65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
O PROCESSO DE MORTE E MORRER NA VISÃO DO ENFERMEIRO
Raquel dos Santos Lima - Depto.de Enfermagem – UEMA
Magnólia de Jesus Sousa Magalhães - Profa. Ma. Orientadora Depto.de Enfermagem – UEMA
Jerônimo Abreu Costa Júnior - Depto.de Química e Biologia- UEMA
Roze Mariana Vilanova - Depto.de Enfermagem – UEMA
Auricélia Costa Silva - Depto.de Enfermagem – UEMA
Camila Leanne Teixeira Coelho de Sousa - Depto.de Enfermagem – UEMA
INTRODUÇÃO:
De acordo com a literatura, os profissionais de saúde estão despreparados para lidar com as questões relacionadas à morte e ao processo de morrer. Este tende a ser considerado um assunto menos importante nas instituições de saúde, pois a imagem do hospital é vinculada a um local de cura, e todos que o procuram têm a esperança de sair de lá curados.
Atualmente os pacientes passam a ter a instituição hospitalar como seu leito de morte. Neste ambiente acabam distanciando-se do mundo, da dignidade, pois deixam de ser olhados como pessoas pelos profissionais envolvidos no processo de cuidado e às vezes também por familiares e amigos.
Dentro do processo de morte e morrer, o enfermeiro é o profissional que presta cuidados direto ao paciente, interage com ele e está em contato constante com o paciente, devendo transmitir segurança a toda equipe e principalmente para seus pacientes e família. Portanto a enfermagem deve assistir o paciente holisticamente, abrangendo suas necessidades relacionadas às esferas física, emocional, social e espiritual da pessoa.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivos compreender a visão enfermeiro diante do processo morte/morrer dos pacientes, e relatar os sentimentos vivenciados pelo enfermeiro frente ao processo morte/morrer dos pacientes; descrever os fatores que facilitam e dificultam o enfermeiro lidar com o processo morte/morrer; e conhecer o significado do processo morte/morrer para o enfermeiro.
MÉTODOS:
A pesquisa foi realizada no Hospital Geral Municipal de Caxias, nos meses de fevereiro a março de 2013, na cidade de Caxias – MA. Participaram da pesquisa 25 enfermeiros que trabalham na assistência de enfermagem nos setores de UTI, enfermarias, centro cirúrgico e emergência do Hospital.
Os dados foram coletados por meio de roteiro de entrevistas compostas por perguntas semi-estruturadas, as quais se dividiram em perguntas de identificação dos sujeitos e perguntas abertas. Os sujeitos que concordaram em participar deste estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
As entrevistas foram gravadas com o auxílio de um dispositivo de gravação de voz do tipo MP4, com a anuência dos sujeitos, e posteriormente as entrevistas foram transcritas na íntegra, garantindo a fidedignidade das falas, complementadas pela observação direta das expressões dos sujeitos, visando à análise dos gestos e expressões observadas.
Após a finalização da coleta dos dados foi feita a organização das informações que caracterizaram o sujeito, escuta das gravações e transcrição na íntegra de cada relato. Utilizou-se o método fenomenológico de Husserl para a análise de dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De acordo com os resultados obtidos, observou-se que o processo de morte e morrer constituem-se em uma vivência cotidiana para o enfermeiro, e que para ele significa um processo natural, que faz parte da vida dos seres humanos, e que todos um dia irão passar.
Com a vivência da morte de um paciente, inúmeros sentimentos foram percebidos nas falas dos sujeitos da pesquisa, como sentimentos de impotência, de perda e de tristeza. Já outros preferem não demonstrar os sentimentos, procuram não se envolver muito, pois precisam ser fortes para dar apoio a família do paciente.
No que tange a forma do enfermeiro lidar com o processo de morte e morrer dos pacientes, pôde-se perceber que o fato de alguns deles não se envolverem afetivamente com o paciente pode representar uma estratégia para minimizar o sofrimento.
Através das falas, percebeu-se que a morte de pacientes mais idosos ou com doença terminal é mais aceita pelos trabalhadores, pois faz parte do percurso natural da vida. Constatou-se em alguns relatos que o enfermeiro, muitas vezes, sente-se despreparado em lidar com a morte de uma criança, por ser um inicio de uma vida, fato esse que dificulta o enfrentamento destes no processo de morte e morrer.
CONCLUSÕES:
Nos hospitais, cotidianamente, encontram-se pessoas em processo de morrer. Percebeu-se assim, a necessidade dos enfermeiros estarem preparados para receber e cuidar dessas pessoas e de suas famílias, além de compreender reações e comportamentos que elas apresentam.
Palavras-chave: Saúde pública, Morte, Enfermeiro.