64ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição

PREVALÊNCIA DE HIPERFOSFATEMIA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM SÃO LUÍS - MA

Raina Jansen Cutrim Propp 1 Thaís Vieira Paiva 1 Nayrana Soares do Carmo 1 Natália Barros Soares 1 Janete Daniel de Alencar 2 Isabela Leal Calado 3

1. Residência Integrada Multiprofissional em Saúde - Hospital Universitário – UFMA 2. Nutricionista 3. Profa. Ma./ Orientadora - Depto. de Ciências Fisiológicas - UFMA

INTRODUÇÃO:

A hiperfosfatemia é uma condição muito frequente entre os pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), especialmente naqueles submetidos à terapia hemodialítica. Uma das principais causas da elevação do fósforo sérico é a ingestão protéica maior que a recomendada (CARVALHO; CUPPARI, 2008). Entre os sinais e sintomas apresentados encontram-se: coceiras pelo corpo, distúrbios do metabolismo ósseo e endurecimento de tecidos moles. Alguns estudos realizados em outros países mostraram que a prevalência de hiperfosfatemia é elevada, chegando a atingir mais de 60% dos pacientes. No Brasil, a prevalência de hiperfosfatêmicos em 2010, segundo dados do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), foi de 34,5%. Este trabalho objetivou avaliar a prevalência de hiperfosfatemia em doentes renais crônicos submetidos à hemodiálise. O conhecimento destes dados é relevante, visto que esta condição é um fator de risco independente de mortalidade, além de estar associada ao desenvolvimento de complicações cardiovasculares que constituem as maiores causas de mortalidade nos pacientes em hemodiálise.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo descritivo transversal, desenvolvido com 94 pacientes com Doença Renal Crônica submetidos à hemodiálise em um Hospital Universitário de São Luís – MA. Como critérios de inclusão deste estudo foram considerados pacientes com DRC, participantes do programa de hemodiálise há no mínimo três meses, com idade igual ou superior a 18 anos. Não foram incluídos pacientes com alguma deficiência física, assim como aqueles com internação prévia nos últimos 30 dias. A coleta dos dados foi realizada no mês de julho de 2010 através de pesquisa em prontuário referente aos dados dos valores de fósforo sérico dos exames mensais de rotina. Foi considerado hiperfosfatemia valor de fósforo superior a 5,5 mg/dL, de acordo com o indicado nas Diretrizes Brasileiras de Prática Clínica para o Distúrbio Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica (2008).

RESULTADOS:

Constatou-se que entre os 94 pacientes avaliados, 54,26% eram do sexo masculino e 74,47% tinham idade menor que 60 anos. Apresentavam como principais doenças de base a Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Mellitus (30,85% e 23,40%, respectivamente), como encontrado no estudo de Deus et al (2009) e no Censo de Diálise da SBN (2011). Os resultados demonstraram que aproximadamente ¼ dos pacientes, 22,34%, encontravam-se hiperfosfatêmicos. Estes valores corroboram aos descritos em outros trabalhos, como o de Nerbass et al (2008) que obteve uma freqüência de 27,88% de pacientes com hiperfosfatemia em um centro de diálise de Santa Catarina. Valores superiores (38,95%) foram encontrados por Martins et al (2009) na Bahia. Tal frequência torna-se preocupante ao analisarmos o desfecho de uma coorte de 40.000 pacientes em hemodiálise que demonstrou o aumento do risco de morte quando o fósforo plasmático encontrava-se acima de 5,0 mg/dL (BLOCK, 2004).

CONCLUSÃO:

A hiperfosfatemia em portadores de Doença Renal Crônica submetidos ao tratamento hemodialítico constitui-se um fator importante para o aumento da morbidade e mortalidade. Os resultados encontrados sugerem a importância de um maior acompanhamento multidisciplinar, em especial por médicos e nutricionistas, no intuito de normalizar os valores de fósforo sérico e, consequentemente, diminuir os riscos e melhorar a qualidade de vida desta população.

Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Hemodiálise, Hiperfosfatemia.