64ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal

MARCADOR MOLECULAR EVIDENCIANDO UM COMPLEXO DE ESPÉCIE PARA O GÊNERO Phyllomedusa (ANURA, HYLIDAE) DE OCORRÊNCIA NA APA DO INHAMUM, CAXIAS, MARANHÃO.

Esmeralda Conceição 1 Emerson Damasceno 1 Karla Costa Bezerra 2 Maria Claudene Barros 3 Elmary da Costa Fraga 4

1. Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas/ Bolsista FAPEMA/UEMA/Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA 2. Acadêmica do Programa de Pós-graduação/ mestrado, PRODEMA/TROPEN/UFPI 3. Profa. Dra./Orientadora, Depto. Ciências Biológicas, Laboratório de Genética e Biologia Molecular e Celular-GENBIMOL, Universidade Estadual do Maranhã 4. Prof. Dr/Co-orientador. Depto. Ciências Biológicas, Laboratório de Genética e Biologia Molecular e Celular-GENBIMOL, Universidade Estadual do Maranhão

INTRODUÇÃO:

O gênero Phyllomedusa, pertencente à família Hylidae e ordem anura, possui cerca de 30 espécies com 23 ocorrendo no Brasil e duas no Maranhão (P. hypocondrialis e P. azurea). O gênero apresenta algumas características exclusivas como dedos e artelhos com membranas interdigitais grandemente reduzidas ou ausentes, primeiro artelho mais curto, igual ou mais longo que o segundo; pele lisa ou rugosa, com ou sem osteodermes; íris uniformemente branco-prateada a bronze com reticulações pretas. Embora a taxonomia para este gênero tenha sido revista foi revelada muitas incertezas taxonômicas. Neste sentido além da fundamentação com caracteres morfológicos e bioacústicos fazem-se necessários à utilização de marcadores moleculares como uma ferramenta na resolução da problemática taxonômica. Este trabalho objetivou inferir quanto à ocorrência e distribuição das espécies do gênero Phyllomedusa no cerrado maranhense com base em informações morfológicas e moleculares.

METODOLOGIA:

As coletas dos espécimes ocorreram no cerrado maranhense em uma Área de Preservação Ambiental que está situada a 040 53' 01'' s; 430 24' 09'' w e possui uma área em torno de 4.500 ha. Para tanto utilizou-se o método de amostragem em sítios reprodutivos em córregos e lagoas em duas fitofisionomias: mata de galeria e cerradão em seis pontos estratégicos. As coletas ocorreram das 18:30 às 21:30 horas durante três dias em 12 campanhas mensais no biênio 2011/2012 por quatro observadores, sendo o esforço amostral de 180 horas/observadores. Os espécimes foram levados ao Laboratório de Biologia do CESC/UEMA onde foram fotografados, sacrificados por superdosagem de anestésico e etiquetados. Amostras de tecido muscular foram coletadas e armazenadas em álcool 70% para estudos moleculares. A partir do tecido muscular extraiu-se o DNA utilizando o protocolo de fenol-clorofórmio (Sambrook et al., 2001). Fragmento do gene utilizado foi amplificado através da técnica Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) usando-se primers específicos e visualizado através de gel de agarose, corado com brometo de etídio em um transluminador sob luz UV.

RESULTADOS:

Foram coletados 19 espécimes do gênero Phyllomedusa que pelas características de distribuição que relacionam a espécie a formações abertas do cerrado e morfologia como: faixa branca no lábio superior não atinge a pálpebra inferior e faixa verde na porção distal da perna ocupando toda a extensão da coxa correspondem à espécie P. aff. Azurea. No entanto, apesar de tais caracteres morfológicos serem fortes para a diagnose de P. aff. azurea, os marcadores moleculares corroborando com dados da literatura indicam fortemente a formação de um complexo de espécies. Essas informações evidenciam a importância deste estudo visto informar que os estudos moleculares devem ser aprofundados a fim de inferir quanto às espécies que formam o complexo e de registrar a ocorrência de P. aff. azurea no cerrado maranhense.

CONCLUSÃO:

Os dados moleculares até então registrados somados aos dados morfológicos e de distribuição das espécies que compreende o gênero Phyllomedusa é de tal magnitude que é sugerido um estudo combinando de dados moleculares, com uso do genoma nuclear e mitocondrial, morfológicos, biogeográficos a fim de elucidar quanto às incertezas taxonômicas deste gênero.

Palavras-chave: Taxonomia, P. azurea, cerrado maranhasse.