64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia
A ORIGINALIDADE DO IDEALISMO HEGELIANO
Baltazar Macaiba de Sousa 1
Gleidimar Alves de Oliveira 2
1. Prof. Dr. / Depto de Ciências Sociais do CCAE - UFPB
2. Profa. MS / Depto de Filosofia e Ciências Sociais - UEPB
INTRODUÇÃO:
O trabalho descreve como o idealismo hegeliano é uma filosofia do espírito distinta da de Kant, da de Fichte e da de Schelling, porque ao Hegel refletir sobre a oposição entre o espírito e mundo sensível, concebe a arte e a religião como as primeiras formas de manifestações concretas do espírito de um povo, advogando que a arte e a religião encontram na filosofia suas unidades. Entende que a arte e a filosofia transcendem o sensível (a matéria), visto que a objetividade sensível da arte se eleva ao pensamento e a religião une-se à filosofia, momento em que a subjetividade religiosa se purifica quando se realiza no pensamento. Logo, no idealismo hegeliano há uma relação entre arte, religião e filosofia, essa relação reside no fato de serem manifestações do absoluto, ou seja, formas distintas do absoluto se realizar.
METODOLOGIA:
Quanto à metodologia, recorreu-se aos estudos e análises de textos bibliográficos, pesquisas e exploração dos centros virtuais de investigação filosóficas e científicas em universidades. A pesquisa desenvolveu-se a partir das obras de juventude de Hegel e as análises foram tomadas a partir do pensamento exposto principalmente na obra Fenomenologia do Espírito. Desse modo, foi uma pesquisa teórica e filosófica sobre a originalidade do idealismo hegeliano que se insere nas reflexões sobre lógica e metafísica, porque a lógica “é a metafísica propriamente dita ou a filosofia especulativa pura”. (Hegel).
RESULTADOS:
Os resultados da pesquisa reforçam os argumentos que são nas obras de juventude de Hegel que encontramos os primeiros elementos da originalidade do seu pensamento, principalmente no que diz respeito ao drama humano como centro da filosofia do espírito, posto que sua primeira filosofia é a descrição da organização social de um povo, de uma nação, que vai desde os elementos mais simples, como a família, até chegar ao topo da organização das relações sociais, das instituições mais abstratas (espirituais) como o Estado e a religião – primeiras manifestações do absoluto. Significa que para o idealismo hegeliano as instituições mais simples bem como as mais complexas (Estado, religião, filosofia) são grandezas espirituais objetivas e subjetivas. Nesse sentido, o idealismo hegeliano se opôs e desenvolveu-se contra as posições dos filósofos da natureza quanto à posição de Kant, Fichte e Schelling em relação à religião. Hegel desenvolve uma concepção histórica da religião como manifestação do espírito concreto de um povo, idéia que vinha se desenvolvendo no século XVIII, mas que Hegel as supera dando mais ênfase aos aspectos históricos.
CONCLUSÃO:
As conclusões são de que na obra Fenomenologia do Espírito, que se encontra metodologicamente nos textos juvenis de Hegel, há um esforço dele para chegar à filosofia, desenvolvendo de forma original e genial a experiência viva no plano da reflexão filosófica, transportando para o plano da categorial toda sua cultura sobre o drama humano, sobre a vida dos povos, sobre o cristianismo, judaísmo, sobre a arte. Portanto, a originalidade do idealismo hegeliano pode ser identificada nos seus textos de juventude e nos que iniciam em 1807 com a publicação de Fenomenologia do Espírito nos quais Hegel já pensava “a vida espiritual como vida do povo”, utilizando os termos: “alma de um povo”, “gênio de um povo” e “espírito de um povo”.
Palavras-chave: idealismo, hegeliano, religião.