64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 4. Enfermagem Obstétrica |
A ADESÃO DE GESTANTES AO PRÉ-NATAL NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS – MA |
Thaíse Almeida Guimarães 1 Kelly Portela Sousa 1 Cláudia Teresa Frias Rios 1 Lucianne Maria Morais Rego 1 Elba Gomide Mochel 2 |
1. Departamento de Enfermagem – UFMA 2. Profa. Dra./Orientadora – Departamento de Enfermagem – UFMA |
INTRODUÇÃO: |
A atenção pré-natal visa “acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal” (BRASIL, 2006). A necessidade de se assistir a mulher grávida o mais precocemente possível surge para que se possa avaliar a condição materna e fetal, prevenindo ou atenuando possíveis complicações e, sobretudo, efetuando ações de promoção da saúde (ARAÚJO et al., 2010). Além de ser iniciado o mais precocemente possível, o Ministério da Saúde preconiza que o pré-natal deva ser realizado de forma regular e completa, com o número mínimo de seis consultas (BRASIL, 2006). No entanto, mesmo sendo preconizado, ainda é possível verificar um déficit, não apenas em acesso e quantidade, mas também na qualidade da assistência pré-natal (GONÇALVES et al., 2008). Altas taxas de mortalidade materna permanecem como um desafio a ser vencido, e o acesso a uma atenção qualificada no pré-natal pode contribuir na redução dessas taxas, promovendo uma gestação tranquila e um parto seguro (CUNHA et al., 2009). Por esse motivo, este trabalho tem como objetivo avaliar a adesão e o numero de consultas de pré-natal realizadas pelas gestantes, bem como a ocorrência de complicações e o desfecho da gravidez. Dessa forma, pretende-se demonstrar a relevância de uma assistência pré-natal completa e qualificada, levando a uma conscientização das gestantes sobre a importância deste para a sua saúde e para a saúde do seu filho. |
METODOLOGIA: |
Este trabalho é resultado da pesquisa intitulada como “Avaliação da peregrinação de gestantes no município de São Luís - MA”, desenvolvida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa de Enfermagem em Educação e Saúde da Mulher (NEPESM), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa, realizado com puérperas no pós-parto imediato, em quatro maternidades públicas do município. O número de puérperas foi determinado pela fração amostral de 10% em relação ao número total de partos no ano de 2010. O instrumento de pesquisa trata-se de um formulário e versa sobre os aspectos referentes aos fatores socioeconômicos, obstétricos, ao pré-natal e à peregrinação anteparto. Os procedimentos do estudo foram desenvolvidos respeitando os princípios preceituados pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Antes da aplicação do formulário as participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e receberam informações sobre os objetivos da pesquisa. Os dados coletados foram analisados e tabulados utilizando-se o software EpiInfo®, sendo estes descritos por meio das frequências encontradas. |
RESULTADOS: |
A análise dos dados evidenciou que as mulheres entrevistadas caracterizam-se por ser uma população com idade entre 18 e 35 anos (83%), parda (61,2%), com escolaridade acima de oito anos de estudo (75,4%), união estável (63,4%) e renda mensal entre um e dois salários mínimos (67,3%). Dentre as 1649 puérperas participantes da pesquisa, constatou-se que 96,7% realizaram o pré-natal, e destas, 60,2% alcançaram 6 consultas ou mais, atingindo o número preconizado pelo Ministério da Saúde. No Brasil, vem ocorrendo um aumento do número de consultas de pré-natal por mulher que realiza o parto no SUS, partindo de 1,2 consultas por parto em 1995 para 5,45 consultas por parto em 2005 (BRASIL, 2006). Apesar da cobertura do pré-natal significativamente boa identificada nesta pesquisa, a análise dos dados demonstra comprometimento no número de consultas e na qualidade dessa assistência. Verificou-se que, dentre as mulheres que realizaram o pré-natal, 33% apresentaram alguma intercorrência durante a gestação, como Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG), Diabetes Mellitus e infecção do trato urinário. Além disso, observou-se grande incidência de parto cesariano (45,6%), e ainda, a ocorrência de sofrimento fetal (8,1%) e óbito neonatal (2,2%). |
CONCLUSÃO: |
A morte materna e neonatal ainda é um importante problema no país. Diante disso, torna-se imprescindível a realização de esforços para a melhoria no acesso e na qualidade da assistência pré-natal, assim como a realização de ações de educação em saúde que visem conscientizar as gestantes sobre a importância da adesão a este serviço. Enfatiza-se que, apesar de o número de consultas ser relevante, uma atenção qualificada e humanizada é essencial para a obtenção de resultados positivos. Dessa forma, devem estar incluídas não apenas ações de diagnóstico e tratamento adequados, mas também, ações de promoção da saúde, acompanhando-se todo o ciclo gravídico-puerperal e garantindo uma gestação tranquila e sem intercorrências. |
Palavras-chave: pré-natal, gravidez, mortalidade materna. |