65ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal |
CRESCIMENTO DE Eschweilera amazonica R. KNUTH EM UMA FLORESTA DE TERRA FIRME SUBMETIDA A EXPLORAÇÃO FLORESTAL DE IMPACTO REDUZIDO EM PARAGOMINAS, PARÁ |
Jhulia Melo Nobrega - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Fábio de Jesus Batista - Prof. M.Sc./Orientador - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Luciana Maria de Barros Francez - Prof.ª M.Sc./Co-Orientadora - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Janderson de Oliveira Silva - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Thaís Matias de Oliveira - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA João Olegário Pereira de Carvalho - Prof. Visitante Nacional Sênior (CAPES/UFRA) |
INTRODUÇÃO: |
No setor florestal, a abordagem de informações referentes ao processo fisiológico do crescimento das árvores é importante, visto que traz subsídios para as intervenções silviculturais na floresta, no intuito de explorar racionalmente a produção. São inúmeros os fatores que influenciam no desenvolvimento de uma árvore, sejam estes fatores do ambiente, ou relacionados à concorrência do povoamento. Pesquisas tem buscado estudar o efeito do ambiente e de práticas silviculturais sobre a distribuição do incremento anual de madeira ao longo do fuste das árvores (ANDRADE et al., 2007). Este processo fisiológico reflete no abastecimento de madeiras extraídas, sendo necessários estudos sobre a estrutura e o crescimento de florestas exploradas com técnicas de impacto reduzido, para fornecer subsídios sobre o comportamento e o desenvolvimento das espécies arbóreas. Eschweilera amazonica é uma dessas espécies cuja população precisa ser estudada. O gênero Eschweilera, pertencente à família Lecythidaceae, ocorre tanto em florestas de terra firme como naquelas periodicamente inundadas. Segundo Lorenzi (2009), a madeira desse gênero é muito pesada, indicada para construção civil e serviços de marcenaria em geral, podendo ser aproveitada para reflorestamento e arborização rural. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Avaliar o efeito da exploração florestal de impacto reduzido no crescimento de Eschweilera amazonica R. Knuth (Matamatá-ci) em uma floresta de terra firme no município de Paragominas, Pará. |
MÉTODOS: |
O estudo foi realizado na Fazenda Rio Capim, pertencente à Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda., no município de Paragominas, Estado do Pará. O clima na região é do tipo “Aw”, com temperatura média anual de 26,3oC e precipitação pluviométrica média de 1.800mm/ano. O relevo é plano a suavemente ondulado. A vegetação predominante é a floresta ombrófila densa de terra firme. A área amostral foi composta por 24 parcelas quadradas de 50m x 50m (0,25ha), sendo 12 para a floresta não explorada e 12 para a floresta explorada. Cada parcela foi subdividida em 25 subparcelas de 10m x 10m. A floresta não explorada foi denominada de testemunha, ou tratamento T0, e a floresta explorada de tratamento T1. Todos os indivíduos arbóreos com diâmetro, a 1,30m do solo (DAP), >= 10cm foram mensurados e identificados. Os dados foram coletados antes da exploração (2003) e em duas ocasiões após a exploração florestal (2007 e 2011). Foi avaliado o crescimento em diâmetro de Eschweilera amazonica em dois períodos de quatro anos, separadamente (2003-2007; e 2007-2011). Foram comparadas a média do diâmetro, o Incremento Periódico (IP) e Incremento Periódico Anual (IPA), com auxilio do Microsoft Office Excel e do Programa MFT (Monitoramento de Florestas Tropicais). |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Ao considerar T0 e T1 foram registrados, 147 indivíduos da espécie em 2003 (T0: 65; T1: 82), 153 em 2007 (T0: 68; T1: 85) e 167 em 2011 (T0: 72; T1: 95). Foi observado o ingresso de indivíduos de E. amazonica no decorrer das avaliações em razão do incremento em diâmetro dos indivíduos que tinham DAP < 10cm, atingindo o critério mínimo de inclusão. A análise descritiva dos diâmetros revelou parâmetros semelhantes para os diferentes intervalos de tempo (T02003 - Média dos Diâmetros (MD): 19,8 + ou - 7,1; Coeficiente de Variação (CV%): 35,7; T12003 - MD: 18,8 + ou -7,4; CV%: 39,6; / T02007 – MD: 19,8 + ou - 7,2; CV%: 36,3; T12007 - MD: 19,1 + ou -7,4; CV%: 39,1;/ T02011 - MD: 19,9 + ou - 7,3; CV%: 36,6; T12011 - MD: 18,9 + ou - 7,5; CV%: 39,8;). O IP para T0 foi de: 0,43cm no período de 2003-2007; 0,64cm de 2007-2011. Enquanto que para T1 foi de: 0,50cm no período de 2003-2007; 0,72cm de 2007-2011. O IPA para T0 foi de: 0,11cm no período de 2003-2007; 0,13cm de 2007-2011. Em T1 o IPA foi de: 0,12cm no período de 2003-2007; 0,18cm de 2007-2011. Foi observado um padrão semelhante de IP e IPA entre os tratamentos, com aumento gradativo de diâmetro entre os períodos. Os maiores incrementos ocorreram no tratamento T1, indicando um favorecimento provocado pela exploração florestal. |
CONCLUSÕES: |
Foram observadas poucas mudanças em relação às análises descritivas feitas com base nos diâmetros, indicando a necessidade de aumentar a amostra, em razão dos valores elevados do coeficiente de variação. Há de se ressaltar que houve o incremento em diâmetro da espécie em ambos os tratamentos e períodos estudados, sendo que, na floresta explorada (T1) o incremento foi maior. Este fato pode ter ocorrido pelo beneficiamento da espécie com a abertura de clareiras provocadas pela exploração florestal. Estudos mais detalhados sobre o crescimento de Eschweilera amazonica e de espécies consideradas comerciais e/ou potencialmente comerciais, são necessários para o planejamento e desenvolvimento da floresta a fim de que esta mantenha sua área basal e volume de forma sustentável para o próximo ciclo de corte. |
Palavras-chave: Incremento diamétrico, Lecythidaceae, Matamatá-ci. |