64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva
EXPOSIÇÃO Á MATERIAL BIOLÓGICO EM GRADUANDOS DE ODONTOLOGIA NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS-MA
Gabriela da Rocha Leodido 1
Adriana Mara Araújo Leal 2
Rejane Christine de Sousa Queiroz 3
Hianna Oliveira Fernandes 4
1. CEUMA Univerdidade(UniCEUMA) São Luis-MA
2. CEUMA Universidade(UniCEUMA) São Luis-MA
3. Profa. Dra./Orientadora - Curso de Odontologia do CEUMA Universidade (UniCEUMA)
4. CEUMA Universidade(UniCEUMA) São Luis-MA
INTRODUÇÃO:
Os acidentes ocupacionais com exposição a material biológico são importantes causas para a notificação, com vistas à necessidade de prevenção e controle desse agravo. Profissionais e acadêmicos de Odontologia estão expostos diariamente, no exercício de suas atividades clínicas, aos riscos de acidentes envolvendo sangue e outros fluidos corpóreos contaminados que podem transmitir microorganismos patogênicos. O potencial risco de infecção não consiste apenas no fato de a boca conter fluidos que veiculam patógenos, mas também no pequeno campo de visualização, na realização de procedimentos invasivos, na utilização de instrumentos pontiagudos e cortantes, de aparelhos que formam aerossóis, além de respingos e da proximidade do paciente. Portanto, os acidentes podem ocorrer durante as etapas de colocação, manuseio, recolhimento, transporte, lavagem, secagem e empacotamento do instrumental. A preocupação com a subnotificação além da escassez de pesquisas envolvendo esses acidentes nas faculdades de Odontologia do Brasil dificulta a descoberta da real prevalência e de investigações sobre esse tipo de agravo à saúde. Assim, esse estudo identificou, quantificou e avaliou os acidentes com exposição a material biológico entre os graduandos de Odontologia em São Luís, Maranhão.
METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de 316 estudantes (70,5% da população de pesquisa) matriculados em 2011 nos cursos de Odontologia do município de São Luís (Maranhão) e que cursavam os períodos compreendendo disciplinas realizadas em clínicas odontológicas: 183 alunos na faculdade pública (4º ao 8º período) e 256 na privada (4º ao 10º período). Para este estudo, utilizou-se como instrumento de coleta de dados, um questionário para autopreenchimento, que foi testado e ajustado previamente a coleta de dados. O instrumento continha perguntas abertas e fechadas, considerando questões sobre a ocorrência do acidente, tipo do instrumental e disciplina envolvidos e condutas executadas pelo acidentado. Além disso, abrangeu perguntas sobre o esquema vacinal contra hepatite B. Os dados foram tabulados e analisados a partir do programa estatístico Stata 11.0. Foram realizadas análises descritivas, estimando-se frequências absolutas e percentuais para as variáveis qualitativas, além de médias, medianas e desvios-padrão para as variáveis quantitativas. Algumas associações estatísticas foram testadas, cujo nível de significância adotado foi de 5% para os testes estatísticos.
RESULTADOS:
Os acadêmicos tinham em média 22,5 anos de idade, sendo a maioria mulheres (61%). A prevalência de acidentes com exposição a material biológico foi de 26%, não havendo diferença estatística entre as faculdades pública e privada. Esse resultado foi semelhante ao estudo de Cardoso (2009) com estudantes em Pernambuco (25%). Entre os que se acidentaram, 28% ainda não havia realizado o esquema vacinal completo contra hepatite B e entre o total de alunos que realizavam disciplinas em clínicas, foi de 26%. Além disso, 12% não realizaram teste para avaliação da soroconversão para imunidade da hepatite B. Cerca de 53% dos acidentes ocorreu após o atendimento, durante a lavagem do instrumental (38%), dificultando a identificação do paciente fonte da contaminação. Os acidentes perfurocortantes ocorreram em 46% dos casos, mas apenas 12% foram notificados, tendo o dedo como a parte do corpo mais atingida (64%), agulhas e instrumentos periodontais (ambos 32,5%), os principais instrumentos e as disciplinas de Cirurgia (30,5%) e Periodontia (19,5%) com maior frequência. Após o acidente, a maioria dos alunos (72,3%) relatou não ter realizado qualquer procedimento, apontando dificuldades relacionadas ao acesso para a realização dos procedimentos necessários.
CONCLUSÃO:
Diante dos resultados encontrados, pode-se concluir que a prevalência de acidentes com exposição a material biológico entre os estudantes de odontologia no município de São Luís foi expressiva. A ocorrência desses acidentes entre acadêmicos aponta para a necessidade do uso correto do EPI, sobretudo no momento da lavagem do instrumental, para a realização do esquema vacinal completo e teste para avaliação da soroconversão (anti-HBS) na prevenção e controle da Hepatite B e para a realização da correta notificação desse agravo.
Palavras-chave: Estudantes de Odontologia, Acidentes Ocupacionais, Biossegurança.