64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia
AS MULHERES NADA MAIS SÃO DO QUE MÁQUINAS DE FAZER FILHOS
Diego Rodrigues Bonifácio 1
Jennyfer Scarlet Clementino Leite 1
Yasnaya Santos Ferreira 1
Gustavo Silva 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFRO
INTRODUÇÃO:
Desde os primórdios, a mulher vive em uma sociedade que a considera inferior e submissa ao homem. Antes confinada ao restrito âmbito doméstico, cada vez mais a mulher conquista seu espaço. Luta antiga, iniciou-se na Grécia por volta de 196 d.C., quando as mulheres eram tratadas explicitamente como objeto, só serviam para trazer prazeres sexuais ao homem e seus sentimentos não eram postos em jogo. Reproduzir, cozinhar e tecer também fazia parte de suas principais funções, tudo visando à satisfação de seu companheiro. Em decorrência das opressões sofridas, passaram a exigir direitos, e conquistaram o de andar em transportes públicos, que foi a primeira de muitas conquistas que ainda viriam. Esta pesquisa se propôs a demonstrar e analisar a situação da mulher na atualidade no bairro Novo Urupá, classe baixa, e no bairro Urupá, classe alta, da cidade de Ji-Paraná em Rondônia; no que diz respeito à liberdade de trabalho.
METODOLOGIA:
Procederam-se leituras bibliográficas a respeito dos temas desigualdade de gênero e situação da mulher na história e no mercado de trabalho, consultou-se a constituição brasileira e também sites que desenvolvem pesquisas relacionadas à desigualdade de gênero, tais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foram aplicados questionários fechados de forma aleatória junto a 30 mulheres casadas e divorciadas nos bairros Novo Urupá e Urupá, um constituído de pessoas de baixa renda e outro bairro constituído por pessoas de alta renda, respectivamente; da cidade de Ji-Paraná.
RESULTADOS:
No Novo Urupá, 87% das mulheres entrevistadas afirmaram que seus companheiros as deixam e as incentivam a trabalhar para conseguirem manter as necessidades básicas da família. Contudo, mesmo diante a necessidade de se aumentar a renda familiar, ainda 13% das mulheres disseram que mesmo querendo ajudar financeiramente em casa, seus esposos não às deixam trabalhar fora. No Urupá, 80% das mulheres entrevistadas afirmaram que seus companheiros as deixam e as incentivam a trabalhar, mas não com o objetivo de auxiliar no orçamento da família, mas sim para alcançarem mais independência financeira. No entanto, como a desigualdade de gênero permanece em todos os meios sociais, 20% das entrevistadas se casaram com homens que não as permitem trabalhar fora, mesmo que elas queiram.
CONCLUSÃO:
A pesquisa demonstrou que atualmente a maioria das mulheres possui muita liberdade com relação ao trabalho. No entanto, a desigualdade de gênero ainda está presente em todos os meios sociais. No bairro pobre, mesmo precisando de maior rentabilidade financeira para suprir as necessidades básicas da família, 13% das mulheres entrevistadas não podem trabalhar porque seus companheiros não aceitam. Enquanto no Urupá, a maior parte dos companheiros deixam e incentivam suas esposas a trabalhar, mesmo sem a necessidade de ajuda nas finanças domésticas. No entanto, a desigualdade de gênero esta presente no bairro rico também, já que 20% das entrevistadas dizem que seus cônjuges não as deixam trabalhar fora. A mulher está cada vem mais conquistando seu espaço, contudo ainda existem muitas barreiras a enfrentar, mas como a própria Constituição Federal de 1988 assegura, em seu Capítulo I dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.
Palavras-chave: Desigualdade de gênero, Preconceito, Situação da Mulher.