64ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES EMULSIFICANTES NA PRODUÇÃO DE LIPASES POR DIFERENTES FUNGOS FILAMENTOSOS POR FERMENTAÇÃO SUBMERSA.

Anaídia Lopes da Costa 1 Laís Jéssica de Oliveira Veloso 1 Juelina Oliveira dos Santos 1 Tânia Maria da Silva Lima 2

1. Depto de Química - UFPI 2. Profa. Dra./ Orientadora -Depto de Química - UFPI

INTRODUÇÃO:

As enzimas são biocatalizadores ativos e versáteis, que realizam uma série de transformações de modo seletivo e rápido, favorecendo o seu emprego em processos biotecnológicos. Enzimas lipolíticas podem ser obtidas a partir de fontes animais, vegetais e microbianas, entretanto, a maioria das lipases comerciais é proveniente de fontes microbianas. Na produção de lipases a partir de fungos, os substratos lipídicos atuam como indutores em muitas espécies, nos quais as lipases são produzidas constitutivamente. Essa produção pode ser influenciada por diferentes variáveis, como o microrganismo produtor da enzima, fontes de carbono e nitrogênio, presença de indutores, presença de estimuladores e inibidores, temperatura e pH do meio. Dentre esses, os surfactantes podem ser utilizados para aumentar a permeabilidade celular e facilitar a secreção de enzimas. Biossurfactantes são moléculas anfipáticas que contêm partes hidrofílicas e hidrofóbicas e atuam em interfaces as quais possuem polaridades diferentes. O presente trabalho visa contribuir com informações relevantes para esses estudos, tendo como objetivo avaliar o efeito de diferentes fontes de emulsificantes, em diferentes concentrações, na produção de enzimas lipolíticas extracelulares por fungos filamentosos, utilizando a FS.

METODOLOGIA:

Os fungos utilizados foram cultivados em BDA a 30 °C por sete dias para a obtenção de esporos. A concentração de esporos foi determinada por contagem em câmara de Neubauer após diluição adequada (10-4) em uma solução contendo 0,75 mL de Triton X-100 (0,1% v v-1) e 0,25 mL da suspensão de esporos. A inoculação nos meios foi realizada adicionando-se a suspensão de esporos previamente diluída até a concentração de esporos (2x106 esporos mL-1) para cada 100 mL de meio de cultura. O meio de cultura utilizado na fermentação foi o meio mineral Czapeck Dox Modificado (CDM) suplementados com o biossurfactante Triton X-100 e outro meio mineral com o Tween 80 em duas concentrações diferentes para cada um, (0,2 e 0,02%). Os experimentos foram realizados em duplicata, em erlenmeyers de 250 mL, hermeticamente fechados, com volume inicial do meio de 100 mL e mantidos em agitador orbital a 30°C por 120 horas, com agitação de 200 rpm. Amostras de 7,0 mL foram filtradas, a cada 24 horas, e o sobrenadante utilizado para dosagem de atividade lipásica e proteásica. A fração sólida retida no filtro foi usada para avaliar o crescimento celular por peso seco.

RESULTADOS:

O surfactante Triton X-100 na concentração de 0,02% apresentou bom desempenho da produção de biomassa e da atividade lipolítica para os dois surfactantes em análise, sendo que na presença do Triton X-100 a 0,02% apresentou os melhores resultados de biomassa (1,90 mg mL-1) e atividade lipolítica máxima ( 40,20 U mL-1), ao final de 120 horas de incubação.

CONCLUSÃO:

Fungos lipolíticos aumentam sua atividade lipolítica na presença de biossurfactantes porque estes são compostos ativos em superfícies produzidas por microrganismos, tendo uma grande influência no aumento das enzimas produzidas pelos fungos. A utilização da FS na produção de lipase por fungos, utilizando diferentes surfactantes apresentou resultados satisfatórios. A produção de lipase e biomassa, pelo isolado em estudo, foram significativamente melhoradas com a adição de surfactantes ao meio de cultivo. O Triton X-100 foi o que melhor induziu o aumento na produção de biomassa e na atividade lipolítica

Palavras-chave: Lipase, Triton X-100, Fermentação Submersa.