64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
A EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA
Dayane Ramos Dórea 1,2
Maria de Fátima Ramos Dórea 3,4
1. Pedagoga
2. Licencianda em Educação Física na UNEB Campus II
3. Licencianda em Biologia na UESC
4. Licencianda em Química na UNEB Campus I
INTRODUÇÃO:
Posto que oportunamente é a escola quem detém os meios pedagógicos necessários à intervenção sistemática sobre a sexualidade, esta configura-se na sociedade atual de modo a proporcionar a formação de uma opinião mais crítica sobre o assunto, permitindo, assim, a satisfação aos questionamentos e anseios que rondam os alunos. Para tanto, este trabalho tem por objetivo elucidar algumas questões acerca da sexualidade que pairam no contexto escolar, bem como tratar a temática em seu ambiente, rompendo com as barreiras da pornografia e banalização do corpo. O termo sexualidade é bastante amplo, envolvendo vários fatores da personalidade de cada um, do comportamento individual e do sentimento humano. A educação sexual dentro da escola busca ensinar e esclarecer questões relacionadas ao sexo, livre de preconceito e tabus. Porém, nos tempos atuais, ainda se faz evidente a não aceitação da abordagem do tema, não somente em casa, mas também na escola, visto que muitos pais consideram o assunto como uma pornografia. Nesse sentido, este trabalho torna-se relevante por proporcionar aos professores uma reflexão acerca de uma postura metodológica frente ao assunto, pautados nos documentos legais de ensino.
METODOLOGIA:
Para a realização da pesquisa do tipo qualitativa, foi utilizado um questionário contendo duas perguntas abertas que tratavam sobre como e se os professores abordavam a sexualidade em suas aulas e as dificuldades encontradas pelos mesmos em lidar com tal temática. Assim, foram selecionados quinze professores da área de Ciências Biológicas, que ministravam aulas nos anos finais do Ensino Fundamental, em doze escolas da rede particular de ensino, do município de Esplanada (situado no Território 18 – Litoral Norte e Agreste de Alagoinhas), Bahia. O período em que ocorreu a coleta de dados foi entre setembro e novembro de 2011, sendo que das quinze pesquisadas apenas uma era formada na área e as outras eram pedagogas.
RESULTADOS:
Através da coleta dos dados, pudemos observar que as dificuldades são emergentes no que se refere ao trato com a questão da sexualidade em sala de aula, haja vista a falta de preparo para lidar com o assunto. Foi percebida uma insegurança em problematizar tal conhecimento em sala, por conta das possíveis perguntas constrangedoras que seriam lançadas pelos alunos. Não obstante a isso, há ainda o receio em como os pais receberiam tal proposta de ensino, além de não saber como pedagogizar tal conteúdo. Entretanto, acreditamos que a escola, bem como os professores têm por função assumir o papel de educadores sexuais, posto que ela não cessa somente no sexo, e que quando isso ocorre, também cabe a escola tratar dessa temática, haja vista ela representar um conhecimento – que cada vez mais banaliza-se –, estando muito mais próximo dos jovens através dos meios midiáticos que muitas vezes comercializam e tornam tal prática pornográfica. Daí a relevância desse assusto ser abordado no contexto educacional, a fim de desvendá-lo, bem como contextualizá-lo conforme a cultura valorizada por cada aluno.
CONCLUSÃO:
Assim, salientamos a necessidade da escola, como instituição educacional, e dos professores como disseminadores de conhecimentos múltiplos, posicionarem-se de maneira clara e consciente sobre as referências e limites com os quais irá trabalhar as expressões de sexualidade dos alunos. Sendo pertinente ao espaço da escola o esclarecimento de dúvidas e curiosidades sobre a sexualidade, é importante que a mesma contribua para que a criança discrimine as manifestações que fazem parte da sua intimidade e privacidade das expressões que são acessíveis ao convívio social. Destarte, a partir da conceituação que trouxemos sobre a sexualidade e do reconhecimento de sua importância no desenvolvimento global do ser humano, os professores, em sua prática docente, devem apontar as possibilidades e os limites da atuação nesse campo que também é considerado como um conhecimento a ser transmitido. Deste modo, destacamos a importância de se fomentar o professor pesquisador capaz de analisar sua própria prática e através desta análise aprimorar sua práxis pedagógica no intuito de formar cidadãos capazes de pensar criticamente no que tange a uma questão tão problematizadora frente à sociedade.
Palavras-chave: Sexualidade, Educação sexual, Professor pesquisador.