64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
OCORRÊNCIA DE VULVOVAGINITES EM MULHERES ATENDIDAS EM UM CENTRO DE SAÚDE DE SÃO LUÍS-MA
Aline Monique Pereira Almada 1
Amanda Namíbia Silva Pereira 1
Gustavo Henrique Alves Lima 1
Nayara Frais de Andrade Rieth 1
Poliana Soares de Oliveira 1
Maria do Carmo Rodrigues Araújo 2
1. Departamento de Enfermagem – UFMA
2. Profa.MSc./Orientadora - Departamento de Enfermagem – UFMA
INTRODUÇÃO:
As vulvovaginites são um dos problemas ginecológicos mais comuns e incomodativos que atingem a saúde da mulher, cerca de 70% das queixas em consultas médicas. Estima-se que 10 milhões de consultas por ano sejam decorrentes das vulvovaginites. O enfermeiro, atuando no serviço de ginecologia, exerce importante papel na educação à saúde da mulher, no que se refere à prevenção e tratamento das vulvovaginites. Em consequência da importância dessa intervenção de enfermagem, o profissional deve se manter atualizado em relação às patologias de maior freqüência e os avanços científicos da área, a fim de prestar um atendimento de qualidade e essa clientela. Constatamos nessa unidade de saúde que existe um déficit de conhecimento, por parte dessas mulheres sobre a doença, no que se refere aos fatores que predispõem o aparecimento das vulvovaginites e a importância do auto cuidado para evitá-las. Os objetivos dessa pesquisa foram: identificar a ocorrência de vulvovaginites em mulheres atendidas no Centro de Saúde Bezerra de Menezes em São Luis – MA; levantar os dados socioeconômicos da clientela; identificar queixas ginecológicas relacionadas às vulvovaginites; conhecer os hábitos de higiene das mulheres entrevistadas, além de investigar o número de parceiros das mulheres.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo de abordagem quantitativa, realizado no Centro de Saúde Bezerra de Menezes em São Luis – MA. A população estudada foi composta por todas as mulheres atendidas no serviço de ginecologia do Centro de Saúde Bezerra de Menezes que apresentaram alguma vulvovaginite e concordaram em participar da pesquisa. A coleta de dados foi de dois meses e a amostra da pesquisa constituiu-se de 50 mulheres. O projeto de pesquisa que foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Unidade Presidente Dutra, que obteve parecer favorável de número 091/11. A coleta de dados foi realizada no período de maio a junho de 2011. Logo após a consulta ginecológica de enfermagem e a coleta de secreção vaginal, as mulheres foram conduzidas individualmente a uma sala reservada para responderem ao questionário, respeitando a privacidade e o sigilo das informações. Utilizando-se questionário com perguntas abertas e fechadas, foram levantadas as seguintes variáveis: idade, condição sócio econômica, grau de escolaridade, estado civil e hábitos de higiene íntima e sexualidade. Os dados foram analisados em software Epi-Info, sendo os resultados apresentados com números absolutos e percentuais por meio de gráficos e tabelas.
RESULTADOS:
Verificou-se que as mulheres estudadas tinham entre 26 a 29 anos de idade (44%), 28% do lar, 44% pardas, 52% solteiras, 46% com ensino médio completo, renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos e entre 2 a 5 salários mínimos, sendo ambos com (36%). As mulheres adultas em fase reprodutiva consistem na faixa etária de maior atividade sexual, sendo mais propensas ao aumento do risco de adquirir Doenças Sexualmente Transmissíveis e conseqüentemente vulvovaginites por diversos fatores. Quantos as queixas ginecológicas, 56% apresentavam sintomas de candidíase vulvovaginal, 24% tricomoníase genital e 20% queixas relacionadas a vaginose bacteriana. Em relação aos hábitos de higiene, 64% não tinham o hábito de uso da ducha vaginal, 62% utilizavam sabonete íntimo para a higiene e 54% realizavam a higiene íntima mais de 2x ao dia. Sobre o hábito do uso de calcinha de lycra, 66% responderam fazer uso. Quanto ao hábito sexual, constatou-se na variável número de parceiros nos últimos 6 meses, que 74% das mulheres relataram ter apenas 1 parceiro. De acordo com os dados analisados observou-se um destaque para os sintomas da candidíase, responsável pela infecção vaginal.
CONCLUSÃO:
Ressalta-se nesta pesquisa a importância dos profissionais de saúde na promoção e prevenção de agravos de saúde. Sendo de grande relevância ações, como eventos educativos, orientações quanto à importância do uso de preservativo e higiene adequada; realização do exame ginecológico com regularidade para detecção de afecções ginecológicas; aconselhamento quanto a não fazer uso de roupas apertadas com freqüência, e a dar preferência de roupas intimas de algodão. A enfermagem tem papel importante em desenvolver de programas educativos para o controle e prevenção de patologias.
Palavras-chave: Epidemiologia, Vulvovaginites, Mulheres.