64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva |
ACOLHIMENTO AO PACIENTE COM SÍNDROME DE DOWN NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO |
Rafael Ferreira 1 Giovanna Speranza Zabeu 2 Amanda Tragueta Ferreira 3 Dagma Venturini Marques Abramides 4 Dionísia Aparecida Cusin Lamônica 5 Nilce Emy Tomita 6 |
1. Graduando de Odontologia – Faculdade de Odontologia de Bauru/Universidade de São Paulo (FOB/USP) 2. Graduanda de Odontologia – FOB/USP 3. Fonoaudióloga – Bauru/SP 4. Departamento de Fonoaudiologia – FOB/USP 5. Departamento de Fonoaudiologia – FOB/USP 6. Profa. Dra./Orientadora - Dep. de Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva – FOB/USP |
INTRODUÇÃO: |
Possuir uma boa saúde bucal é fundamental no processo saúde-doença, repercutindo diretamente sobre a saúde sistêmica do indivíduo. A Odontologia adquire ainda maior importância quando nos referimos aos pacientes com necessidades especiais, como àqueles que possuem Síndrome de Down (SD), promovendo desde a reabilitação dos aspectos funcionais como também fonte de inserção social. A relação profissional-paciente é um dos fatores para o sucesso do tratamento odontológico, necessitando do cirurgião dentista (CD) conhecimento dos aspectos peculiares da SD e do indivíduo. Porém, é restrito o número de profissionais que realizam um atendimento adequado, sendo esse um importante obstáculo encontrado por esses pacientes para o estabelecimento da saúde bucal. Muitos CDs desconhecem estratégias e formas de manejo para atender esse público, que tem crescido cada vez mais, necessitando assim de profissionais habilitados e preparados. Na literatura científica é escasso o número de trabalhos que abordam os fatores relacionados ao CD frente ao atendimento a um paciente com SD. Este estudo qualitativo propôs analisar algumas estratégias de abordagem do paciente com SD durante o tratamento odontológico, segundo as percepções dos odontopediatras, sob a perspectiva do acolhimento. |
METODOLOGIA: |
Anteriormente a sua aplicação, foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Odontologia de Bauru (Protocolo nº 116/2010). Foi realizada a aplicação de um questionário com questões abertas e de múltipla escolha a odontopediatras no município de Bauru-SP (Brasil). As perguntas eram referentes às dificuldades, formação e preparo profissional, e estratégias no atendimento odontológico ao paciente com SD que favoreçam o acolhimento. Para a análise das respostas, foi utilizada a figura metodológica “discurso do sujeito coletivo”, caracterizando uma pesquisa qualitativa. |
RESULTADOS: |
Foram entrevistados 16 odontopediatras, sendo 13 do gênero feminino e 3 do gênero masculino. Em relação às principais dificuldades relacionadas ao tratamento odontológico a esses pacientes, foram relatados que 64% devido ao comportamento e manejo, 12% a introdução ao atendimento, aspectos anátomo-fisiológicos (como a pseudomacroglossia) e desconhecimento de doenças sistêmicas representam 9% cada item e 6% adesão familiar. O contato clínico na graduação ainda é deficiente (somente 7 tiveram contato), porém quando vivenciado, permite segurança na atuação clínica. A maioria desconhece ou nega que exista/necessite de um procedimento relacionado especificamente ao paciente com SD. Em relação ao preparo, 81% sentem-se preparado, porém diretamente influenciados de acordo com o comportamento, cooperação e grau de comprometimento sistêmico desses pacientes. Acreditam que a melhora no atendimento ocorrerá com mudanças na formação/capacitação profissional, seguidas por adesão familiar e recursos/apoios, gerando maior segurança no acolhimento e manejo clínico no cuidar desses pacientes. |
CONCLUSÃO: |
As análises dos discursos nos mostram que os odontopediatras consideram o atendimento odontológico ao paciente com SD semelhante ao atendimento odontopediátrico “comum”, contudo, reconhecem as particularidades referentes às alterações sistêmicas e comportamentais desses pacientes. O acolhimento é tido como uma abordagem amável durante a introdução do paciente aos procedimentos invasivos, porém ainda muito desconhecido por grande parte dos CDs, mostrando uma lacuna na formação profissional que comprometerá o atendimento odontológico a esse público. |
Palavras-chave: Síndrome de Down, Acolhimento, Pessoas com Deficiência. |