65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
ENTRE A GEOGRAFIA QUE SE APRENDE E A QUE SE PRECISA ENSINAR
Maria do Socorro Taurino - Universidade Nove de Julho
INTRODUÇÃO:
Este estudo integra um trabalho mais abrangente, ora em andamento, sob a responsabilidade do Grupo de pesquisa “o estado e a formação de professores: práticas, saberes e trabalho” registrado no SICAPES sob o número 14.283. Dentro deste grupo, encontra-se, entre outras pesquisas, a que busca verificar quais os saberes disciplinares necessários à formação do Pedagogo para o exercício da docência no Ensino Fundamental I, considerando as diretrizes contidas nos PCN. Na qualidade de responsável por este levantamento e, enquanto docente de metodologia do ensino da Geografia, no último semestre da Licenciatura em Pedagogia, ocorreu questionar quais os conhecimentos de Geografia já apropriados por esses alunos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar, quais os saberes dos alunos concluintes do curso, nesse campo do conhecimento, como resultado dos estudos realizados na educação básica. Isto se justifica porque o currículo de formação do pedagogo parte do pressuposto de que os conhecimentos básicos, fundamentais, não só da Geografia mas, das outras ciências também, já são suficientes para sua formação.
MÉTODOS:
Insere-se o trabalho ora realizado como um estudo exploratório de um caso específico. Partiu-se conceitualmente da ideia de que a aprendizagem significativa integra o que se conhece, (C) o valor dado ao que se conhece (S) e o que se faz com o que se conhece (A), conforme Pinto, (1984). Os concluintes (N=67) de duas turmas do período diurno, em duas unidades diferentes, responderam a três questões: O que a Geografia me ensinou na Educação Básica? (C) Que sentimentos o estudo de Geografia me despertou ou me desperta? (S) Que eu posso fazer com a Geografia que eu aprendi? (A).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A análise dos dados mostrou que, para estes alunos, a aprendizagem realizada em Geografia foi, basicamente, calcada na memorização de definições e classificações, além da realização de cópias de mapas, sendo portanto, o seu estudo repetitivo, revestindo-se de pouco valor e, em decorrência disso, incapaz de prover condições de utilização na vida diária, ou servir de base sólida para aprofundar os conhecimentos relacionados aos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais no campo da Geografia. A literatura atual dá conta de que o ensino da Geografia deve voltar-se para a leitura do mundo a partir de uma análise crítica da realidade social e natural bem como de suas relações entre o local e o global, exigindo-se para tanto, o desenvolvimento de linguagem gráfica e cartográfica necessária ao mapeamento do que ocorre e o domínio de conceitos geográficos sem os quais é impossível pensar geograficamente e perceber a realidade, como diz Cavalcanti (2010). A aceitação desses pontos de vista leva à consideração da necessidade de deslocar a centralidade do ensino da geografia, hoje ainda com foco na memória e na informação para um outro patamar o do saber-fazer em geografia como afirma Castellar (2005).
CONCLUSÕES:
Disto tudo, depreende-se que há uma boa distância entre o que se aprendeu, ou se sabe em Geografia, no último semestre da formação docente, na Licenciatura em Pedagogia e o que se precisa construir ainda, para a realização de um ensino orientado para a formação do pensamento geográfico capaz de permitir a leitura crítica do espaço local e global, considerando a realidade vivenciada cotidianamente, pelos alunos, desde o ensino fundamental.
Palavras-chave: Ensino de geografia, Saber-fazer em geografia, Integração CSA.