64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional
CONHECER A ORIGEM DO CANGAÇO E SUA ROTA NO ENSINO FUNDAMENTAL: LAMPIÃO NEM HEROI, NEM BANDIDO, A HISTÓRIA
Josicleide Bezerra Barros 1
Edleusa Ferreira Pereira 1
Rejane Calado Pereira 1
Maria de Fátima Silva Oliveira 1
Adriana Pessoa Ferreira 1
Luciana Vieira Demery 1
1. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SERRA TALHADA - PE
INTRODUÇÃO:
Este trabalho representa uma prática pedagógica vivenciada pelos professores e estudantes do Colégio Municipal Cônego Tôrres localizado em Serra Talhada, Pernambuco com objetivo de identificar os fatos e as origens que fizeram a verdadeira história do cangaço.
O cangaço é um tema polêmico na região do sertão pernambucano, surgiu em meados do século XIX e início do século XX. Sobretudo quando o assunto integra o currículo do ensino de história de geografia buscam-se informações numa perspectiva regional. Serra Talhada é a cidade natal do Virgulino Ferreira da Silva – Lampião.
Diante desse fato registram-se diversas famílias que fazem parte da árvore genealógica do cangaceiro e ao mesmo tempo pessoas que fazem parte da família do Zé Saturnino a pessoa considerada nos fatos escritos e orais como inimigo do Lampião.
A cidade foi palco da história e convive com várias versões, entre elas a de herói e bandido. A escola como uma instituição formadora pretende buscar metodologia adequada para abordar o tema, considerando que as informações sobre Lampião nem herói nem bandido, seja o foco das discussões em sala de aula, e possam retratar os verdadeiros fatos e origens, além de colocar-se neutra na relação entre defensores e acusadores da historia do cangaço.
METODOLOGIA:
Entrar no limiar da pesquisa sobre o cangaço provoca dúvidas levando a busca incansável de fatos históricos que concretizem os depoimentos escritos e as histórias contadas orais. Os relatos encontrados nas pesquisas constatam que a origem do cangaço se deu por questão social e fundiária do nordeste brasileiro; a prática do cangaço marcou as vidas do povo nordestino.
Foi momentos que marcaram uma época de revoltas, violência onde grupos de homens armados migravam pelos sertões, buscando sobreviver a um período de perseguições, fome e injustiças.
Não há como falar só do lado negativo do cangaço, pois este movimento também marcou a cultura brasileira e contribuiu com diversos fatores da cultura regional, tais como: vestimentas, música, danças, artesanato, religião, escritos populares, entre outros. Quando citamos vestimentas é importante registrar o estilo do cangaço, a música o forró a dança xaxado a literatura de cordel.
A pesquisa de campo, as entrevistas com pessoas das famílias que conheceram Lampião e Saturnino, as análises dos objetos pertencentes aos cangaceiros que se encontram expostos no museu do cangaço em Serra Talhada, foram atividades desenvolvidas com metodologia que favoreceu a construção do conhecimento do tema estudado.
RESULTADOS:
Conhecer a trajetória de Virgulino Ferreira da Silva “Lampião” desde seu nascimento até a morte, e sua atuação no cangaço, faz parte do currículo de história e geografia regional. No entanto algumas informações não são de fácil acesso.
Este trabalho contou com relatos de pessoas, e pesquisadores da localidade, além de pesquisas de campo para identificar fatos e origens da história. Tais como: Lampião nasceu em 1897 no sertão pernambucano na cidade de Serra Talhada que na época chamava-se Vila Bela, morreu em 1938 em Sergipe. Não podemos deixar de destacar a pesquisa realizada sobre a origem do nome “Lampião” – que foi dado numa noite de muito tiroteio, devido à habilidade com o rifle, que na seqüência dos tiros formava um grande clarão que de longe parecia um lampião.
Outro destaque da pesquisa foi à forma como ele conheceu Maria Bonita nas suas andanças chegou à cidade de Capela – SE, lá encontrou uma mulher que chamou sua atenção pela beleza, entrou na residência da Maria Bonita que era casada e ordenou que seguisse com ele a batalha do cangaço, a mesma obedeceu e abandonou a família para segui-lo, tiveram uma filha que se chama Expedita.
A pesquisa abordou a história da morte do bando e a forma de extermínio utilizado na época. Sobretudo quando foi divulgado que as cabeças dos cangaceiros ficariam no museu em Maceió e depois levadas para Bahia, onde passaram mais de trinta anos no Museu Nina Rodrigues. Por determinação da justiça a pedido de Dadá esposa de Corisco foi feito o enterro.
CONCLUSÃO:
Diante desses fatos e outros pesquisados durante todo estudo concluímos que os estudantes construíram uma aprendizagem significativa sobre a história do cangaço e puderam tirar suas próprias conclusões sobre o processo histórico e geográfico da época. Além da contribuição para história de Serra Talhada dos sertanejos e do Brasil.
Entender as diversas faces da história contribuiu para que os estudantes e professores pudessem analisar as formas do conhecimento humano, sendo científico e de senso comum. Considerando que pesquisadores apontam fatos do cangaço tendo como foco outras informações que fundamentam a pesquisa. Enquanto moradores retratam pelo conhecimento populares causos, lendas e crendices sobre Lampião e seu bando.
Palavras-chave: HISTÓRIA, GEOGRAFIA, SERTÃO NORDESTINO.