64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 10. Educação Rural
HISTÓRIA E MEMÓRIA DE MULHERES-PROFESSORAS: UM ESTUDO DE GÊNERO E REPRESENTATIVIDADE NA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO
Nalini Mendes Gomes 1
Elisângela Santos de Amorim 2
José Fernando Manzke 3
1. Discente do Curso Pedagogia - Universidade Federal do Maranhão - UFMA
2. Profª. M.Sc - Depto.de Educação I – UFMA
3. Profº. Dr./Orientador - Depto.de Educação I - UFMA
INTRODUÇÃO:
A pesquisa intitulada História e Memória de mulheres-professoras: um estudo de gênero e representatividade na região Tocantina do Maranhão tem como objeto de estudo as mulheres-professoras dos assentamentos da Reforma Agrária da região Tocantina do Maranhão a fim de compreender como a afirmação das identidades dessas professoras camponesas contribui para a representatividade nas comunidades e nos movimentos sociais, a partir das relações sociais de gênero. Os objetivos estão voltados para Analisar as histórias e memórias de mulheres-professoras camponesas da região Tocantina do Estado do Maranhão; Relacionar as história e memórias das mulheres-professoras camponesas com seu processo de afirmação da identidade e Identificar e analisar as representatividades nas comunidades e nos movimentos sociais das mulheres-professoras camponesas da região Tocantina do Estado do Maranhão. Foram realizados estudos teóricos acerca do objeto de estudo, com base em Michele Perrot (1998), Burke (1999), Motta (2003), Manzke e Amorim (2010) e outros e, ainda, visitas ao campo empírico da pesquisa nos assentamentos dos municípios de Porto Franco, Senador La Rocque e João Lisboa. Este estudo é realizado a partir dos pressupostos da Nova História que sustenta a escrita da história das mulheres.
METODOLOGIA:
Este estudo basea-se nas produções teóricas e na pesquisa de campo realizada na região Tocantina do Estado do Maranhão. Foram realizadas visitas preliminares do campo empírico da pesquisa para definição dos sujeitos da pesquisa, autorização e consentimento das Secretarias da Educação e dos Sindicatos atuantes nos assentamentos da Reforma Agrária na região Tocantina, nos municípios de Porto Franco, Senador La Rocque e João Lisboa. Foram entrevistadas mulheres-professoras que ocupam lugares de destaque como presidência, cargos de coordenação, diretorias, nos sindicato e nas secretarias dos municípios, que desenvolvem junto da comunidade trabalhos significativos.Realização do mapeamento que dá acesso aos assentamentos, da localização das escolas e quantidade de professoras dos municípios. Utilização de entrevistas semi-estruturadas para coleta das informações pertinentes a história de vida destas mulheres a partir das narrativas.
RESULTADOS:
A história das mulheres brasileiras deve ser analisada levando em consideração a história da formação econômica, política e social do Brasil, tendo em vista os aspectos que contribuíram substancialmente para a atual conjuntura em que se encontra a educação no país. A emancipação das mulheres da região ocorre com muita força no setor social, e principalmente no econômico no espaço urbano (sede) e no campo, em conseqüência do conhecimento dos seus direitos perante a Constituição 1988 vindo assegurar que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” (Art. 5º, I). As mulheres quando ingressam no campo educacional ampliam as formas de emanciparem na sociedade através de discussões críticas-reflexivas na comunidade e dos movimentos sociais da região. Existe uma grande dificuldade da realização da pesquisa abordando o assentamento dos municípios maranhense como foco, visto que às condições das infra-estruturas de algumas cidades da região Tocantina são precárias, estradas em péssimas condições, tendo o acesso complicado por conta do período chuvoso, falta de sinalização nas estradas dentre outros motivos. A instrução das mulheres amplia o campo profissional. O ser ‘professora’ na comunidade é ocupar um lugar de destaque, respeito e poder.
CONCLUSÃO:
A sistematização das ideias das autoras e autores estudados fundamenta e dá sustentabilidade ao trabalho empírico, visto que o teórico e o prático se contemplam em uma estrutura dialética. A partir destas experiências conclui-se que a afirmação da identidade de mulheres-professoras camponesas contribui para um papel de empoderamento dentro da comunidade que é fruto da autonomia provocada a partir da educação e do reconhecimento de seus direitos. Nos municípios de Porto Franco, Senador La Rocque e João Lisboa percebe-se que há uma atenuação da rejeição partindo do rompimento da tradição patriarcal quando estas mulheres desenvolvem trabalhos significativos e de representatividade nas comunidades locais. O processo para tais atribuições ocorre com a subsequência da escolaridade. Neste caso, aquela mulher-professora que dedica-se ao oficio de ensinar e aprender (simultaneamente), obtém respeito e é empregue a ela o poder legal de representação na esfera pública.
Palavras-chave: Relações de gênero, Mulheres-professoras, Reforma Agrária.