64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
DOR MUSCULOESQUELÉTICA E ESTRESSE OCUPACIONAL:avaliação dos trabalhadores da central de atendimento de uma instituição privada de ensino superior em São Luís- MA
Kelly Félix de Sousa 1
Luciani Gerhardt Gund 1
Maria Erivânia Alves de Araújo 2
Christhianny Valente de Oliveira 1
Érica Silva Martins 1
1. Curso de Fisioterapia, Centro Universitário do Maranhão-UNICEUMA, São Luís- MA
2. Curso de Fisioterapia, Centro Universitário do Maranhão-UNICEUMA, São Luís- MA
3. Profa. Esp.Programa de Investigação Biomédica (ProIMBIo), da Universidade de la Republica (UdelaR), Montevideo, Uruguay
4. Profa. Esp/ Co-orientadora- Centro universitário do Maranhão-UNICEUMA, São Luís- MA
5. Profa. Esp/ Orientadora- Centro Universitário do Maranhão- UNICEUMA, São Luís-MA
INTRODUÇÃO:
As centrais de atendimento são determinadas por ritmos elevados e pelo controle fixo das ações, tal controle poderá causar possíveis reflexos na saúde do trabalhador. Dores e tensões podem refletir uma sobrecarga que vem justamente devido à pressão temporal e padrões permanentes de execução de tarefas. Esforços repetitivos, trabalhos estáticos, esforço físico intenso, ritmo acelerado de trabalho, e posturas inadequadas estão na maioria das vezes presentes no âmbito profissional. Trabalhando nessas condições poderão surgir ou agravar disfunções musculoesqueléticas e estresse ocupacional, assim poderá ser inserido propostas preventivas, melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores e visando aumentar a produtividade na empresa. Com base sobre os aspectos que desencadeiam o estresse ocupacional e a dor musculoesquelética, o presente estudo teve como objetivo verificar a presença de dor e ou desconforto musculoesquelético assim como verificar o nível de estresse ocupacional em trabalhadores de uma central de atendimento de uma instituição privada de ensino superior em São Luís – MA.
METODOLOGIA:
Tratou-se de uma pesquisa de campo observacional, descritivo, do tipo transversal com abordagem quantitativa. Participaram do estudo 28 trabalhadores, sendo sete do sexo masculino e vinte e um do sexo feminino, com idade variando entre 19 a 54 anos (Média=26,57). Todos os trabalhadores que aceitaram participar desta pesquisa leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para coleta de dados utilizou-se um questionário sócio demográfico, que continham dados referentes ao gênero, data de nascimento, escolaridade, tempo de serviço e aspectos profissionais, e para levantar dados de dor e/ou desconforto musculoesqueléticos utilizou-se o Diagrama de Corlett (CORLETT, 1995). E por fim, foi aplicado um questionário de uso orientado por um psicólogo de acordo com as diretrizes do Conselho Federal de psicologia quanto ao uso de testes, o Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL), de 2000, utilizado para verificar o nível de estresse ocupacional nos trabalhadores da central de atendimento. Os dados coletados foram analisados pelo programa Epi info com aplicação do teste Qui-quadrado da concordância das variáveis, avaliação estatística no programa BIOESTATISTIC 5.0, com índice de significância igual a 0,05.
RESULTADOS:
Os resultados indicaram que, tanto em dor musculoesquelética como estresse ocupacional a maior prevalência foi em indivíduos do gênero feminino, com idade entre 19 e 24 anos. No que tange o estresse, a fase II (Resistência) foi a que houve maior prevalência, 32,4%; acompanhado de aspectos psicológicos 38,9%. Sobre os segmentos mais acometidos foram para homens, pescoço 14%, já para mulheres; pescoço 21%, região cervical 14%, costas superior 14%, costas médio 18%, ombro direito 18%, ombro esquerdo 18%, mão direita 14%, perna direita 18% e perna 21% esquerda%. Em um estudo realizado por Picoloto e Silveira (2008) relatam que são frequentes as queixas de dores musculares entre os trabalhadores de call centers, apresentando resultados expressivos nas costas, ombro pescoço; as dores na região cervical aparecem quando o indivíduo aumenta o tempo de inclinação da cabeça para frente, provocando fadiga rápida dos músculos do pescoço e ombros. Corroboram com os achados, Pinheiro, Tróccoli e Paz (2006), ao apontar em sua pesquisa que mulheres apresentam maiores probabilidades de relatar sintomas osteomusculares do que em homens.Em concordância aos achados supracitados, Wottrich et al. (2011), em seu estudo com gênero e manifestações de stress em hipertensos, encontraram diferença significativa entre mulheres e homens em se tratando de sintomas físicos e psicológicos, as mulheres apresentaram ter mais sintomas psicológicos de stress do que homens.
CONCLUSÃO:
Pode-se afirmar que, devido a novos ambientes de trabalho que são visados por grandes esforços físicos e mentais, os trabalhadores da central de atendimento estão suscetíveis adquirir patologias ocupacionais.
Mesmo a pesquisa não apresentando resultados estatísticos de significância, foi possível traçar o perfil dos trabalhadores, onde a grande maioria dos indivíduos do sexo feminino foi acometida, e com idade predominante entre 19 e 24 anos.
Com relação ao nível de estresse, foi possível verificar através dos resultados que grande parte dos indivíduos apresentou estresse em fase II, ou seja, fase de resistência, contendo aspectos psicológicos.
Também foi possível verificar que os trabalhadores apresentaram pontos dolorosos em vários segmentos corporais como; ombro, punho, mão, cotovelo, antebraço, costas superior, costas médio e costas inferior, perna e tornozelo.
Tais achados sugerem a necessidade de uma maior atenção a estes profissionais para que seus sintomas tanto de estresse, como de dor musculoesquelética, não evoluam. Recomenda-se que sejam inseridos programas especializados, para tratamento de patologias já instaladas e para prevenção evitando que os números de pessoas acometidas aumentem.
Palavras-chave: Dor, Estresse ocupacional, Serviços de atendimento.