64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia
VARIÁVEIS DA BIOQUÍMICA PLASMÁTICA DO TELEÓSTEO PACU Mylossoma duriventre CAPTURADOS NO BAIXO RIO JURUÁ, AMAZONAS
Franciane Silva de Andrade 1
Dady Alves Damasceno 2
Franciney Ferreira da Silva 2
Adriano Teixeira de Oliveira 3
1. Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), Parintins/AM
2. Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido (CESTU), Juruá/AM
3. Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Programa de Pós Graduação em Diversidade Biológica, Manaus/AM
INTRODUÇÃO:
Os pacus são peixes teleósteos classificados com migradores que possuem carne saborosa, valor comercial baixo e disponibilidade de consumo durante basicamente todo o ano, devido a essas características esses peixes são muito consumido pela população ribeirinha no interior do estado do Amazonas (AM). No município de Juruá, interior do AM existem pelo menos duas espécies de pacu, destacando-se o Mylossoma duriventre que é o mais recorrente na feira municipal. Apesar da importância econômica, não existem relatos sobre as análises bioquímicas do M. duriventre oriundo do rio Juruá. O conhecimento das variáveis bioquímicas é uma ferramenta biológica importante que auxilia na compreensão da relação de filogenia, comportamento, habitat, adaptabilidade e condições de saúde que podem ser de grande valia em futuras práticas de manejo e produção em cativeiro dessa espécie. Nesse sentido o objetivo desse trabalho é determinar a bioquímica plasmática de populações naturais do pacu M. duriventre do baixo Rio Juruá, Amazonas.
METODOLOGIA:
Os animais (N=10) foram capturados no baixo Rio Juruá, Amazonas, nas proximidades da cidade de Juruá, Amazonas. Os espécimes de M. duriventre foram capturadas com rede de malhadeira e imediatamente após a captura os peixes foram anestesiados com eugenol (0,2 g/L). O sangue foi coletado por punção do vaso caudal com seringas descartáveis contendo EDTA 10%. Os parâmetros bioquímicos (glicose, colesterol, triglicerídeos, proteínas totais e cloretos) foram dosados usando kits comerciais (Doles, GO) específicos para cada constituinte. Os dados biométricos comprimento total (CT) e peso corpóreo foram determinados com o uso de fita métrica e balança portátil tipo pesola. Os resultados foram apresentados sob a forma de média, desvio padrão (DP), mínimo, máximo e intervalo de confiança inferior e superior 95%.
RESULTADOS:
Os animais apresentaram as seguintes medidas (média ± DP; mínimo-máximo; limite inferior-limite superior 95%) para o CT (21,5 ± 1,5; 19,0-23,5; 20,4-22,6 cm) e o peso corpóreo (228,0 ± 58,8; 140,0-300,0; 272,3-183,7 g). Para as variáveis da bioquímica plasmática os valores foram os seguintes para a glicose (196,68 ± 59,66; 111,08-261,27; 154,00-239,36 mg/dL), proteínas totais (3,99 ± 0,19; 3,66-4,26; 3,83-4,15 g/dL), triglicerídeos (3,65 ± 1,34; 1,32-5,57; 2,70-4,61 mmol/L), colesterol (3,12 ± 0,62; 1,74-3,72; 2,67-3,56 mmol/L) e cloretos (2,09 ± 0,21; 1,70-2,43; 1,93-2,25 mmol/L). Os níveis de glicose e cloretos são inferiores e os níveis de proteínas totais são superiores no pacu quando comparados ao pirarucu Arapaima gigas. Os níveis de triglicerídeos e colesterol no pacu são inferiores aos retratados no tambaqui Colossoma macropomum.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que as informações obtidas com o presente estudo sobre as variáveis bioquímicas são necessárias para implicações em futuras criações em cativeiro em ambiente natural e/ou em cativeiro sobre espécies de pacus da região Amazônica.
Palavras-chave: Bioquímica plasmática, Pacu, Vida livre.