64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia
Susceptibilidade in vitro de bactérias patogênicas ao extrato hidroalcóolico de Mangifera indica Linneau
Joucivan Rolim Facundes Júnior 1
Ana Paula Meneses Garcia 2
José Fábio França Orlanda 3
1. Estudante de Iniciação Científica - Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC), Universidade Estadual do Maranhão, Campus de Imperatriz
2. Estudante de Especialização - Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC), Universidade Estadual do Maranhão, Campus de Imperatriz
3. Prof. DSc./Orientador - Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC), Universidade Estadual do Maranhão, Campus de Imperatriz
INTRODUÇÃO:
As plantas são uma fonte importante de produtos naturais biologicamente ativos, sendo que muitos dos quais se constituem em modelos para síntese de um grande número de fármacos. A planta Mangifera indica L. pertencente à família Anacardiácea é nativa da Índia, e seu fruto é popularmente conhecido por manga, é largamente encontrada em várias regiões tropicais e subtropicais. Apresenta indicações na medicina no tratamento de bronquites crônicas, algumas afecções do peito, no combate a disenteria e hemorragias intestinais, ação diurética e estimulante da função láctea. No amadurecimento dos seus frutos faz-se um doce estomáquico que é utilizado na cura da debilidade ou atonia dos órgãos gastrointestinais e suas folhas são adstringentes. O intenso uso de substâncias antimicrobianas favorece o surgimento de microrganismos resistentes e assim, quanto maior for a sua utilização em seres humanos e animais, maior será a sua disseminação. Com isso, as bactérias criaram resistência a muitos antimicrobianos e em consequência disso existe uma procura por novas fontes terapêuticas que sejam mais eficientes no combate a infecções, como no caso das bacterianas. Assim, o presente artigo tem como objetivo estudar a ação antimicrobiana do extrato hidroalcoólico de Mangifera indica L., frente ao crescimento de bactérias patogênicas e investigar os constituintes fitoquimicos.
METODOLOGIA:
As partes aéreas (mistura de folhas e caules) da espécie vegetal em estudo foram coletadas nas dependências do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz e encaminhadas para o Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC). O extrato hidroalcoólico foi preparado segundo a metodologia de Moreira (1979) modificada por Nakashima (1993). Os extratos foram submetidos a uma investigação dos constituintes químicos por classe metabólica de acordo com o Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais (BARBOSA et al., 2004) e MATOS (1997). As análises espectrofotométricas dos grupos funcionais presentes nos extratos foram observadas empregando espectrofotômetro FEMTO 800 XI. A atividade antimicrobiana foi verificada pelo método de difusão em disco de papel (tipo 3 com 6 mm de diâmetro) no meio gelosado Müller Hinton (Oxoid), de acordo com a Norma M07-A8 (CLSI, 2009). Foram utilizados discos de 6 mm de diâmetro, embebidos com 20 μL de uma solução a 100 mg/mL dos extratos em estudo. As placas foram incubadas a 35 °C durante 24 h. Os testes foram realizados em triplicata e os resultados expressos em mm pela média aritmética do diâmetro dos halos de inibição formado ao redor dos discos nas 3 repetições.
RESULTADOS:
Os resultados mostraram que a prospecção fitoquímica dos extratos etanólicos das folhas e caule de Mangifera indica L. fresca resultaram na presença de saponinas, alcalóides, açucares redutores, fenóis e taninos, esteróides e triterpenóides, constituintes químicos que evidenciam sua ação antimicrobiana, no entanto, foi negativo para flavonóides. No extrato etanólico do material vegetal seco não foram encontrados a presença de fenóis e taninos. análises espectrofotométricas dos extratos fresco e seco de Mangifera indica L., mostram picos de absorção máxima no comprimento de onda variando de 250 a 500 nm. Nessa região temos a indicação da presença de compostos fenólicos nos extratos. O extrato fresco demonstrou melhor atividade contra maior número de microrganismos ensaiados (Salmonela sp., Citrobacter freundii , Enterobacter sakazakii, Escherichia coli e Proteus mirabilis.), bem como, por apresentar valores de CIM, portanto, mais efetivos. Essa maior atividade pode estar relacionada á presença de classes de alcalóides e fenóis e taninos existentes neste extrato. No entanto, o extrato seco se apresentou menos eficiente sobre as bactérias patogênicas.
CONCLUSÃO:
A planta em estudo apresentou melhor potencial alternativo no tratamento contra bactérias patogênicas, para o extrato fresco hidroalcoólico de suas folhas e caules. Portanto, percebe-se que a planta deve ser estudada com mais profundidade, visando demonstrar melhor a sua segurança e eficácia, já que a planta apresenta classes metabólicas importantíssimas que podem ser utilizadas em diversos tratamentos alternativos, já que ela em si é encontrada com muita facilidade em muitas regiões.
Palavras-chave: Mangifera indica L., bactérias patogênicas, Atividade antimicrobiana.