65ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
REFORMA EDUCACIONAL EM MINAS GERAIS: O PERFIL DOS COORDENADORES DE GRUPO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL – GDP – NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA
Marina Ferreira de Souza Antunes - Profª da Faculdade de Educação Física - UFU e Doutoranda do PPGE/UFJF
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho é parte da tese de doutorado, cujo objetivo geral é descrever, analisar e interpretar o projeto Escolas Referência, implementado pela Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais - SEEMG. Especificamente trata da política de formação continuada que subjaz o Projeto Escolas Referência adotado pelo governo mineiro a partir do ano de 2004. Apresenta os dados coletados após aplicação de um questionário junto aos professores que foram ou são coordenadores de Grupos de Desenvolvimento Profissional – GDP. Por meio desse questionário foi possível identificar os agentes responsáveis pelo processo de implementação desta política nas escolas. Apresentamos os dados coletados quanto aos seguintes aspectos: sexo, idade, nível de formação, tempo de atuação no magistério e na Escola Referência, instituição em que fez a graduação e dificuldades para participar de programas de formação continuada.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Descreve parte da tese, cujo objetivo geral é descrever, analisar e interpretar o projeto Escolas Referência, implementado pela SEEMG. Abrangendo, especificamente, o projeto de desenvolvimento profissional dos educadores; apresenta o resultado da pesquisa empírica, coletada por meio de questionário, descrevendo o perfil dos coordenadores dos Grupos de Desenvolvimento Profissional.
MÉTODOS:
A partir dos documentos que foram coletados na Superintendência Regional de Ensino de Uberlândia, foi possível identificar os coordenadores de GDPs, desde 2004, num total de 104 coordenadores. Na visita às escolas participantes do Projeto identificamos os professores que ainda continuam em exercício na escola, os que haviam exonerados ou saído da escola (21), aqueles que já haviam se aposentado (11), alguns de licença médica ou para capacitação (08) e inclusive um que havia falecido, bem como os coordenadores que ocupam cargo de supervisão escolar, vice direção ou direção escolar, atualmente. Foram encontrados 63 coordenadores, desses, 56 responderam ao questionário e 7 se recusaram a responder. Juntamente com o questionário, que constava de 25 questões (fechadas e abertas) foi entregue o termo de livre consentimento, no qual pedimos o consentimento para utilizar os dados coletados, salientando que a identidade deles seria preservada. Alguns responderam o questionário neste momento da visita e outros marcaram um outro dia para recolhê-lo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os dados coletados nos permitiram apontar o seguinte perfil dos coordenadores de GDPs: Identificamos que 68% dos que responderam ao questionário são do sexo feminino e 32% masculino. A idade varia entre 29 anos e 60 anos, sendo que três não responderam esta pergunta. Quanto ao nível de formação a grande maioria fez pelo menos uma especialização (71%), apenas 16% possui somente a graduação e 13% tem o título de mestre. Com relação ao tempo de atuação no magistério encontramos um quadro de profissionais experientes, o menor tempo foi de 5 anos e registramos 32% que trabalham no magistério há mais de 25 anos. Em relação ao tempo em que estes profissionais atuam na Escola Referência identificamos que a maior parte deles estão há muito tempo na mesma escola, 30% entre 5 e 10 anos e 30% entre 21 e 25 anos. Ao serem questionados com relação à instituição em que fez a graduação 64% responderam que foi em uma instituição pública, 25% na particular e 11% deixaram em branco. Dentre as dificuldades apontadas para participar de programas de formação continuada as mais recorrentes foram: falta de tempo, de incentivo financeiro, sobrecarga de trabalho, dificuldade para a escola liberar, distância entre o que é trabalho na formação e a atuação na escola e o período em que é oferecida a formação.
CONCLUSÕES:
Mesmo se tratando de escolas que trabalham com as series finais do ensino fundamental e escolas de ensino médio, há uma prevalência das mulheres na coordenação dos GDPs, considerando que nestes níveis de ensino existe uma grande quantidade de homens que atuam no magistério, principalmente, se comparado com as series iniciais do ensino fundamental, onde o predomínio é feminino. Podemos afirmar que a maioria dos coordenadores são professores experientes, pois tem mais de 25 anos de magistério e que entre os coordenadores de GDP a rotatividade é baixa, uma vez apenas 5% trabalham a menos de 4 anos na escola e o restante tem acima de 5 anos trabalhando na mesma ER. As instituições públicas são as maiores responsáveis pela formação inicial desses coordenadores. Em relação às dificuldades para participar de programas de formação continuada apresentadas pelos coordenadores, podemos inferir que a SEEMG precisa investir em programas de formação dentro da carga horária dos professores e que contemplem as necessidades/dificuldades desses; os quais deveriam participar deste do planejamento até a execução, para que se sintam partícipes de todo o processo. Desta maneira a formação continuada terá sentido e significado para estes sujeitos.
Palavras-chave: Reforma educacional, escolas referência, desenvolvimento profissional.