65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 1. Biologia Molecular
CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE PROTEÍNAS TOTAIS DE SEMENTES DE TRÊS ECÓTIPOS DE CAJUEIRO POR MEIO DA ELETROFORESE UNIDIMENSIONAL (SDS-PAGE) VISANDO ANÁLISE PROTEÔMICA.
Crislay Maria Pereira Fontenele - Graduanda em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
Vitória Virgínia Magalhães Soares - Mestranda em Biotecnologia pela Universidade Federal do Ceará – UFC
Flávia Muniz de Mesquita - Graduanda em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
João Garcia Alves Filho - Doutor em Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará – UFC
Rodrigo Maranguape Silva da Cunha - Prof. Dr./Orientador - Dpto. de Biológia da Univ. Estadual Vale do Acaraú – UVA
INTRODUÇÃO:
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta tropical pertencente à família Anacardiaceae, que compreende 60-74 gêneros e 400-600 espécies, sendo cultivado em quase todos os países tropicais do mundo. No Brasil sua área de maior cultivo, situa-se no Nordeste, desenvolvendo-se bem em ambiente semiárido. O sucesso do seu cultivo, em diferentes ecossistemas, depende de produções que incluam genótipos adaptados às condições de clima e solo. Devido à sua variabilidade genética, o cajueiro tem sido agrupado em dois tipos, comum e anão, denominado em função do porte. Os primeiros clones comerciais de cajueiro do tipo anão-precoce foram o CCP 76 e CCP 06 e permitiram o aumento da produtividade e melhoria da qualidade da castanha para a indústria. O Clone FAGA 11, em condições de sequeiro é considerado como bom produtor de castanha onde, o peso médio da castanha seca da amêndoa e do pedúnculo são 10,6 g, 3,11 g e 63,9 g, respectivamente. Pesquisas envolvendo componentes do caju incluem, por exemplo, a Proteômica, que visa caracterizar um conjunto de proteínas expressas em um dado momento, além de estudar modificações pós-traducionais, atividades, estruturas e interações proteína-proteína.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho tem como objetivo validar a metodologia para os diferentes ecótipos de cajueiro, sendo eles o cajueiro comum, CCP 76 e FAGA 11 tornando-os compatíveis com eletroforese bidimensional e comparar o perfil protéico pela SDS-PAGE.
MÉTODOS:
A extração de proteínas foi feita de acordo com Damerval (1986). Brevemente, os endospermas de caju foram delipidados com acetona. À farinha da semente foi acrescido de tampão piridina-SDS e polivinilpolipirrolidona (PVPP) na proporção de 1:2:40 por 30 min. Posteriormente as amostras foram centrifugadas e ao sobrenadante foi adicionado 4 volumes de acetona/TCA 10 %. As proteínas precipitaram a -20°C durante uma noite. Em seguida, o pellet foi lavado com 1 mL de acetona, seguido pela ressuspensão com 100 microlitros de uréia 7M/ tiouréia 2M. Esse material foi quantificado de acordo com o método de Bradford (1976) utilizando a albumina de soro bovino como padrão. Para avaliar o perfil de proteínas assim como a qualidade das amostras, foi feita eletroforese unidimensional em gel de poliacrilamida a 12,5 % em presença de dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) corado com azul de Comassie.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O método de extração teve êxito obtendo amostras de elevada qualidade, ideais para estudos com eletroforese bidimensional (2DE) e a quantificação de proteínas totais de amêndoas de diferentes genótipos de cajueiro utilizando o método de Bradford (1976) demonstrou uma concentração de 12,5 microgramas por microlitros (cajueiro comum), 9,88 microgramas por microlitros (CCP 76) e 6,61 microgramas por microlitros (FAGA 11). Estudos apontam que um dos primeiros desafios para obtenção de amostras de qualidade para análises posteriores ocorre na etapa de extração, onde um protocolo eficiente se faz necessário. Análises em SDS PAGE são ideais para demonstrar diferenças entre as bandas protéicas das diferentes amostras analisadas, evidenciando que há possíveis variações protéicas. Não foram encontradas diferenças significativas no padrão de proteínas de sementes quiescentes de cajueiro comum e anão-precoce. No entanto, deve-se considerar que uma banda de 97 KDa e outra de 30 KDa mostraram-se ligeiramente mais evidente em FAGA.
CONCLUSÕES:
Com base nos resultados obtidos, conclui-se que, embora os ecótipos de cajueiro escolhidos apresentem diferenças morfológicas como o porte ou tamanho da castanha, elas expressam basicamente as mesmas proteínas. Além disso, a metodologia foi eficiente na obtenção de amostras com concentração e grau de pureza adequada para análises posteriores por eletroforese bidimensional.
Palavras-chave: Cajueiro, Ecótipos, SDS-PAGE.