64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
CARACTERIZAÇÃO DAS MULHERES BRASILEIRAS ADEPTAS A REALIZAÇÃO DO EXAME MAMOGRÁFICO
Igor Cordeiro Mendes 1
Camila Brasil Moreira 1
Elizian Braga Rodrigues Bernardo 1
Karine de Castro Bezerra 1
Hellen Lívia Oliveira Catunda 1
Ana Fátima Carvalho Fernandes 2
1. Depto.de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará - UFC
2. Profa Dra./Orientadora -Depto.de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará-UFC
INTRODUÇÃO:
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil e no mundo. Estima-se que ocorram mais de 1.050.000 casos novos da doença no mundo a cada ano, e corroborando com essa configuração, o Brasil apresenta taxas de incidência de 52.680 casos de neoplasia mamária para cada 100.000 neste ano de 2012, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada para a América Latina. As autoridades brasileiras em saúde tem-se preocupado em estimular as mulheres a realizar a detecção precoce dessa doença, uma vez que a doença, na maioria das vezes, somente é diagnosticada em estágios avançados. Sendo assim, a detecção precoce é o meio mais eficaz de diminuir as taxas de morbimortalidade do câncer de mama. Dentre os principais métodos de detecção precoce do câncer de mama a mamografia é a mais indicada pelos órgãos do país que visam à promoção da saúde da população. Entretanto existem alguns fatores sociodemográficos que estão diretamente relacionados a adesão das mulheres a prática desse exame, como a faixa etária, escolaridade e raça. Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo analisar a prevalência dos fatores associados à realização da mamografia pela população feminina do Brasil.
METODOLOGIA:
Estudo epidemiológico, transversal com abordagem quantitativa. Foram utilizados dados secundários a partir do Sistema de Informação do Câncer de Mama (SISMAMA) específico para casos de Câncer de mama. Optou-se por estudar uma população feminina brasileira, em todas as faixas-etárias, grau de escolaridade e cor/raça disponíveis na base de dados, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010. A coleta de dados se deu a partir do banco de dados de informações do SISMAMA(1.0), o qual é uma ferramenta de otimização do gerenciamento local direcionada às Coordenações Estaduais e Municipais de Saúde e aos laboratórios e serviços de mamografia. O processamento e a análise dos dados foram feitos a partir dos softwares TabWin (DATASUS) e Excel (Microsoft®). Os dados demográficos relativos à distribuição anual da população no Brasil foram obtidos a partir do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram identificadas variáveis que estariam diretamente relacionadas a prática do exame de mamografia: faixa etária, escolaridade e cor/raça. Dentro de cada variável foi possível identificar quais características possuem as mulheres brasileiras que mais realizam a mamografia. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Brasil, parecer nº 158/09.
RESULTADOS:
Avaliando os dados coletados, foi obteve-se que 83,66% (n=742004) das mulheres que realizaram mamografia em 2009 e 83,79% (n=2231668) em 2010 possuíam faixa etária entre 40 e 69 anos. Quanto à escolaridade, verificou-se uma prevalência relevante de mulheres com ensino fundamental incompleto, equivalendo a 21,99% (n=195083) em 2009 e 20,96 (n=558331) em 2010. Conforme estudo científico, entre as variáveis demográficas que estão diretamente relacionadas a não realização do exame mamográfico pelas mulheres são: ser mais velha, viver sem companheiro, ter pouca escolaridade e renda abaixo de três salários. Em relação ao aspecto cor/raça, percebeu-se que 831437 das mulheres que realizaram mamografia nos anos de 2009 e 2010 classificaram-se como brancas quanto ao aspecto racial, equivalendo a 23,93% dos casos em ambos os anos. Estudiosos identificaram que a raça é um fator relacionado a utilização da mamografia como método de prevenção secundária. Como resultado, identificou-se que 81,1% das 439 mulheres estudadas pertencem à raça branca. O que retifica os resultados encontrados no atual estudo, que confere as brasileiras de cor/raça branca como maior número de usuárias desse tipo de exame.
CONCLUSÃO:
O estudo apontou que fatores relacionados à faixa etária entre 40 e 49 anos, a escolaridade ensino fundamental incompleto e a raça parda estão proporcionalmente relacionados à prática das mulheres em relação à mamografia. Esse resultado pode proporcionar um prévia identificação da adesão de uma mulher ao exame mamográfico devido a sua caracterização. Uma vez identificada as mulheres que não se enquadram como adeptas ao exame, pode-se tomar medidas de rastreamento a fim de que um número maior de mulheres realizem atitudes positivas sobre a mamografia, fatores considerados fundamentais para as mulheres conseguirem realizar esse exame. Prevenir e identificar precocemente são requisitos importantes para a redução das taxas de morbidade e mortalidade por neoplasia maligna mamária.
Palavras-chave: Neoplasias da mama, Fatores de risco, Estudo epidemiológico.