64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
A FEIRA CIÊNCIA JOVEM COMO INCENTIVO PARA A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA ESCOLA
Will Bezerra 1
Edilena Albuquerque Vieira 1
Jamerson Lopes Praxedes 1
Alcântara Rodrigues do Nascimento 1
Marcella Estanislau Marinho 1
Antonio Carlos Pavao 2,3
1. Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco – SECTEC/PE
2. Prof. Dr./Orientador - Espaço Ciência/SECTEC
3. Prof. Dr./Orientador - DQF - UFPE
INTRODUÇÃO:
A Ciência Jovem , Feira de Ciências realizada pelo Museu Interativo Espaço Ciência em Pernambuco, chega ao seu 17º ano com uma novidade. Além de reunir cerca de 10 mil visitantes e 300 trabalhos científicos produzidos em escolas públicas e privadas, no ano de 2011 contou com representantes de TODOS os Estados brasileiros, consolidando-se como uma das principais feiras nacionais de divulgação da ciência. Dividida em categorias e abrangendo os níveis de ensino desde a educação infantil até o ensino médio, a Ciência Jovem envolve a apresentação de trabalhos selecionados nas mais diversas áreas do conhecimento. Isto faz dela um espaço de prestígio para estudantes e professores participantes, um local ímpar de convivência, aprendizado, observação e questionamentos, estimulando o surgimento de novos cientistas. Dentre as cinco categorias que formam a feira, uma em especial, denominada Desenvolvimento Tecnológico, se destaca por seu objetivo: incentivar jovens pesquisadores do Ensino Médio a pensar em projetos na área de inovação tecnológica, estratégica para o país. Investigar como e por que os alunos sentiram-se atraídos para esta categoria foi o objetivo central deste trabalho, visando ampliar ações que incentivem e atraiam mais jovens para a área da pesquisa científica.
METODOLOGIA:
Durante a realização da Feira, que ocorreu entre os dias 26 e 28 de outubro de 2011, os participantes da categoria Desenvolvimento Tecnológico foram convidados a preencher um questionário contendo 12 perguntas sobre a importância de divulgar o trabalho na Ciência Jovem, as mudanças ocorridas no aprendizado e o possível impacto causado pela aplicação de seu Projeto para sua comunidade, seu Estado ou para o país. Dos 53 trabalhos inscritos, compareceram ao evento 47, dos quais 30 responderam ao questionário feito por intermédio de entrevista. Isto representa um total de 30 Instituições de Ensino, 30 Professores e 60 Alunos entrevistados, uma vez que cada trabalho é apresentado por uma equipe de no mínimo um professor e dois alunos. As questões para uma sondagem acerca do desempenho escolar a partir do envolvimento no trabalho versaram sobre o surgimento da ideia do trabalho, seu financiamneto, o impacto causado na aprendizagem dos alunos e quais disciplinas foram envolvidas no desenvolvimento do Projeto. Das 12 questões propostas, três são subjetivas e todas foram respondidas num momento de consenso entre toda a equipe. Os questionários foram analisados e seus dados compilados para apresentação neste trabalho.
RESULTADOS:
Os trabalhos apresentados na categoria Desenvolvimento Tecnológico possuem as seguintes caracterísitcas gerais: encontraram dificuldades materiais e de equipamentos para serem realizados, as ideias surgiram a partir dos alunos e professores em conjunto e o financiamento foi da própria equipe e de seus familiares. Os alunos e pais de alunos são os que mais investem nos Projetos, seguido de professores, Escola e Instiuição pública de fomento. Não foi registrado nenhum investimento privado, embora, segundo os próprios alunos, os Projetos abram muitas perspectivas de comercialização. A execução dos projetos causou um impacto positivo na formação de um futuro pesquisador. Uma melhora em sala de aula também foi percebida pelos entrevistados, além da percepção de que houve um interesse de outros grupos da mesma escola em realizar trabalhos científicos. Foram citadas voluntariamente as disciplinas de Química (20 ocorrências), Física (18), Português (16), Biologia (15), Matemática (15), Geografia (3) e ainda conhecimento nas áreas de Artes, História e Língua Estrangeira (espanhol) como sendo contemplados pelo Projeto. Vale destacar que, como todos os trabalhos devem apresentar um Diário de Bordo contendo registros detalhados sobre o projeto, ocorreu um ganho significativo em Português.
CONCLUSÃO:
Ao analisar os dados colhidos nos trabalhos que envolvem inovação tecnológica durante a 17a Ciência Jovem, observa-se que há grande motivação para o desenvolvimento de Projetos de investigação científica na Escola e que a principal dificuldade enfrentada é a falta de materiais e equipamentos na Escola e de apoio financeiro, sendo que os recursos em sua maioria são provenientes dos próprios idealizadores do Projeto. Faz-se necessária, desta forma, uma contrapartida maior, tanto das próprias Instituições, quanto das esferas governamentais e/ou privadas na tentativa de estimular ainda mais os alunos a desenvolverem novas tecnologias que serão bastante úteis na solução de problemas enfrentados por suas comunidades, pelo estado ou o país.
Palavras-chave: Divulgação científica, Inovação Tecnológica, Feira de Ciências.