64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
ASSOCIAÇÃO ENTRE ÁCIDO ÚRICO E VARIÁVEIS DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES HIPERTENSOS DO PROGRAMA HIPERDIA SÃO LUÍS-MA
Elton Jonh Freitas Santos 1
Lorrayne Lindsay Cardoso Portela 2
Alcione Miranda dos Santos 3
Natalino Salgado Filho 4,5
1. Farmacêutico do serviço de Nefrologia, Hospital Universitário da UFMA
2. Farmacêutica Residente, Hospital Universitário da UFMA
3. Professora Dra./ Departamento de Saúde Pública da UFMA
4. Médico Nefrologista, Hospital Universitário da UFMA
5. Prof. Dr./ Orientador - Reitor - UFMA
INTRODUÇÃO:
No Brasil, as doenças cardiovasculares constituem o principal grupo de causas de morte (LITVOC E BRITO, 2004). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) contribui significativamente para uma elevada mortalidade cardiovascular em todas as regiões do país (BLOCH et al., 2006). Estudos epidemiológicos e evidências experimentais sugerem que o ácido úrico (AU) é um relevante fator de risco independente para doenças cardiovascular e renal, particularmente em pacientes com hipertensão ou diabetes. A hiperuricemia prediz a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca ou doença cardíaca coronária, eventos cerebrovasculares em pessoas com diabetes, e isquemia cardíaca na hipertensão (ZOCCALI et al., 2006). Níveis elevados de ácido úrico são um achado comum em pacientes com síndrome metabólica e naqueles com doença cardiovascular e renal (STELLATO et al., 2011). O estudo tem como objetivo avaliar a associação entre o AU, pressão arterial (PA), índices antropométricos e variáveis metabólicas em população não hospitalar.
METODOLOGIA:
Estudo analítico do tipo transversal com pacientes cadastrados no programa HiperDia, onde foram avaliados 325 indivíduos (75,7% mulheres), com idade mediana de 62 anos (28-85). Foram obtidos PA, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), dosagens de AU, glicose, colesterol (CT), LDL-c, HDL-c, triglicerídeos (TG) e creatinina (CR). A filtração glomerular (FG) foi estimada pelo clearance de creatinina, foram realizadas três medições da PA com intervalo de dez minutos, sendo utilizada a média dos valores das três medidas e considerada hipertensão arterial (HA), quando a PA ≥ 140x90 mmHg, sobrepeso/obesidade (S/O) quando IMC ≥ 25 kg/m² e síndrome metabólica (SM) de acordo com a I Diretriz Brasileira de SM.
RESULTADOS:
Houve diferença entre os grupos na distribuição por sexo, em relação ao sedentarismo, com prevalência do sexo feminino (p=0,027), e CC, onde as mulheres apresentaram uma percentual maior de risco muito elevado para doença cardiovascular (p<0,001). Pacientes com ácido úrico elevado apresentaram maiores níveis de triglicerídeos (p<0,001), níveis baixos de HDL-c (p=0,001), creatinina sérica alterada (p<0,001) e níveis de glicose elevados (p=0,002). A presença de síndrome metabólica foi prevalente nos indivíduos hiperuricêmicos (p<0,001) e houve uma prevalência maior de filtração glomerular reduzida em indivíduos com níveis elevados de ácido úrico (p<0,001).
CONCLUSÃO:
Os resultados fornecem algumas percepções sobre o possível papel da hiperuricemia como fator de risco para o desenvolvimento de complicações cardiovasculares e a medição dos níveis séricos de ácido úrico contribui para a estratificação de risco para além do escore de doenças cardiovasculares que são usados atualmente.
Palavras-chave: Doenças cardiovasculares, Hipertensão, Ácido úrico.