64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 5. Antropologia Urbana
DESENTENDIMENTOS NO COTIDIANO UNIVERSITÁRIO: A RELAÇÃO CONFLITUOSA ENTRE GRUPOS ETÁRIOS DIFERENTES EM TURMAS DE PEDAGOGIA.
Cintya Mari da Cruz Silva 1
Paula Peclat de Oliveira dos Santos 1
1. Instituto de Educação, Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados obtidos por meio do Diagnóstico Rápido e Participativo (DRP) realizado com alunas de pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso. Para tanto, foi realizado levantamentos bibliográficos sobre o assunto, entrevista semiestruturada e análise dos dados de uma pesquisa realizada, pelo Programa de Educação Tutorial (PET) de pedagogia da UFMT com os primeiros alunos ingressos por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Conclusivamente, em relação ao advento do ENEM, de modo geral, os dados apontam para um aumento da diversificação etária nas turmas de pedagogia. Ademais, os resultados das análises nos remetem a intensificação dos atritos entre alunos, decorrentes do preconceito etário.
METODOLOGIA:
Com o intuito de coletar informações e dados, em nosso projeto de pesquisa, usamos três ferramentas metodológicas. Primeiramente, fizemos um levantamento bibliográfico, a fim de angariar informações sobre o assunto. Após essa fase, procuramos verificar a existência de fontes quantitativas e no que tange aos dados qualitativos, redigimos um roteiro semiestruturado para a realização de entrevistas. Escolhemos aleatoriamente uma amostra de seis alunos de duas turmas do curso de Pedagogia, uma do período matutino e a outra do vespertino para responderem às perguntas. A faixa etária dos participantes varia entre 18 e 46 anos. Durante a aplicação, a turma do período matutino não pode participar por falta de tempo em realizar a entrevista; em consequência, os roteiros com as questões semiestruturadas com a turma matutina foram respondidas como um questionário aberto.
RESULTADOS:
Os perfis dos alunos que percorrem o campus universitário anualmente se modificam, tanto em classe econômica, culturais, biótipo, etc. Em decorrência dessa variedade, muitas pesquisas tem se dedicado em registrar, anualmente, os aspectos ímpares dos ingressantes e dos egressos. Nosso interesse nestes dados é traçar o perfil dos universitários de pedagogia. De acordo com dados realizados pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de pedagogia da UFMT, em 2010, o perfil de idade dos ingressantes demonstra-se diversificado com predomínio de ingressantes com idade entre 18 e 25 anos. Sua complexidade perpassa até os 46 anos, tanto da turma vespertina, quanto da matutina tinham 16 anos quando conquistaram a vaga no curso, enquanto que os de idades intermediárias alternavam entre 20 e 23 anos. As mais velhas pertenciam ao grupo conhecido popularmente como dos “pós-trintões” com idade entre 37 e 46. Essa intensa diversificação nos remete a investigar se a diferença etária durante o primeiro ano de formação gerou atritos e o que está sendo feito para superação. Sabemos apenas que conflitos, no sentido negativo, ocorrem porque gerações diferentes têm visões de mundo distintas.
CONCLUSÃO:
Ao transpor o universo escolar, mais especificamente o acadêmico, constatamos que o DRP, pode averiguar que a diferença de idade entre os graduandos de Pedagogia, segundo nosso relatório, realmente, provoca atritos/conflitos nas salas de aula. Uma vez que o limiar etário se amplia, as maneiras de pensar e ser específicas de cada momento da vida também se diversifica.
Portanto, segundo o resultado da nossa pesquisa, quer seja por pouco ou exacerbado sentimento de maturidade, de responsabilidade, a maneira de evitar e superar estes atritos/conflitos seria o diálogo aberto. Diante desta verificação, cabe o esforço sem medida de todas as partes para que essa prática se efetive com sucesso e com garantia de gradativas melhorias no relacionamento diário entre os alunos de pedagogia e entre universitários em geral.
Palavras-chave: Diagnóstico Rápido e Participativo (DRP), Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), diversificação e preconceito etário.