa IBCB 425; formulação granulada 10,0 kg.ha-1) e do inseticida Imidacloprido (Evidence® 480 SC) (1,0 L.ha-1) no controle de M. fimbriolata em área de cultivo de cana-de-açúcar.
MÉTODOS:
O trabalho foi executado em área de cultivo de cana-de-açúcar pertencente à Usina Santa Clotilde S.A., situada no município de Rio Largo, AL, no período compreendido entre agosto de 2011 e julho de 2012. Sendo cada área de cultivo composta por 7 ha , cultivadas com a variedade de cana-de-açúcar RB 92579.
Os tratamentos utilizados foram: T1- controle microbiano com o fungo M. anisopliae (cepa IBCB 425; formulação granulada 10,0 kg.ha-1), T2- Controle químico com inseticida Imidacloprido (Evidence® formulação líquida, 1,0 L.ha-1) e T3- testemunha (ausência de tratamento).
As aplicações dos produtos químico e biológico foram realizadas por via aérea, quando favoráveis às condições ambientais para voo da aeronave. O monitoramento populacional da praga procedeu-se por amostragem em campo, utilizando como parâmetro 2 pontos de 5 m lineares/ha. Os dados foram obtidos a partir da soma de ninfas e adultos da cigarrinha da raiz por 5m linear e analisados estatisticamente com o auxilio do programa SAS (SAS Institute 1999-2001) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No levantamento realizado 15 dias após as aplicações, observou-se um aumento nas médias de infestação, em relação ao levantamento em pré-aplicação para os três tratamentos, não havendo diferença estatística entre os tratamentos de acordo com o teste de Tukey a 5% de probabilidade. No levantamento realizado 30 dias após a aplicação, é notória uma redução nas médias encontradas, demonstrando uma melhor atuação dos controles químico e biológico, porém, não diferindo entre si estatisticamente. Contudo, no levantamento realizado 45 dias após as aplicações observou-se redução na população da praga. Porém, a média encontrada no tratamento com o fungo diferiu estatisticamente das demais nos tratamentos químico e a testemunha.
CARVALHO (2007) em seu trabalho com cigarrinha da raiz no estado de Alagoas, utilizando os controles, químico com o inseticida sistêmico Evidence® 480SC (1,5 L.ha-1) e biológico com M. anisopliae (Cepa PL 43; formulação granulada 10,0 kg.ha-1 e 20,0 kg.ha-1) observou que os tratamentos 45 dias após a aplicação dos produtos, por via aérea, não diferiram entre si pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis a 5%.
CONCLUSÕES:
Os levantamentos populacionais de M.fimbriolata realizados com 15 e 30 dias após a aplicação do fungo M. anisopliae e do inseticida Imidacloprido (Evidence®) não demonstram diferença estatística entre os tratamentos.
Com 45 dias após a aplicação houve redução significativa nos níveis populacionais da praga entre os tratamentos estudados, havendo diferença estatística entre o controle microbiano e o químico.
Apesar do controle microbiano ter diferido estatisticamente dos demais, não se pode concluir que o controle químico foi o melhor, visto que as médias encontradas, quando comparadas às médias da testemunha, demonstraram que não houve diferença significativa ao nível de 5 % de probabilidade de acordo com o teste de Tukey.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar, Mahanarva fimbriolata, Metarhizium anisopliae.