64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
AVALIAÇÃO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO E DO CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS DA ESCOLA MUNICIPAL JURACY CONCEIÇÃO DO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ – MA
Wherveson de Araújo Ramos 1
Mayara Gonçalves Soares 1
Adão Ferreira Souza 1
Paulo Roberto da Silva Ribeiro 2
Deysianne Costa das Chagas 3
1. CCSST – UFMA – Curso de Enfermagem – Imperatriz, MA
2. Prof. DSc./Orientador – CCSST – UFMA – Curso de Enfermagem – Imperatriz, MA.
3. Profa MSc./Colaboradora – Departamento de Nutrição – UFMA – São Luís, MA
INTRODUÇÃO:
O Brasil, apesar de possuir alguns setores de sua economia desenvolvidos, apresenta um índice de desigualdade social muito alto, fator este primordial para o surgimento de problemas de saúde pública, tal como a desnutrição infantil. Assim, é preciso conhecer o consumo alimentar das crianças e adolescentes devido à existência de correlação positiva entre alimentação e risco de morbimortalidade, pois a falta de hábitos alimentares saudáveis tem sido um dos grandes problemas responsáveis pela desnutrição e pela obesidade infantil. Uma das estratégias utilizadas para se analisar a adequação de nutrientes é através da avaliação do consumo alimentar. Com esse método, pode-se estimar de forma mais precisa o quanto de energia ou de um determinado nutriente pode interferir na saúde de uma população. Diante deste contexto, o presente estudo objetivou avaliar o perfil socioeconômico e o consumo alimentar de crianças de uma instituição pública de ensino infantil. Além disso, esta pesquisa possibilitou a aproximação dos acadêmicos com o seu campo de trabalho, bem como aliar os conhecimentos teóricos aprendidos e identificar o papel educativo desempenhado pelo enfermeiro na assistência em saúde da criança.
METODOLOGIA:
Neste trabalho foi realizado um estudo descritivo e transversal, de caráter qualitativo e quantitativo. Esta pesquisa foi realizada na Escola Municipal Juracy Conceição, situada no Município de Imperatriz – MA. Para tanto, foram investigados 173 alunos, em fase pré-escolar, de ambos os sexos e com idade entre 4 a 7 anos; no período de agosto a novembro de 2011. A coleta dos dados foi feita após a solicitação do consentimento por escrito, onde se leu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação em pesquisa para os pais ou responsáveis pelos estudantes e, em seguida, foi solicitada a sua assinatura. Como instrumento de coleta de dados socioeconômicos foi utilizado um questionário estruturado; onde foram investigadas, junto ao público-alvo, as seguintes variáveis: idade, sexo, renda mensal familiar, quantidade de pessoas que dependem desta renda, tipo de residência (própria ou alugada) e inclusão em programa do governo. Para a avaliação da frequência do consumo de alimentos foi aplicado o Questionário de Frequência Alimentar (QFA), validado por Colucci (2004). Posteriormente, os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados.
RESULTADOS:
Pelos resultados obtidos neste trabalho, observaram-se entre os estudantes investigados, que 55,0% são do sexo feminino; 57,8% encontraram-se na faixa etária de 4 a 5 anos, 75,0% possuem uma renda familiar mensal entre 1 a 2 salários mínimos, 54,0% moram em residências próprias e 53,0% não recebem auxílio de financeiro através de programas do governo. Quanto à frequência do consumo de alimentos pelos alunos, verificou-se o predomínio do consumo diário de alimentos calóricos e com baixo valor nutritivo, tais como: arroz (92,5%), feijão (61,3%), salgadinhos (24,3%), café com açúcar (47,4%), leite com açúcar (40,5%) e doces (21,9%). Além disso, a maioria das crianças (65,3%) não consome verduras, legumes e hortaliças, tais como: acelga/repolho/couve, chuchu, abóbora, alface, cenoura e mandioquinha. Assim, os dados demonstram que o padrão alimentar dos alunos estudados necessita de ajustes, visando a adequação da dieta para prevenir deficiências nutricionais específicas que repercutem na saúde e no estado nutricional.
CONCLUSÃO:
Pode-se concluir que a monotonia alimentar está presente no grupo estudado, revelando-se uma baixa qualidade alimentar na dieta dessas crianças. Ressalta-se que a oferta de nutrientes deve ser suficiente para atender as necessidades diárias e promover o crescimento adequado. Acredita-se que a baixa renda familiar dos estudantes seja um empecilho ao acesso a alimentos mais saudáveis fazendo com que se opte por uma alimentação de maior saciedade, mas sem o devido valor nutricional. Dessa forma, este trabalho servirá de subsídio para a implementação de ações educativas direcionadas à alimentação das crianças para os seus pais ou responsáveis, visando a promoção e prevenção de doenças. Reforça-se a necessidade de se criar políticas públicas voltadas para a alimentação escolar de forma a rever procedimentos sobre a alimentação infantil nessa faixa etária para atender as necessidades das crianças e de se prevenir a obesidade e de doenças correlacionadas. Além de incentivo aos projetos que incluam novas formas de geração de renda e que envolvam a melhoria no acesso de alimentos.
Palavras-chave: Perfil socioeconômico, Consumo alimentar, Pré-escolares.