64ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil |
HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO EM RONDÔNIA: O COMPLEXO DA ESTRADA DE FERRO MADEIRA MAMORÉ NOS DIAS ATUAIS |
Rubens Rodrigues de Alencar 1 Gabriella Darold Vieira 1 Andre Guilherme Barbosa de Souza 1 Caroline Darold Viera 1 Edivan Carlos da Cunha 1 Lourival Inacio Filho 2 |
1. Instituto Federal de Rondônia, Ji-Paraná/RO 2. Prof.Ms./Orientador-IFRO, Ji-Paraná/RO |
INTRODUÇÃO: |
Porto Velho, capital de Rondônia com 435.732 habitantes, surgiu da epopeia histórica ligada ao Primeiro Ciclo da Borracha, durante a construção da ferrovia Madeira-Mamoré. Após tentativas frustradas no final do século XIX, foi concluída em 1912. Porto Velho foi criada como canteiro de obras da estrada de ferro que tinha o objetivo de vencer os trechos encachoeirados do rio Madeira para o lucrativo negócio do látex. Atualmente este patrimônio histórico onde tombaram milhares de vidas, principalmente vítimas da malária, encontra-se em grande estado de esquecimento e relativo abandono. Desativada pela ditadura militar no início da década de 1970 foi se perdendo o sentimento de identidade e preservação histórica para com aquele monumento. Detectar os pontos críticos atuais de abandono da velha ferrovia em toda sua extensão foi o objetivo desta pesquisa. |
METODOLOGIA: |
Este estudo se desenvolveu por uma pesquisa exploratória baseada em levantamento documental e observações estruturadas em pesquisa de campo referentes à ferrovia quando fomos principais trechos entre as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim, passando por Abunã e Jaci-Paraná, onde realizamos levantamento fotográfico e filmagens das estruturas metálicas de todas as pontes, estações e antigos entrepostos de abastecimento. |
RESULTADOS: |
A preservação do Patrimônio Histórico é importante porque é um testemunho, um documento concreto de uma herança cultural e identitária de gerações passadas que exercem papel fundamental sobre o entendimento do presente. A estrada de ferro desativada e sucateada pela ditadura militar no início da década de setenta, possui, hoje, muitos trechos em estado de grande abandono. Em Porto Velho apesar de recente reforma – que focou mais a praça das ferrovias – deixou muito a desejar no que tange a estrutura interna do museu que não possui catalogação pertinente e sistemática das poucas peças que ali se encontram, não há sequer telefone e só abre aos domingos à tarde; Há ferrovias abandonadas, enferrujadas e com as plantas lhes invadindo por mais de 100 metros próximas ao que sobrou do antigo cemitério da candelária em Porto Velho de onde muitas cruzes de metal foram furtadas; A ponte de Jaci-Paraná, maior ponte ferroviária da América Latina, passou a sofrer, recentemente, com as cheias maiores do rio Jaci em decorrência das barragens do complexo do Madeira. O que é referência de um tempo e de um espaço singular que jamais será revivido e de consciência histórica pode se perder ironicamente nas obras do presente. |
CONCLUSÃO: |
Ao término da pesquisa podemos concluir que o complexo histórico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré encontra-se em lamentável estado de relativo abandono e que sua preservação não passa só pelo aspecto revitalizante daqueles sítios históricos; caberia ultrapassar a monumentalidade em busca de sensibilizar por meio da história crítica a comunidade do entorno utilizando-se projetos educacionais via poder público para que se estabeleçam formas de trabalhar a cidadania e a educação patrimonial, uma vez que valoriza o passado sem consciência social no presente não gera conhecimento histórico. |
Palavras-chave: História, Rondônia, Patrimônio Histórico. |