64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 1. Biologia da Conservação |
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL FOTORREMEDIADOR DAS ESPÉCIES Pistia stratiotes, Eichhornia Crassipes E Vetiveria zizanioides NO TRATAMENTO DAS ÁGUAS DO IGARAPÉ DO QUARENTA |
José Cintra Rodrigues 1 Acilino Carmo Canto 2 Silvia Justiniano 3 Otilene Santos Mattos 4 |
1. Aluno do Mestrado Profissional em Biologia Urbana - Universidade Nilton Lins. Manaus – AM. 2. Prof. Dr. - Universidade Nilton Lins. Manaus – AM. 3. Profª. Dra. - Universidade Nilton Lins. Manaus – AM. 4. Profª. Dra/ Orientadora - Universidade Nilton Lins. Manaus – AM. |
INTRODUÇÃO: |
Uma importante parcela do processo de contaminação pode ser atribuída às atividades industriais, esgotos sanitários e resíduos domésticos. No Brasil, a situação é alarmante, pois mais de 80% dos municípios depositam os resíduos em locais a céu aberto, em cursos d’água ou em áreas ambientalmente protegidas, provocando alterações nas propriedades físicas e químicas da água, o que pode resultar em profundas e severas alterações ecológicas no ambiente aquático. Em função deste panorama, muitos estudos têm sido realizados buscando desenvolver tecnologias capazes de acelerar a retirada desses compostos dos cursos d’água, promovendo a sua descontaminação. Dentre essas técnicas destaca-se a fitorremediação. A fitorremediação é o processo em que plantas são utilizadas para remover ou reduzir poluentes no ambiente. Este processo biotecnológico de remediação tem sido intensamente pesquisado e recomendado pela comunidade cientifica atual como uma alternativa viável para o tratamento de ambientes contaminados. O objetivo deste trabalho foi avaliar e selecionar espécies de plantas adaptadas às condições amazônicas, com capacidade de absorver e reduzir a quantidade de metais pesados através do processo de fitorremediação, visando sua utilização na recuperação de corpos hídricos na cidade de Manaus/AM. No experimento foram utilizando as espécies Pistia stratiotes (Alface d’água), Eichhornia crassipes (Aguapé) e Vetiveria zizanioides (Vetiver). |
METODOLOGIA: |
O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Nilton Lins, localizada no município de Manaus, Amazonas. O período de condução do experimento foi de setembro a dezembro de 2011. A água do igarapé do Quarenta foi coletada e transportada para o local de realização do experimento para o abastecimento de 12 (doze) tanques plásticos com capacidade para 75 litros e 6 (seis) foram abastecidos com água do poço da Nilton Lins para serem utilizados como controle, totalizando 18 tanques. No experimento foi utilizado o delineamento de Blocos ao Acaso, com 3 tratamentos (plantas), sendo colocadas 15 (quinze) mudas em cada tanque e 4 repetições de cada espécie. No inicio do experimento foi avaliado os parâmetros físico-químicos e microbiológicos da agua, após 30 dias e 60 dias foram realizadas novas análises para acompanhamento das mudanças decorrentes do tratamento ao qual foram submetidas. As análises foram realizadas pela empresa Microlab, sendo utilizada a metodologia descrita pelo método de referência: Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA-AWWA-WEF, 21ª Edição, sendo os resultados comparados com a resolução CONAMA 20/86. |
RESULTADOS: |
O resultado da análise inicial dos parâmetros físico-químicos da água demonstrou um ambiente contaminado pelos metais cádmio 0,0051mg/L, cobre 0,0197mg/L, chumbo 0,0082mg/L e cromo 0,0462mg/L, corroborando estudos anteriores. Essas altas concentrações de metais, com valores fora dos padrões estabelecidos pelos órgãos ambientais, relacionam-se diretamente com as atividades industriais desenvolvidas em seu entorno. Na análise seguinte, após 30 dias as amostras de água que foram submetidas ao tratamento de fitorremediação utilizando as espécies Eichhornia crassipes e Vetiveria zizanioides não apresentavam uma quantidade detectável dos metais, sendo estes menores que o limite de detecção para cádmio <0,0030mg/L, cobre <0,0018mg/L, chumbo <0,0068 e cromo <0,0353, sendo estes valores confirmados na terceira e ultima coleta após 60 dias. Resultados semelhantes foram obtidos no tratamento de chorume com o Vetiveria zizanoides e na remoção de metais pesados de efluentes industriais utilizando a macrófita Eichornia crassipes. O alface-d’água (Pistia stratiotes) se mostrou pouco resistente ao processo de aclimatação em um ambiente controlado, apresentando após 20 dias um quadro de clorose (amarelamento das folhas) o que tornou sua utilização inviável na continuação do experimento. |
CONCLUSÃO: |
A fitorremediação se apresentou como uma técnica eficiente no processo de tratamento da água do igarapé do Quarenta, através da utilização de espécies com potencial fitorremediador como a Eichhornia crassipes e Vetiveria zizanoides, sendo que ambas se mostraram eficientes no tratamento da água do contaminadas por metais pesados. |
Palavras-chave: Fitorremediação, Macrófitas, Vetiveria zizanioides. |