64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas
INDIVÍDUOS COM SIDA E DIABETES MELLITUS CONCOMITANTES: UM BREVE ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
Débora Rabelo Magalhães 1,2
Maysa Mayran Chaves Moreira 1,2
Rita de Cássia do Nascimento Ferreira de Queiroz 1,2
Priscila Fontenele de Paula 1,2
Raquel Ferreira Gomes Brasil 1,2
Ana Kelve de Castro Damasceno 3
1. Universidade Federal do Ceará-UFC
2. Departamento de Enfermagem
3. Profa. Dra./ Orientadora -Departamento de Enfermagem-UFC
INTRODUÇÃO:
A qualidade de vida do paciente HIV positivo tem melhorado, no entanto, ainda é possível observar o impacto que esta infecção causa na vida de seus portadores (GASPAR et al, 2012). Desde a utilização da terapia com antirretrovirais, a SIDA(Síndrome da Imunodeficiência Humana) deixou de ser uma doença terminal. No entanto, tem-se observado que o uso desta terapia tem levado ao surgimento de alterações metabólicas. (MARIZ et al, 2011). Como complicações, surgiram a síndrome da lipodistrofia, anormalidades metabólicas, como a resistência à insulina, dislipidemia e alterações que aumentam o risco de doenças cardiovasculares (WERNER et al, 2010). Assim, após a utilização da terapia com antirretrovirais, o diabetes mellitus tem sido encontrado com maior frequência em pacientes HIV positivo. Embora já tenha sido comprovada a resistência a insulina, a elucidação dos fatores envolvidos ainda permanece como um desafio para a melhoria da qualidade de vida desses pacientes. Nesse âmbito o estudo tem como objetivo analisar o número de pacientes com diagnóstico de Aids/HIV e Diabetes mellitus no estado do Ceará. O que torna estudos acerca desta temática relevantes, pois buscam uma maior compreensão desta problemática bem como de uma melhor qualidade de vida para o paciente com HIV.
METODOLOGIA:
Estudo do tipo epidemiológico, descritivo, documental, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Utilizaram-se dados disponíveis no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referentes às macrorregiões do Ceará, devidamente registrados conforme indicado pelo Ministério da Saúde (MS) no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2011. A amostra utilizada abrange todos os casos de internação hospitalar por doença pelo vírus da imunodeficiência humana e diabetes mellitus registrados no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) por meio das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs). Os critérios de busca englobaram faixa etária, ocorrência dos agravos e associação com diabetes mellitus. Os dados foram analisados em relação à frequência absoluta e relativa.
RESULTADOS:
A incidência de SIDA no estado do Ceará concentra-se entre as faixas etárias de 20 a 49 anos, ou seja, o acometimento de faixas economicamente ativas. Em 2011 foi observado que nos adultos mais velhos (acima de 50 anos), houve um aumento do número de notificação de SIDA em relação a 1987. Ao analisarmos as internações por co-morbidades entre diabetes mellitus (DM) e SIDA no Ceará, entre 2008 e 2011, podemos inferir que, o número dessas internações foi crescente nas macrorregiões do Cariri, Sobral e Fortaleza com destaque para a macrorregião de Fortaleza, a qual concentra os maiores números com 3.699 internações em 2008 e 4.345 internações em 2011, correspondendo a 64,3% das internações entre 2011 e 2008. Os dados do Ministério da Saúde sobre os dias de permanência de pacientes com HIV nos hospitais por macrorregião entre os anos de 2008 a 2011, evidenciam um aumento entre 2008 a 2010 em Fortaleza, Cariri e Sobral passando de 18.502 para 25.118 dias no total por ano, havendo uma pequena redução entre 2010 e 2011, para 25.006. A permanência em internamentos em Fortaleza correspondeu a 93,63%. Os dias de permanência de pacientes com HIV e DM, são maiores, provocando um ônus maior para os cofres públicos e desviando verbas que poderiam ser investidas em outros setores da saúde.
CONCLUSÃO:
No contexto de epidemia pelo HIV e a alta incidência de diabetes mellitus em diversos grupos populacionais, inclusive em indivíduos soropositivos, conclui-se que uma atenção voltada para esses grupos populacionais deve a cada dia tornar-se mais especializada e a Enfermagem como uma profissão responsável pelo cuidado integral deve usar de criticidade para o manejo adequado dessas morbidades, a fim de proporcionar um cuidado de excelência, promovendo ações preventivas para os grupos ainda não acometidos e para a diminuição da frequência e duração de internações hospitalares, além da diminuição das complicações associadas nos indivíduos afetados, contribuindo com benefícios de ordem econômica e social.
Palavras-chave: SIDA, DIABETES MELLITUS, INTERNAMENTO.