64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
PERFIL DE IMUNIZAÇÃO DA HEPATITE B EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO HOSPITAL DIRCEU ARCOVERDE, TERESINA-PI.
Karina de Sousa Leite 1
Luciana Campelo de Andrade 2
Marina Palloma Nogueira Leal 3
Lyssa Cavalcante de Carvalho Cunha 4
Symonara Karina Medeiros Faustino 5
Débora de Alencar Franco Costa 6
1. Discente do curso de Biomedicina - Faculdade Aliança - Teresina/PI
2. Discente do curso de Biomedicina - Faculdade Aliança - Teresina/PI
3. Discente do curso de Biomedicina - NOVAFAPI - Teresina/PI
4. Profa. Mestre/Colaboradora - Departamento de Biomedicina - Faculdade Aliança
5. Profa. Mestre/Coorientadora - Departamento de Biomedicina - Faculdade Aliança
6. Profa. Mestre/Orientadora - Departamento de Biomedicina - Faculdade Aliança
INTRODUÇÃO:
A exposição do trabalhador a riscos tem ocupado espaço nas discussões sobre a saúde e segurança dos trabalhadores (STEINHOFEL et al., 2002). No que se refere aos profissionais da área de saúde, o ambiente hospitalar oferece vários riscos associados a suas atividades, sendo o de maior impacto o risco biológico. A Hepatite B é uma das mais comuns e graves doenças infecciosas, constituindo um dos importantes problemas de saúde pública em todo o mundo, devido à alta morbidade e mortalidade (CAMPOS et al., 2005). Diante disto e do impacto da Hepatite B sobre a vida do indivíduo, da família, da comunidade e das instituições de saúde, este estudo tem objetivo investigar a resposta imunológica anti-Hepatite B em profissionais da saúde de um hospital público na Zona Sudeste do município de Teresina-PI, Hospital Dirceu Arcoverde. As informações geradas por este trabalho têm o intuito de colaborar com a base de dados de outros estudos de monitoramento da saúde de trabalhadores expostos a infecções pelo vírus da Hepatite B, fornecendo importantes subsídios que possam ser utilizados como ferramentas para o estabelecimento de medidas profiláticas em defesa da saúde desses trabalhadores, visando a diminuição dos possíveis riscos ocupacionais.
METODOLOGIA:
O tipo de estudo em questão foi baseado em uma pesquisa transversal, analítico-descritivo, de natureza quali-quantitativa, que foi realizado em dois estágios: um de campo, onde foram coletados amostras e outro laboratorial, com dosagem de anticorpos contra o HBV. A pesquisa foi realizada com a participação dos funcionários do Hospital Dirceu Arcoverde, efetivos, contratados, terceirizados, estagiários e outros. Foram incluídos na pesquisa esses indivíduos independentemente do estado vacinal contra a Hepatite B. A amostragem foi de 124 profissionais da saúde e cada participante foi esclarecido sobre os objetivos do estudo e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução CNS nº 196/96, autorizando a utilização de seus dados para a pesquisa. Os participantes foram submetidos à coleta de 5mL de sangue sem anticoagulante. O soro foi separado por centrifugação e armazenado a -20ºC. As análises para dosagem de anticorpos anti-HBs foram feitas por técnica imunoenzimática, tipo ELISA, utilizando kits comerciais da Diasorin® ETI-AB-AUK-3, no Laboratório Central de Saúde Pública “Dr. Costa Alvarenga” (LACEN), em Teresina/PI. Os dados obtidos foram tratados por meio do programa estatístico SPSS Statistics, versão 17.0 e do Excel 2007.
RESULTADOS:
A análise das dosagens de anticorpos anti-HBs dos 124 profissionais de saúde do hospital municipal, teve maioria do sexo feminino. Dos testes analisados 58,8% dos participantes não tiveram resposta imunológica adequada. E 42,2% obtiveram resposta imunológica. Foi observado que muitos funcionários do hospital não tinham realizado a vacinação contra hepatite B e outros não se recordavam. Embora boa parte destes tenha formação técnica ou acadêmica em áreas da saúde; a situação do esquema vacinal incompleto não é um fato incomum. Quanto ao relato do não uso de EPIs e de acidentes com perfuro cortantes, o percentual fora, respectivamente, de 28,2% e 21% do total de participantes. Com maior prevalência o sexo feminino. De acordo com Lopes et al. (2001), a transmissão do HBV de pacientes para profissionais está bem documentada, sendo acidentes com agulhas o modo mais comum. E diversos estudos enfatizam que uma das maneiras de prevenir é evitando-se a ocorrência de acidentes através da adesão rigorosa às precauções básicas recomendadas pelo CDC. Outra alternativa é o deslocamento do profissional hiporrespondedor para uma atividade laboral que ofereça menos riscos. Acredita-se que se poderá reduzir o número de profissionais suscetíveis a contrair a doença (PINHEIRO E ZEITOUNE, 2009).
CONCLUSÃO:
Considerando-se que a prevalência da infecção pelo VHB encontrada nos profissionais estudados foi relativamente elevada e, que fatores de risco como acidentes com perfuro cortantes, esquema vacinal incompleto e não uso de equipamentos de proteção mostraram-se associados a esta infecção, sugerimos que sejam desenvolvidos programas de ações educativas permanentes sobre as precauções básicas, bem como a realização de triagem sorológica para hepatite B, seguida de vacinação dos indivíduos susceptíveis no momento da admissão nos estabelecimentos de saúde, visando a prevenção e controle da infecção pelo VHB nestes profissionais.
Palavras-chave: Hepatite B, Prevalência, Vacinação.