64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
ANTAGONISMO DE Trichoderma spp. A FITOPATÓGENOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS DA AMAZÔNIA
Vanessa Pimentel Bernardes 1
Rennan Fortes Silva Cunha 1
Denise Castro Lustosa 1
Thiago Almeida Vieira 1
1. Bolsista PIBIC/Instituto de Biodiversidade e Florestas - UFOPA
2. Bolsista PIBIC/Instituto de Biodiversidade e Florestas - UFOPA
3. Profa. Dra/Orientadora - Instituto de Biodiversidade e Florestas - UFOPA
4. Prof. Dr/Co-Orientador - Instituto de Biodiversidade e Florestas - UFOPA
INTRODUÇÃO:
Os maiores problemas relacionados à doenças de espécies florestais ocorrem durante a germinação e formação de mudas em viveiro, e são geralmente causados por fungos (VECHIATO, 2010). Dentre estes, o gênero Pestalotiopsis é relatado causando doenças em diversas espécies. Para minimizar esses problemas, bem como os impactos negativos ocasionados por medidas convencionais de controle, o fungo Trichoderma pode ser uma alternativa viável no biocontrole de doenças de plantas. Este fungo é eficaz no controle de inúmeros fitopatógenos, principalmente àqueles com estruturas de resistência consideradas difíceis de serem atacadas por microrganismos, além de poder atuar por diferentes mecanismos de ação, como parasitismo, antibiose e competição (MELO, 1998). A avaliação do antagonismo in vitro permite subsidiar a seleção de isolados com potencial para programas de controle biológico de doenças de plantas. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar, in vitro, o efeito antagônico, pelo teste de pareamento, de cinco isolados de Trichoderma no crescimento micelial de quatro isolados de Pestalotiopsis obtidos de espécies florestais da Amazônia
METODOLOGIA:
Foram utilizados como desafiantes, quatro Pestalotiopsis spp. isolados das espécies florestais: Hymenolobium pulcherrimum (angelim pedra), Ocotea neesiana (louro preto), Manilkara huberi (maçaranduba) e Schizolobium amazonicum (paricá) e, como agentes de biocontrole, cinco isolados de Trichoderma spp.:T09, T12 e T52 provenientes de solos rizosféricos de espécies florestais em áreas reflorestadas e matas nativas, da Base de Urucu, Coari- AM, pertencente à unidade da PETROBRÁS e, Tc, Tce isolados de amostras de solos de SAFs com Curauá da comunidade de São Pedro – Eixo Forte no município de Santarém. Um disco de micélio com 0,5 cm de diâmetro dos fitopatógenos e dos isolados de Trichoderma foram colocados equidistantes em placas de Petri com diâmetro de 3,4 cm, contendo meio batata-dextrose-ágar (BDA). A testemunha consistiu apenas do disco dos fitopatógenos. Os fungos foram incubados a 25oC, sob fotoperíodo de 12 horas, durante cinco dias. As avaliações medindo-se o crescimento radial da colônia com o auxilio de uma régua milimetrada. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial, com quatro repetições. As analises estatísticas foram realizadas no programa Assistat Versão 7.6 beta (2011).
RESULTADOS:
Todos os isolados de Trichoderma reduziram o crecimento micelial dos fungos confrontados. Para os efeitos isolados dos tratamentos, no fator Trichoderma , o isolado T52 proporcionou a maior média de redução do crescimento dos fitopatógenos. Dentro do fator fitopatógeno, o isolado de Pestalotiopsis spp. do paricá obteve maior média de redução da colônia. Na interação entre os isolados de Trichoderma e isolados dos fitopatógenos, houve diferença estatística significativa. O menor crescimento micelial se deu na interação Trichoderma 09 e Pestalotiospsis spp. isolado do paricá, com 73% de redução no diâmetro da colônia do fitopatógeno, seguido da interação Trichoderma T52 e Pestalotiopsis spp. isolado de maçaranduba (69% de redução no crescimento). Delgado, et. al (2007), avaliando o efeito antagônico de 12 isolados de Trichoderma pelo método de culturas pareadas na inibição do crescimento de Sclerotinia sclerotiorum verificaram que todos os isolados foram altamente antagônicos ao fitopatógeno. Trabalho semelhante realizado por Silva et. al (2008), para avaliar o antagonismo de diferentes espécies de Trichoderma a Phytophthora citrophthora resultou na inibição do crescimento do fitopatógeno por todos as espécies de Trichoderma , sendo que T. stromaticum porporcionou maior antagonismo.
CONCLUSÃO:
Todos os isolados de Trichoderma avaliados apresentaram efeito antagônico sobre os fitopatógenos confrontados
As maiores reduções no crescimento micelial foram proporcionadas pelos isolados de Trichoderma T09 e T52 para os isolados de Pestalotiopsis de paricá e maçaranduba, respectivamente.
Palavras-chave: Controle Biológico, Trichoderma, Espécies Florestais.