64ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM PACIENTES HIPERTENSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Deise de Paula de Souza Siqueira 1 Edvane Dias Teles 1 Jakeline Araújo 1 Raquel Lêda Arruda 1 Francisca Aline Arrais Sampaio Santos 2

1. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA 2. Prof. Drª./Orientadora – Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA

INTRODUÇÃO:

A Hipertensão constitui um problema grave de saúde pública. Dessa maneira, a enfermagem deve atuar na tentativa de aumentar a adesão ao tratamento e consequente controle da doença. Para isso, a enfermagem pratica sua assistência baseada num referencial teórico denominado Processo de Enfermagem (PE), que é constituído pelas fases: investigação de dados, diagnóstico, instituição de plano de cuidados, implementação das ações e avaliação. Concernente a isso, existem algumas classificações para algumas etapas do PE, diagnóstico de enfermagem – North American Nursing Diagnoses Association (NANDA); intervenções de enfermagem – Nursing Intervention Classification (NIC); e resultados esperados – Nursing Outcomes Classification (NOC). Diante disso, este trabalho objetivou identificar os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem, segundo NANDA e NIC, relacionados à pacientes adultos hipertensos de uma Unidade Básica de Saúde. Essa identificação possibilita norteio de elementos do PE direcionados a pacientes hipertensos, contribuindo para uma melhor assistência, além de oferecer aos enfermeiros respaldo para o planejamento de suas atividades de cuidados na prática clinica.

METODOLOGIA:

O trabalho trata-se de um estudo transversal e desenvolveu-se no período de setembro de 2011 a fevereiro de 2012 em uma Unidade Básica de Saúde do município de Imperatriz - MA. A população do estudo foi formada por indivíduos hipertensos inscritos no sistema de cadastramento e acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos – HIPERDIA. A partir deste cadastro, foram selecionados todos os pacientes faltosos no processo de acompanhamento para controle da hipertensão, além daqueles que não aderem ao tratamento. Foram selecionados inicialmente 320 pacientes, porém ocorreu perda amostral, restando apenas 40 pacientes como amostra final. A aplicação dos questionários só foi realizada após a solicitação do consentimento por escrito, em que se leu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para coleta de dados foram utilizados dois questionários, um sobre o perfil do paciente e o segundo formulário tratava-se de questões referentes à adesão ao tratamento. Ao final, determinava-se o diagnóstico e as ações de enfermagem que se aplicava ao paciente em questão. Posteriormente, os dados coletados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados estatisticamente para a caracterização de cada variável investigada, utilizando o software Excel (Microsoft Office, versão 2007).

RESULTADOS:

A partir da análise dos dados, observou-se que, o déficit de conhecimento sobre a doença é o diagnóstico mais frequente aparecendo em 54,6% dos pacientes analisados. Seguido, de estilo de vida sedentário (52,6%); nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais (36,8%) e intolerância a atividades (26,3%). Pode-se inferir que os diagnósticos encontrados estão intimamente relacionados com a falta de conhecimento sobre a fisiopatologia e farmacologia da hipertensão. A baixa escolaridade da maioria contribui para maior dificuldade em aprender sobre a patologia e cuidados. Diante dos presentes diagnósticos, abordaram-se as seguintes intervenções: Avaliar a prontidão e os bloqueios à aprendizagem; incentivar o paciente a seguir rigorosamente o tratamento prescrito; explicar sobre a hipertensão e seus efeitos sobre o coração, vasos sanguíneos e cérebro; ajudar o paciente a identificar os fatores de riscos modificáveis; explicar sobre os medicamentos prescritos; encorajar o paciente a estabelecer um programa individual de exercício que incorpore o exercício aeróbico dentro das capacidades do paciente e discutir sobre a necessidade de diminuição da ingestão calórica e da limitação da ingestão de gorduras, sal e açúcar.

CONCLUSÃO:

A partir dos resultados apresentados, percebeu-se que a identificação dos principais diagnósticos possibilitou uma melhor definição das intervenções a serem realizadas, e consequentemente em uma melhor assistência aos pacientes com hipertensão arterial sistêmica, acarretando ao paciente maior esclarecimento sobre seu processo saúde-doença. Desse modo, estes achados buscaram reforçar as possibilidades de assistência de enfermagem a partir de uma linguagem uniforme e científica. Portanto, faz-se necessário a elaboração de melhores propostas para atender ao paciente hipertenso e baseando-se em um método cientifico voltado à enfermagem, proporcionando melhor qualidade de vida a esse paciente.

Palavras-chave: Hipertensão, Diagnósticos de Enfermagem, Cuidados de Enfermagem.