64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
PREVALÊNCIA DE DISLIPIDEMIA EM PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS PELO PROGRAMA HIPERDIA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM SÃO LUÍS-MA
Antônia Caroline Diniz Brito 1
Denisy Pinto Lima 1
Marcos Thadeu Everton Macedo 1
Michele Bezerra Silva 1
Nayra Anielly Lima Cabral 2
Valdinar Sousa Ribeiro 3
1. Depto.de Ciências Fisiológicas, Curso de Nutrição – UFMA
2. Depto. Saúde Publica – UFMA
3. Prof. Dr./ Orientador - Depto.de Medicina Preventiva e Social – UFMA
INTRODUÇÃO:
Estudos epidemiológicos têm mostrado que os hipertensos apresentam, com maior frequência, perfil lipídico mais desfavorável que a população em geral. Evidências sugerem que a hipercolesterolemia colabora para a progressão da hipertensão arterial (HA) por meio da ativação do sistema renina-angiotensina, da redução da disponibilidade de óxido nítrico e da disfunção endotelial. Pesquisas observacionais demonstraram associação positiva entre níveis de colesterol total e pressão arterial (PA) em pacientes hipertensos. Sabe-se que os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na gênese da HA e da dislipidemia compartilham anormalidades metabólicas comuns, que podem agir sinergicamente ou até mesmo acelerar processo de aterogênese. A hipercolesterolemia pode ter efeito primário nos vasos e tônus vascular, além de promover a disfunção endotelial, também presente de forma incipiente na HA. Assim, a fim de propor estratégias que visem ao controle e/ou a prevenção das complicações cardiovasculares, melhorando, com isso, a qualidade de vida desses indivíduos. O presente estudo objetivou determinar a prevalência de dislipidemias em indivíduos hipertensos atendidos pelo programa Hiperdia em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em São Luís-MA.
METODOLOGIA:
A pesquisa, de caráter descritivo transversal, foi realizada com 36 indivíduos hipertensos cadastrados no programa Hiperdia de uma UBS da cidade de São Luís- MA. A coleta de dados foi realizada durante a consulta de enfermagem do programa, durante os meses de janeiro/fevereiro de 2012. Participaram todos os indivíduos com idade acima de 20 anos com diagnóstico clínico de HA, cadastrados no programa HIPERDIA, que aceitaram fazer o exame sanguíneo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados a partir dos arquivos informatizados de um laboratório de analises clinicas situado na própria unidade. Os critérios utilizados para classificar o perfil lipídico foram os estabelecidos pela III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias (SBC, 2001). A prevalência foi calculada a partir do percentual da anormalidade: triglicerídeos (TG≥ 150mg/dl), colesterol total (CT≥ 200mg/dl), Lipoproteína de baixa densidade(LDL-c ≥ 160mg/dl), Lipoproteína de alta densidade(HDL-c < 40mg/dl para homens e HDL-colesterol < 50mg/dl para mulheres). Para analisar os dados foram utilizados calculadas as prevalências, utilizando Microsoft Office Excel 2007.
RESULTADOS:
Foi avaliado o perfil lipídico de 36 indivíduos adultos e idosos (idade média 58 anos), sendo 11 (30,5%) masculino e 25 (69,4%) feminino. Em apenas 1 (2,7%) indivíduo os valores de TG apresentaram-se acima de 400 mg/dl, portando, neste indivíduo, não foi calculado o LDL-c. Os dados mostraram que as prevalências das dislipidemias no grupo estudado foram: hipertrigliceridemia isolada TG ≥ 150mg/dl (19,4%) sendo (36,3%H e 12% M); colesterol total ≥ 200mg/dl 38,8% T (36,3% H e 40% M); Hipercolesterolemia isolada LDL-colesterol ≥ 160mg/dl 8,3% T (0% H e 12% M) e; HDL-colesterol < 40mg/dl (18,1%) para homens e HDL-colesterol < 50mg/dl (60%) para mulheres. Ao analisar as prevalências das dislipidemias segundo o sexo, constatou-se que os níveis alterados de CT foram maiores nas mulheres; achados semelhantes são apresentados por Pozzanet al. (2005). Houve maior prevalência de baixos níveis de HDL-c no sexo feminino. Geralmente as mulheres apresentam níveis mais elevados de HDL que os homens, é que o estrogênio está associado à altas taxas de HDL. Por isso, apresentam menores índices de doenças cardíacas, (LIBBY, 2002). Nos anos da menopausa os níveis de HDL caem e LDL e TG aumentam o que pode ter acontecido com essa população (idade média 58 anos).
CONCLUSÃO:
As prevalências das alterações lipídicas foram elevadas na população estudada e foram similares as encontradas por trabalhos que utilizaram metodologia semelhante. Sendo assim, um percentual elevado dessa população apresenta alterações lipídicas, um dos fatores de risco, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, para o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas. A presença de dislipidemias nos hipertensos assistidos pelo programa Hiperdia aqui investigados, foi evidente e preocupante, com maior frequência nos indivíduos do sexo feminino. A medida periódica do perfil lipídico juntamente com outros fatores – hipertensão arterial, diabetes mellitos, sedentarismo, obesidade, tabagismo, e história familiar – é de suma importância para que o indivíduo possa avaliar o risco de ter uma doença aterosclerótica. E estes dados, podem ser utilizados para verificar as prevalências das dislipidemias, sendo relevante para subsidiar políticas públicas que orientem a população na prevenção da doença que é a principal causa de morbidade e mortalidade em adultos, a aterosclerose.
Palavras-chave: Dislipidemias, Prevalência, Hipertensão.