64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
EFEITO DO EXTRATO HEXÂNICO DAS FOLHAS Celtis iguanaea (ESPORÃO-DE-GALO) NA SECREÇÃO BASAL E ESTIMULADA EM MUCOSA ISOLADA DE RÃ.
Theara Ribeiro Soares 1
José Luís Rodrigues Martins 1
James Oluwagbamigbe Fajemiroye 1
Patrícia Maria Ferreira 1
Elson Alves Costa 2
1. Depto. de Ciências fisiológicas/UFG
2. Prof. Dr./Orientador - Depto. de Ciências fisiológicas/UFG
INTRODUÇÃO:
Celtis iguanaea (JACQ.) Sargent, pertencente a família Cannabaceae, é conhecida popularmente como esporão-de-galo sendo uma planta com 6 a 9 metros de altura, copas arredondadas e flores insignificantes, ramos espetados e flexíveis. Estudos etnofarmacológicos indicam o uso de suas folhas na forma de infuso ou decocto para o tratamento de diferentes patologias, como dores no corpo, cólicas, má-digestão e como diurético. Resultados anteriores mostraram o efeito antiulcerogênico e anti-secretório da fração hexânica do extrato etanólico das folhas de Esporão-de-Galo (EHEG) em diferentes modelos de úlceras em camundongos. Este trabalho objetivou a avaliação do efeito do extrato hexânico das folhas de Esporão-de-Galo (EHEG) sobre a secreção ácida gástrica basal e estimulada em mucosa isolada de rã.
METODOLOGIA:
Folhas de Celtis iguanaea foram coletadas na cidade de Hidrolândia–Go, e uma exsicata foi depositada no Herbário da UFG (N° 40.110). Após a secagem e moagem do material botânico, o EHEG foi obtido por extração exaustiva do pó em Soxhlet e concentrado sob pressão reduzida. Foram utilizadas rãs adultas (Rana castebiana) adquiridas no ranário Fujioka na cidade de Hidrolândia–Go. Para o estudo da secreção gástrica de H+ em mucosa de rã foi utilizado o método descrito por Ferreira et al. (2004). Após descerabração e desmedulação, o abdômen foi aberto e o estômago removido. A camada muscular foi separada da mucosa. Esta mucosa foi aberta pela pequena curvatura e colocada sobre um papel de filtro com o lado luminal voltado para cima, sendo então, adaptada a câmara de Ussing, tendo o lado luminal preenchido com a solução de Ringer sem tampão e lado seroso com Ringer tamponado. A oxigenação foi feito por borbulhamento das soluções em contato com a mucosa. As substâncias foram adicionadas ao Ringer em contato com o lado seroso ou mucoso após estabilização. O pH da solução (lado luminal) foi monitorado por meio de um pHmetro. O pH foi constantemente ajustado para 6,5 (pH inicial), com NaOH 0,01N, ao longo de todo o experimento. Os resultados foram expressos em µEq H+/g/15 minutos.
RESULTADOS:
No modelo de secreção gástrica ácida de mucosa isolada de rã, o EHEG na concentração de 10 30 100, 300 e 1000 µg/mL foi capaz de reduzir a secreção gástrica ácida em 7,00%, 28,76%, 83,89%, 91,34% e 98,27% respectivamente, em relação ao controle (15,58 ± 1,99 µEq H+/g/15 min.). O secretagogo Acetilcolina (ACh) 0,4 µg/mL aumentou a secreção gástrica de H+ em 31,86% em relação ao controle. O EHEG na concentração de 1000 µg/mL reduziu a secreção gástrica ácida estimulada por ACh em 39,45%.
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos sugerem que o EHEG reduz a secreção basal gástrica de ácido, bem como pode bloquear a ação estimulatória da acetilcolina nesta secreção.
Palavras-chave: Celtis iguanaea, Rana Castebiana, Secreção ácida.