64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
ATIVIDADE DO EXTRATO METANÓLICO DAS FOLHAS DE Moringa oleifera SOBRE CERCÁRIAS DE SCHISTOSOMA MANSONI.
José Augusto Albuquerque dos Santos 1
Paulo Cesar dos Santos 2
Viviane Paixão Cavalcante 3
1. Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental-LAPSA / IOC / FIOCRUZ
2. Laboratório de Referência Malacológica da FIOCRUZ
3. Universidade UNIGRANRIO
INTRODUÇÃO:
Moringa oleifera Lam. (sinônimo Moringa ovalifolia Dinter & Berger e M. ptreygosperma Gaertn) é uma das mais conhecidas e amplamente distribuídas e espécies naturalizadas de uma família monogenerica Moringaceae. As folhas, frutos, flores e vagens imaturas desta árvore são utilizadas como um vegetal muito nutritivo em muitos países, particularmente na Índia, Paquistão, Filipinas, Havaí e muitas locais da África (Anwar e Bhanger, 2003; Anwar et al., 2005). Folhas de Moringa são ricas em fonte de &beta-caroteno, proteínas, vitamina C, cálcio e potássio e age como antioxidantes naturais, melhorando a vida na prateleira de alimentos que contenham gordura devido à presença de diversos tipos de compostos antioxidantes, como ácido ascórbico, flavonóides, fenólicos e carotenóides (Dillard e German, 2000; Siddhuraju e Becker, 2003). Em estudos prévios, verificamos sua atividade moluscicida contra Biomphalaria glabrata.
METODOLOGIA:
O extrato metanólico, da folhas de Moringa oleifera foi obtido no Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental. As cercárias de S. mansoni, cepa BH, foram fornecidas pelo Laboratório de Referência em Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz, obtidas segundo a técnica usual de obtenção e os estudos de atividade cercaricida, realizados no laboratório. Realizamos a contagem das cercarias para um volume de 1 mL, usando lugol como corante e se necessário, corrigimos a quantidade acrescentando diluente. As cercarias foram expostas por um período de 4 horas nas doses com o extrato na quantidade de 120 cercárias por dose, em triplicata. Utilizamos as doses de 10 mg/L, 25 mg/L, 50 mg/L e 100 mg/L do extrato metanólico, dissolvidos inicialmente em DMSO (dimetilsulfóxido) e no controle foi utilizada solução de DMSO em água mole sintética com pH 7,2 (20 mL da solução 1: sulfato de cálcio 1,5 mg/L e 10 mL da solução 2: cloreto e potássio 0,2g; bicarbonato de sódio 4,8g; sulfato de magnésio 6,1g dissolvidos em água destilada para 1 litro). Para observar as cercarias morta, usamos uma solução de 1% do corante vital Tripan blue, junto com as doses utilizadas. O volume final para cada dose foi de 2 mL por poço e as observações foram realizadas de hora em hora em microscópio estelioscópio.
RESULTADOS:
No grupo controle com água mole sintética a média total de cercarias de S. mansoni mortas, no final de 4 h de exposição foi de 52,67 cercárias, com um percentual de 43,89 % e no controle com DMSO 1%, apresentou média de 51,67 cercárias mortas com percentual de 43,06 %. A dose com 10 mg/kg, com extrato metanólico das folhas, apresentou média de 92,67 de cercarias mortas e o percentual foi de 77,22 %. Na dose de 25mg/kg, apresentou média de 94,33 e percentual de 78,61 %. A dose de 50mg/kg, apresentou média de 112,67 cercárias mortas e percentual de 93,89 %. Na dose com 100 mg/kg, apresentou média de 120 cercárias mortas e percentual de 100% de mortalidade. A DL50 para o teste realizado foi de 9,206. Com os dados obtidos, realizamos com o programa GraphPad Prism 4, a análise de variância ANOVA com pós teste de Bonferroni para verificar as possíveis alterações, sempre comparando o controle negativo com as doses utilizadas. Na avaliação com a dose de 50 mg/L, do extrato metanólico das folhas foi observado uma diferença significativa somente no período de 4 horas, com valor de p < 0,05. A dose com 100 mg/L do extrato, apresentaram efeitos significativos nos períodos de 3 horas e 4 horas, com valores de p < 0,001 e p < 0,01, respectivamente.
CONCLUSÃO:
O extrato metanólico das folhas apresentou efeitos significativos na atividade cercaricida com as doses utilizadas, apesar de o percentual de atividade sobre as cercarias testadas, ter ocorrido a partir de 2 horas de exposição, com um percentual de 5,77 % na dose de 50 mg/L. Estes resultados encorajam a realização de mais estudos sobre o efeito na forma larvar do S. mansoni, com a realização de teste utilizando diferentes tipo de solvente para extração.
Palavras-chave: Atividade tóxica, Moringa oleifera, Shistosoma mansoni.