64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 7. Saúde Materno-Infantil
ESTUDO DO COEFICIENTE DE MORTALIDADE PERINATAL EM SÃO LUIS-MA, 2010
Laysa Andrade Almeida 1
Thyago Rusevelt Moraes Matteucci 1
Vanda Maria Ferreira Simões 1,2
Antonio Augusto Moura da Silva 1,3
Rosângela Lucena Fernandes Batista 1,3
1. Universidade Federal do Maranhão – UFMA
2. Profª. Dra. / Orientadora - Departamento de Medicina I – UFMA
3. Profº. Dr. - Departamento de Saúde Pública – UFMA
INTRODUÇÃO:
O coeficiente de mortalidade perinatal é uma relação entre óbitos fetais e neomortalidade precoce, pelo número de nascidos vivos no período estudado. O óbito fetal inclui tanto os fetos mortos com peso superior a 500 gramas quanto os de idade gestacional acima de 22 semanas. A neomortalidade precoce compreende aos óbitos ocorridos até os seis dias completos de vida.
Por ano, ocorre cerca de 7,5 milhões mortes perinatais, a maioria em países em desenvolvimento, à exemplo do Brasil. O que ratifica a necessidade de sua mensuração, pois permite avaliação de qualidade da assistência materna e neonatal, de suma importância para a saúde pública. No entanto, poucos estudos, a este respeito, são feitos no nordeste do Brasil, e, em especial, no Maranhão.
Este trabalho apresenta os coeficientes de natimortalidade, neomortalidade e mortalidade perinatal em São Luís–MA no ano de 2010.
METODOLOGIA:
Estudo seccional, descritivo, transversal. Utiliza dados secundários cedidos pelo Sistema de Informações de Mortalidade – SIM e pelo controle de natalidade da pesquisa: “Fatores etiológicos do nascimento pré-termo e consequências dos fatores perinatais na saúde da criança: coortes de nascimentos em duas cidades brasileiras – BRISA”.
A população de estudo são 380 as declarações de óbito (natimortos e neomortos) de filhos de mães residentes em São Luís–MA, nascidos em 2010.
Os dados obtidos foram analisados através do pacote estatístico STATA 10.0.
Para composição de uma variável que correspondesse aos óbitos perinatais, excluíram-se crianças com peso inferior a 500g e os óbitos neonatais tardios.
As variáveis avaliadas foram: sexo do recém-nascido, peso ao nascer, idade gestacional, tipo de parto, tipo de gravidez, morte em relação ao parto, idade materna e escolaridade materna. Das quais extraíram-se frequência e percentual.
RESULTADOS:
Em São Luís – MA, no ano de 2010, foram registrados 21335 nascimentos, 380 óbitos perinatais, dos quais 148 (38,96%) eram neonatais precoces e 232 (61,05%) óbitos fetais, o que gerou um coeficiente de mortalidade perinatal de 17,8 por mil.
A maior parte dos óbitos perinatais foram do gênero masculino (60,27%), na faixa de peso 500-900g (37,59%), nascidos de parto vaginal (74,80%), gravidez de feto único (93,83%), óbito ocorrido antes do parto (55,90%), na faixa etária materna de 20-34 anos (63,04%), escolaridade materna de 8-11 anos de estudo (50,68%).
O estudo do coeficiente de mortalidade perinatal é útil para avaliação da qualidade da atenção obstétrica e pediátrica. Em Pelotas - RS, 1993 a mortalidade perinatal correspondia a 22,1 por mil. Em Recife – PE, 2003 apontava 16,6 por mil. Já em Fortaleza – CE, 1995 era de 32,8 por mil, confirmando suas altas taxas no nordeste brasileiro.
Um estudo realizado em São Luís–MA, verificou que em 1994, o coeficiente de mortalidade perinatal era de 61,1 por mil. Em 2003, essa alíquota caiu para 27,4 por mil, acompanhado de um aumento considerável e esperado da prematuridade. A redução para 17,8 por mil, em 2010, revela-se bastante expressiva: 35%.
CONCLUSÃO:
As mortes por causas perinatais, quando comparadas com outras causas, são mais difíceis de serem reduzidas, pois o período perinatal é menos vulnerável às melhorias globais da condição de vida e às intervenções do setor de saúde. Ainda assim, está vinculada a causas que podem ser prevenidas, tais como, o acesso e à utilização dos serviços de saúde e a qualidade da assistência oferecida.
A redução no coeficiente de mortalidade perinatal revela melhoria no acesso e na qualidade do atendimento à gestante e ao recém-nascido. No entanto, em São Luís, essa redução ainda é tímida quando a comparamos as alíquotas do sul do Brasil e até mesmo em outras capitais nordestinas.
Portanto, para seu arrefecimento, de maneira veemente, medidas preventivas devem ser adotadas. Á exemplo, de um melhor seguimento materno-infantil durante o pré-natal, parto e período neonatal. Pesquisas que utilizem os critérios de evitabilidade Wigglesworth corroboram para uma melhor avaliação desta conjuntura.
Palavras-chave: Mortalidade perinatal, Assistência ao parto, Nascimento pré-termo.