64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS ANELÍDEOS POLIQUETAS NA BAÍA DE SÃO MARCOS, MARANHÃO, BRASIL
Lorena Karine Santos Sousa 1
Allana Stéphanie Tavares Cutrim 1
Rannyele Passos Ribeiro 1
Zafira da Silva Almeida 1
1. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA
2. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA
3. Universidade Estadual do Maranhão- UEMA
4. Profª. Drª.Orientadora/ Depto de Química e Biologia- UEMA
INTRODUÇÃO:
A classe Polychaeta é a mais abundante do filo Annelida, é representada por vermes predominantemente marinhos, bentônicos que possuem uma diversidade de formas corporais e alimentação variada, podendo ser carnívoros, herbívoros, comedores de detritos, suspensívoros, filtradores, dentre outros. Assim o presente trabalho teve objeto de descrever a distribuição espacial dos poliquetas da endofauna de manguezais da Baía de São Marcos, Maranhão, Brasil.
METODOLOGIA:
As coletas foram realizadas em dois locais distintos na Baía de São Marcos, um no Igarapé Buenos Aires, próximo a Região portuária do Itaqui, nas coordenadas 2º35'57,7''S; 44º21'09,4''W e outro na Ilha dos Caranguejos, próximo ao Igarapé Tronco, localizado a 2º49'56,24''S; 44º29'41,92''W. Em cada local de amostragem foi delimitado um transecto de 100 m, sendo determinado 3 pontos ao longo de 50 m para o estabelecimento de zonação: P1 (mesolitoral inferior, próximo ao infralitoral), P2 (mesolitoral intermediário) e P3 (mesolitoral superior). A retirada de sedimentos foi realizada com auxílio de testemunho coletor confeccionado em tubo PVC com 1 m de comprimento, 10 cm de diâmetro e bordas serrilhadas. As amostras coletadas foram triadas em peneiras de malhas 2 mm, 1 mm e 0,5 mm, em seguida fixadas em formol a 4% e conservadas em álcool etílico a 70%. O material biológico passou por uma nova triagem sob o microscópico estereoscópico e óptico, onde foram identificados e acondicionados em recipientes, no Laboratório de Pesca, Biodiversidade e Dinâmica Populacional de Peixes da UEMA.
RESULTADOS:
No igarapé Buenos Aires foram encontrados 411 exemplares de anelídeos poliquetas (índice de Shannon = 1, 441; Pielou = 0,6556), sendo mais abundante que a Ilha dos Caranguejos com 171 indivíduos (Shannon = 1,173; Pielou = 0,6026). As famílias encontradas foram: Ampharetidae (78), Capitellidae (340), Lumbrineridae (22), Nephtyidae (20), Nereididae (38), Orbiniidae (5), Paraonidae (48), Pilargidae (10) e Syllidae (21), todas estiveram presentes no Igarapé Buenos Aires, entretanto na Ilha dos Caranguejos apenas 7 famílias foram encontradas, com exceção das famílias Lumbrineridae e Pilargidae. Em ambos locais de coleta, a família mais abundante foi Capitellidae que ocorreu em todos os pontos de coleta, provavelmente porque seu hábito de vida escavador e alimentação detritívora são favoráveis às condições dos manguezais estudados. Nas regiões próximas ao infralitoral (P1) dominam as famílias Capitellidae, Ampharetidae e Paraonidae, no mesolitoral intermediário (P2) as famílias Capitelidae, Nereididae e Paraonidae e nas próximas ao supralitoral (P3) os Capitellidae, Ampharetidae e Syllidae.
CONCLUSÃO:
Em geral, os poliquetas da Baía de São Marcos têm ampla distribuição ao longo do mesolitoral (pelo menos 100 m) e os fatores como granulometria, salinidade, oxigênio dissolvido e relações ecológicas, como competição interespecífica, são determinantes nos padrões de distribuição do grupo, havendo necessidade da continuidade dos estudos para determinar pontualmente as interferências abióticas e biológicas no padrão de distribuição do grupo para área em estudo.
Palavras-chave: Poliquetas, Manguezal, Distribuição espacial.