64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica |
INCIDÊNCIA DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS NA CLÍNICA ORTOPÉDICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO |
Raimunda Araújo Serra 1 Silvana Mendes Costa 1 Marina Apolônio de Barros 2 André Luís Braga Costa 3 Débora Lydia Oliveira da Silva 4 Santana de Maria Alves de Sousa 5 |
1. Enfª Especialista em traumato ortopedia. Hospital Universitário - UFMA 2. Mestranda em enfermagem. Depto de Enfermagem – UFMA 3. Depto de Enfermagem – UFMA 4. Enfª do Hospital Universitário - UFMA 5. Profª. Dra./Orientadora. Depto de Enfermagem - UFMA |
INTRODUÇÃO: |
A úlcera por pressão (UP) é uma área de morte celular que se desenvolve quando um tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado. A imobilidade é um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de UP. A imobilização está presente na maioria dos pacientes com disfunções musculoesqueléticas, e essa pode estar relacionada a vários fatores como a restrição mecânica, aparelhos gessados, aparelhos ortopédicos (trações) ou pode estar relacionada a quadros patológicos como: dor, cirurgias e traumas. Essa limitada mobilidade faz destes indivíduos, pacientes de risco para desenvolvimento de UP. Na literatura internacional o coeficiente de incidência de UP em pacientes com disfunções musculoesqueléticas variou de 27% a 39%. O objetivo desse estudo foi determinar a incidência de UP em pacientes hospitalizados na clínica ortopédica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA). |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal do tipo exploratório - descritivo de características quantitativas. O estudo foi realizado no HUUFMA, no período de novembro/2009 a maio/2010. A população-alvo constituiu-se dos cinquenta e cinco pacientes restritos ao leito internados no setor da ortopedia do HUUFMA. Durante a coleta de dados, os pacientes ortopédicos restritos ao leito admitidos no HUUFMA, que não apresentavam UP foram cadastrados e acompanhados durante a sua hospitalização até a alta, sendo realizadas avaliações duas vezes por semana para verificar a ocorrência de UP nestes pacientes. Os dados coletados foram tratados em percentuais simples. Para atender as normas da Comissão Nacional da Ética em Pesquisa contidas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o projeto foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUUFMA, onde obteve parecer favorável. Para participar da pesquisa, os participantes ou seus responsáveis legais assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. |
RESULTADOS: |
Dos cinquenta e cinco pacientes cadastrados, a maioria era do sexo feminino (60,0%), com média de idade de 55,50 anos e com predominância da cor parda (36,3%). Quanto à faixa etária, a maioria (41,8%) foi composta de idosos (acima de 60 anos). O diagnóstico médico predominante foi à fratura de fêmur (36,3%), seguida da fratura de quadril (30,9%). O índice de incidência encontrado foi de 18,1%. Dos dez pacientes que adquiriram UP durante a internação a maioria apresentaram duas UP (60%). A média de UP por paciente foi de 1,6 e o número total de UP, considerando todos os pacientes, foi dezesseis. A região anatômica e o estágio que prevaleceram foram, respectivamente, o sacro e o estágio II, ambos com 56,2%. O paciente com distúrbios musculoesqueléticos necessitam, na maioria das vezes, permanecer em repouso na posição dorsal por longos períodos, isso favorece as condições para desenvolvimento de UP, como por exemplo, o excesso de pressão na região sacra e calcâneo, o que foi verificado neste estudo. A maior ocorrência de UP foi do sexo masculino (80,0%) apesar da maioria dos pacientes cadastrados serem do sexo feminino. A faixa etária predominante foi a de adultos jovens (40,0%); a cor da pele que predominou foi parda (55,0%) e o tempo médio de internação foi de 26,7 dias. |
CONCLUSÃO: |
Estudos de incidência oferecem a oportunidade do conhecimento de uma situação da prática clínica da instituição hospitalar, e com isso pode-se buscar, com mais precisão, subsídios para investimentos no trabalho preventivo. No presente trabalho foi encontrada uma incidência de 18,1%. Se o resultado desse estudo for comparado a outros estudos internacionais, a incidência encontrada nesse estudo foi menor. No entanto, apesar da incidência de UP ser menor nesse estudo, essas feridas, também chamadas de iatrogenias, precisam ser prevenidas, cabendo aí futuras análises do processo de cuidado e planejamento de intervenções da equipe de enfermagem que usem as “melhores práticas” para prevenir tal complicação. |
Palavras-chave: Úlcera por pressão, Epidemiologia, Ortopedia. |