64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 6. Medicina Veterinária
ESTUDO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DE CARROCEIROS ATENDIDOS PELO PROJETO CAVALO DE CARROÇA SADIO NA UEMA –CESI DE IMPERATRIZ- MA
Ingrid Karoline Alves de Queiroz 1
Lôrrana Cortêz da Silva 1
Luanna Cortêz da Silva 1
Pâmela Rodrigues da Silva 1
Dourival Sipião da Silva Júnior 1
Manoel de Oliveira Dantas 2
1. Estudante de graduação- Depto de Ciências Agrárias-UEMA CESI
2. Prof. Dr./Orientador -Depto de Ciências Agrárias-UEMA CESI
INTRODUÇÃO:
Inúmeras cidades brasileiras contam, atualmente, com um grande cinturão de pobreza em sua volta. Trata-se de aglomerados de pequenas casas, onde vivem pessoas de classe baixa, grande parte desempregada e com pouca ou nenhuma instrução. Muitas dessas famílias vivem da renda gerada pela venda de vários produtos (leite e derivados, verduras, legumes, frutas, plástico, metais, papel, etc.), transportados através de carroças puxadas por cavalos.
Esses animais vivem sob péssimas condições nutricionais, além de carregarem peso superior ao recomendado, muitos deles sem nenhum cuidado sanitário, Neves (1997). Em Imperatriz-Ma a atividade de carroceiro é bastante difundida, sendo a principal fonte de renda para cerca de 680 famílias, segundo dados da Associação dos Carroceiros de Imperatriz (ACI).
Os carroceiros ao serem avaliados possuem pouca escolaridade e grau de informação e isso está evidenciado pelo tratamento dado aos equinos. O presente trabalho teve como objetivo mapear o nível social e econômico dos carroceiros na cidade de Imperatriz-MA dentre eles: faixa etária, renda familiar, grau de escolaridade, jornada de trabalho, tipo de alimentação ofertado ao animal pelos carroceiros e registrar o número de programas do governo federal em que os mesmos estão inseridos.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado na cidade de Imperatriz – MA no período de agosto de 2011 a março de 2012 por um grupo de acadêmicos bolsistas e voluntários do curso de Medicina veterinária da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) que dentro do projeto Cavalo de Carroça Sadio foi realizado entrevistas com 143 carroceiros. Para o controle dos dados, foi feito um cadastro dos carroceiros de diferentes bairros da cidade: Mercadinho, Vila Nova, Santa Rita, Nova Imperatriz, Bacuri, Parque Anhaguera, dentre outros que através da ficha clínica de atendimento semanal agendado, foi colhido informações socioeconômicas dos mesmos.
RESULTADOS:
De todos os carroceiros entrevistados, com diferentes faixa etárias:10 a 20 anos(13,28%) 21 a 30 anos(12,58%), 31 a 40 anos(16,08%), 41 a 50 anos (23,07%) e mais de 50 anos (34,96%).O grau de Escolaridade revelou que 44,05% são analfabetos, 40,56% possuem o Ensino Fundamental incompleto, 6,99% possuem Ensino Fundamental completo, 6,99% possuem Ensino Fundamental incompleto e 1,4 % possuem Ensino Médio Completo. A renda familiar mensal obtida através do uso de cavalos de tração, mostrou que 7,69% ganham de 100,00 a 200,00 reais, 24,47% ganham R$201,00 a R$ 300,00, 23,77% ganham de 301,00 a 400,00, 41,96 % ganham mais de 400,00 reais e 2,09% não informaram sua renda mensal.
A jornada de trabalho com o animal de 0 a 5 h corresponde a 55,94%,6 a 8 h foi de 23,78%, mais de 8 h foi de 16,08% e os que não informaram somam 4,19%.Os carroceiros que fornecem milho aos cavalos representam 46,15%; ração com farelo 5,59%; o pasto 29,37% e palha de arroz 2,09%. A ração com pasto somam 3,48% e pasto com farelo de 13,28 %.Dentre os programas sociais que os familiares dos carroceiros estão inseridos: 58,04% não participam de nenhum programa social, 22,37% participam do programa bolsa escola, 17,5% participam do programa bolsa família e 2,09% participam de outros.
CONCLUSÃO:
Diante da situação econômica e social dos carroceiros entrevistados, percebe-se que a maioria dos avaliados possuem mais de 50 anos de idade e são analfabetos, sendo que o baixo nível escolar dificulta o acesso às técnicas de nutrição e manejo dos equinos.
A jornada de trabalho em média dos carroceiros de Imperatriz-Ma é de 5 horas por dia, sendo submetidos a exercícios físicos intensos, aliados ao clima quente e úmido da cidade e a alimentação basicamente de milho, aumentando os problemas articulares nos animais. O pasto utilizado não supre as necessidades nutricionais dos animais de tração, na qual este quadro leva a uma queda da imunidade dos animais muitas vezes impossibilitando-os ao trabalho e gerando perdas econômicas aos seus proprietários. A renda familiar oscilou de 300,00 a 400,00 reais mensais, sem participação em programas do Governo Federal, o que intensifica o nível de pobreza dos carroceiros. Com isso, têm-se a necessidade de se criar medidas públicas que possam auxiliar estes carroceiros no que diz respeito ao manejo alimentar e o bem estar destes animais, que são a fonte de sustento destas famílias, melhorando assim o aproveitamento econômico e o uso correto da força animal.
Palavras-chave: carroceiros, analfabetos, nível social.