64ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia

SPHINGIDAE (INSECTA, LEPIDOPTERA) DO PARQUE ESTADUAL DO MIRADOR, ESTADO DO MARANHÃO

Tauanny Maria Almeida Lima 1 Mariana Moreira Abreu 2 Francisco Limeira-de-Oliveira 3 Joseleide Teixeira Câmara 4

1. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA 2. Depto. de Ciências Biológicas – CESC/UEMA 3. Prof. Dr./ Orientador – Departamento de Química e Biologia - CESC/UEMA 4. Profa. M. Sc./ Co-orientadora – Secretaria Estadual de Educação do Maranhão

INTRODUÇÃO:

Os esfingídeos são insetos pertencentes à ordem Lepidoptera, subordem Glossata, superfamília Bombycoidea e família Sphingidae, que, por sua vez se subidivide em três subfamílas: Sphinginae, Smerinthinae e Macroglossinae. Sphingidae é representada por mariposas de médio e grande porte, com corpo robusto, abdome fusiforme, asas anteriores longas e estreitas e espiritromba bem desenvolvida. Para Sphingidae são descritas cerca de 1400 espécies, distribuídas em 200 gêneros, registradas em todos os continentes, exceto na Antártica. Aproximadamente 410 espécies são registradas para a região Neotropical e para o Brasil são listadas 210 espécies. Para o Maranhão são conhecidas 65 espécies. O estado do Maranhão é uma área geográfica e ecologicamente privilegiada, pois constitui a transição entre os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia, mas também uma região seriamente ameaçada pelas fronteiras agrícolas. Coletas sistemáticas incrementaram significativamente os dados taxonômicos sobre a comunidade de esfingídeos da área de estudo e do estado. Portanto, o objetivo deste estudo foi registrar a esfingofauna de uma área de Cerrado protegida, o Parque Estadual do Mirador, no estado do Maranhão.

METODOLOGIA:

O estudo foi realizado no Parque Estadual do Mirador. Este Parque foi criado pelo Decreto Estadual N° 1. 641 de 1980, possui uma área estimada de 438 mil ha, a vegetação predominante é o Cerrado e está localizado entre as nascentes do rio Itapecuru e Alpercatas na região centro-sul do estado. O clima da área é do tipo sub-úmido seco, apresenta duas estações bem definidas: chuvosa, de outubro a abril e seca, de maio a setembro. As amostras foram obtidas através de expedições bimestrais entre fev/2011 e mar/2012. Cada expedição teve duração de sete dias consecutivos. Para atrair os espécimes fora utilizado um lençol branco (3,0 X 2,0 m) e lâmpadas mista de 250W. As coletas ocorreram entre 18h00 e 06h00, em períodos de lua nova e/ou minguante. Os espécimes foram coletados manualmente, sacrificados com injeção de 1 ml de amônia, colocados em envelopes entomológicos e transportados ao Laboratório de Estudos de Invertebrados – LEI, no Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA. Os espécimes foram montados em pranchas apropriadas para desidratação, identificados e incorporados à Coleção Zoológica do Maranhão – CZMA, no CESC/UEMA. A identificação foi realizada por meio de bibliografia especializada e por comparação com o acervo da CZMA.

RESULTADOS:

Foram coletados 455 espécimes de 39 espécies, 22 gêneros e três subfamílias: Sphinginae – Agrius cingulata (4), Cocytius duponchel (11), Co atenaues medor (1), Manduca diffissa tropicalis (16), M. sexta paphus (2), Neogene dynaeus (2), Neococytius cluentius (2); Smerinthinae - Protambulyx strigilis (15); Macroglossinae– Aellopos fadus (1), Aleuron iphis (1), Callionima grisecens elegans (1), Ca. parce (14), Ca. nomius (1), Enyo lugubris (34), En. ocypete (80), Erinnyis alope (6), Er. ello (116), Er. obscura (6), Er. oenotrus (17), Eumorpha adamsi (3), Eu. anchemolus (1), Eu. labruscae (1) Eu vitis (5), Hemeroplanes triptolemus (1), Isognathus allamandae (2), I. caricae (41), I. menechus (25), Madoryx plutonius (4), Nyceryx furtadoi (1), Pachylia darceta (2), Pa. ficus (1), Pachylioides resumens (3), Perigonia lusca (7), Pe. pallida (2), Pe. passerina (2), Pe. pittieri (1), Pseudosphinx tetrio (6), Unzela japix (2), Xylophanes tersa (11) e X. chiron nechus (4). Em nov/2011 foi obtido cerca de 75% dos espécimes coletados neste estudo. A razão sexual obtida foi de três machos para cada fêmea; esse dado corrobora outros estudos sobre fauna de mariposas. Das espécies listadas, 25% (10) são novos registros para a área de estudo.

CONCLUSÃO:

Com os novos registros adicionados às espécies listadas anteriormente, são conhecidas atualmente 56 espécies de Sphingidae para o Parque Estadual do Mirador. Apesar de a área de estudo possuir uma vegetação do tipo Cerrado, circundada por extensas áreas agrícolas e áreas urbanas, a comunidades de Sphingidae ainda é expressiva quanto ao número de espécies. Portanto, o presente estudo além de incrementar os dados sobre a esfingofauna do referido Parque, também fornece informações importantes sobre a distribuição dos esfingídeos no estado do Maranhão e no Brasil.

Palavras-chave: Lepidoptera, Sphingidae, Maranhão.