64ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS POR DENGUE NO ESTADO DO MARANHÃO: PERÍODO DE 2001 A 2011

Martina Márcia Melo Coqueiro 1 Vandilson Pinheiro Rodrigues 2 Maria Rosa Quaresma Bomfim 3

1. Mestranda - Mestrado de Biologia Parasitária - UniCeuma 2. Prof. Msc - Departamento de Morfologia – UFMA 3. Profa Dra./Orientadora - Mestrado Biologia Parasitária - UniCeuma

INTRODUÇÃO:

A dengue é hoje objeto de uma grande campanha de saúde pública no Brasil. Esta doença é causada por um arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus, as suas características antigênicas o diferem em quatro sorotipos: DENV-1 ao DENV-4. As infecções humanas ocorrem pela picada de vetores artrópodes, principalmente as fêmeas do mosquito Aedes aegypti. A maioria das infecções por dengue é assintomática ou se apresenta de forma branda, a Febre do Dengue (FD) clássica, mas alguns casos podem evoluir para a forma grave e potencialmente fatal, a FHD ou a Síndrome do Choque da Dengue (SCD). Anualmente, as infecções pelo Ae. Aegypti são responsáveis por cerca de 100 milhões de casos de FD e mais de 250.000 casos de FHD, causando aproximadamente 22.000 mortes, principalmente em crianças, constituindo-se assim num sério problema de saúde pública mundial, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. O objetivo deste estudo epidemiológico longitudinal foi avaliar o histórico dos casos notificados de dengue no Estado do Maranhão no período de 2001 a 2011.

METODOLOGIA:

Um estudo epidemiológico longitudinal foi elaborado considerando-se como tempo de análise a variável mês e ano, baseado em dados SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) do DATASUS. As variáveis analisadas foram: casos notificados, óbitos, classificação do tipo de dengue. Os dados quantitativos foram analisados com o auxílio do software Epi Info e Microsoft Office Excel através do cálculo de frequências relativas, absolutas, taxa de crescimento no período e gráficos de série temporal. Foi utilizado o teste t para comparar os casos notificados de acordo com o período do ano. O nível de significância adotado foi de 5%.

RESULTADOS:

Neste estudo foi observado, em todos os anos analisados, que o 1º semestre concentra o maior número de notificações de casos de dengue. Esses meses correspondem aos de maior índice de chuva em nosso Estado, o que favorece o acúmulo de água e consequentemente o ciclo de vida do mosquito vetor. No segundo semestre, com a diminuição do volume de chuva foi observado uma redução dos casos notificados. Entretanto, ainda com números expressivos. Portanto, os cuidados para evitar focos de criadouros de mosquito devem ser estimulados e adotados durante todos os meses do ano. Outro achado observado foi uma maior incidência de casos de FHD nos anos de 2006 e 2007, quadro responsável pelo maior número de óbitos em pacientes infectados. O ano de 2011 apresentou um incremento do número de casos, fato que deve ser avaliado pelos gestores e profissionais da saúde no intuito de controlar e monitorar possíveis surtos no estado.

CONCLUSÃO:

O comportamento da incidência da dengue no Estado do Maranhão é de uma maior concentração de notificações no 1º semestre de cada ano, no período analisado. Os dados encontrados revelam a necessidade de novas medidas, pelas Secretarias municipais, bem como pela Secretaria Estadual de saúde, no sentido de conscientização da população para o controle do mosquito vetor. Portanto, os cuidados para evitar focos de criadouros do mosquito devem ser estimulados e adotados durante todos os meses do ano.

Palavras-chave: Dengue, Vigilância epidemiológica, Serviços de informação.