64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A IMPORTÂNCIA DAS VIVÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E NA FORMAÇÃO DO SUJEITO ECOLÓGICO
Jaqueline da Silva Melo 1
Olivia de Almeida Machado Coelho 2
Carmen Roselaine de Oliveira Farias 3
Monica Lopes Folena Araújo 4
1. Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco
2. Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco
3. Profa. Orientadora PIBID Biologia - Depto. de Biologia – UFRPE
4. Profa. Coordenadora PIBID Biologia – Depto. De Educação - UFRPE
INTRODUÇÃO:
A educação ambiental no Brasil está normatizada de acordo com a Lei 9.795/99 que, no caput do seu artigo 1º, diz:“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (LEI Nº 9.795, de 27 de Abril de 1999, Art. 1º). Este artigo sugere-nos que o ambiente constitui um bem de uso comum, ou seja, deve cumprir sua função ambiental para o bem de todos. O direito de propriedade, neste sentido, está limitado pelo direito que todos temos à qualidade de vida e sua sustentabilidade. O sonho de ver nossa sociedade construindo e aplicando práticas educativas que não agridam a natureza e formando cidadãos conscientes da necessidade de preservar o planeta, transformando essa sociedade de consumo em uma sociedade sustentável, levou-nos a compartilhar com os alunos da Escola Estadual Lions de Parnamirim dois projetos, visando aguçar a curiosidade, o senso crítico e melhorar as práticas sociais no convívio com o ambiente, além de contribuir para melhorar o aprendizado.
METODOLOGIA:
Os sujeitos deste trabalho compreendem alunos do ensino médio em uma escola da rede pública de ensino localizada no bairro de Dois Irmãos, Recife/PE. Esta escola é parceira do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) desenvolvida na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Este trabalho utilizou metodologia qualitativa (OLIVEIRA, 2005) na constituição e análise dos dados. Foram realizadas duas intervenções que abordaram a educação ambiental, com a participação dos alunos do ensino médio. A “Oficina de futuro” e o “Diagnóstico socioambiental” são práticas que oferecem aos alunos uma reflexão sobre o status quo das relações sociais com o ambiente e buscam apontar as transformações necessárias no sentido de conservar e proteger melhor o ambiente em que vivemos. A oficina de futuro é uma metodologia utilizada pelos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente para constituir os Com-Vida em contextos escolares. Neste trabalho, a Oficina de futuro foi adaptada para realidade local da Escola supracitada. O diagnóstico socioambiental representa uma metodologia de aprendizagem interdisciplinar, que tem o potencial de contextualizar os conteúdos escolares e contribuir para aprendizagem de temáticas ambientais sejam, de fato, construídas pelos participantes.
RESULTADOS:
A primeira intervenção trabalhada foi “Diagnostico socioambiental: instrumento para uma leitura interdisciplinar do ambiente escolar”, onde os alunos foram incentivados a fazer uma leitura da realidade local do ambiente, identificando os problemas e as soluções. A segunda foi a “Oficina de futuro: um Exercício para Educação Ambiental e sustentabilidade”. Esta oficina constitui-se de um conjunto de atividades lúdicas que estimula a reflexão sobre os problemas socioambientais, ajudando a comunidade escolar na organização de suas ideias para a busca de soluções de problemas e promoção da melhoria da qualidade de vida local. Reunidos, aprendem a diagnosticar problemas, refletir desafios, estimular responsabilidades, propor estratégias e exercitar cidadania. Essas vivências corroboram nossa compreensão de que a educação ambiental é fundamental na escola. Não se trata de buscar somente mudanças comportamentais, mas de ajudar os alunos a desenvolverem sensibilidades com relação ao ambiente em que vivem, a fim de melhor proteger o espaço comum e aumentar a qualidade de vida de todos.
CONCLUSÃO:
As vivências aqui relatadas tiveram por objetivo principal contribuir para a formação de sujeitos ecológicos aptos a compreender o ambiente em que vivem e agir nele de forma sustentável. Para isso, apostamos em conhecimentos, procedimentos e atitudes voltados à leitura interdisciplinar da realidade ambiental, interpretação e compreensão das relações sociais com o ambiente. No horizonte de nossa proposta, buscamos ampliar os sentidos comumente atribuídos ao ambiente, sem reduzi-lo ao conceito biológico, mas correlacionando com a complexidade das questões sociais e ambientais que se constituem dentro da escola.
Palavras-chave: Educação ambiental, Sujeito Ecológico, Prática docente.