64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA DE EXTRATOS VEGETAIS E SUBSTÂNCIAS PURAS FRENTE A CÉLULAS UTILIZADAS PARA A MULTIPLICAÇÃO DO ROTAVÍRUS
Lucas Ferreira Alves 1
Rodrigo Araújo Lima Rodrigues 2
Alessandra Cristina Gomes Ruiz 2
Geraldo Célio Brandão 3
Erna Gieessien Kroon 2
Jaqueline Maria Siqueira Ferreira 1,4
1. Universidade Federal de São João del-Rei, CCO - Dona Lindu, Divinópolis
2. Laboratório de Vírus, Departamento de Microbiologia, ICB/UFMG, Belo Horizonte
3. Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Farmácia
4. Orientadora
INTRODUÇÃO:
Rotavírus tem sido reconhecido como um dos principais agentes de gastroenterites em recém-nascidos e crianças menores de 5 anos. Apesar de ser disponibilizada uma vacina para crianças de 0 a 2 anos, esta não apresenta total proteção e também não atinge outras faixas etárias cuja doença é altamente prevalente. Na tentativa de combater a gastroenterite causada por rotavírus, torna-se necessário pesquisar novas substâncias derivadas de plantas que sejam eficazes como antivirais. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade biológica in vitro de 8 extratos vegetais e 2 substâncias puras pertencentes às famílias Bignoniaceae, Ochnaceae, Anarcadiaceae e Cecropiaceae frente ao rotavírus humano, amostra SA11.
METODOLOGIA:
Células de rim de macaco Rhesus neonato (MA-104) foram utilizadas para os testes de citotoxicidade e atividade antiviral. Essas células foram expostas a diferentes concentrações que variaram de 200 a 3,1 ug/mL dos extratos por 48h e, posteriormente, o meio foi substituído por uma solução de brometo 3-(4,5-Dimetiltiazol 2-yl)-2,5-difeniltetrazol (MTT) e incubados por 1,5h para calcular a concentração de cada amostra capaz de reduzir a viabilidade celular em 50% (CC50) comparando-se com os controles positivos. Para avaliar a concentração efetiva a 50% (EC50), as células foram incubadas por 1 hora e, posteriormente, as amostras foram adicionadas simultaneamente com o vírus e avaliadas pela técnica colorimétrica do MTT. O índice de seletividade de cada amostra foi calculado pela razão (CC50/EC50) em que valores ≥ 4 foram considerados positivos para atividade antiviral.
RESULTADOS:
Dentre os extratos testados, S-89 (Bignonaceae), S-105 (Ochnaceae) e S-124 (Quercetina) apresentaram atividade antiviral com índice seletividade (IS) 16,62; 8,07 e 70,53, respectivamente. Destaca-se a atividade da substância pura S-124, que apresentou um valor de IS alto comparando-se aos demais, cujo resultado pode ser justificado por se tratar de uma substância isolada pura, o que difere dos extratos brutos.
CONCLUSÃO:
Os extratos e substâncias puras apresentaram atividade antiviral e tornam-se uma importante alternativa na procura de novas drogas efetivas no tratamento das gastroenterites causadas por rotavírus. Futuros testes de caracterização dos mecanismos de inibição antiviral serão feitos para avaliar em quais etapas da infecção viral o extrato apresenta atividade.
Palavras-chave: Rotavirus humano, atividade antiviral, extratos vegetais.