64ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 2. Engenharia Biomédica
TERMOBASE PARA AUXÌLIO DA ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE SUBMETIDO À CIRURGIA BARIÁTRICA
RAFAEL CARNEIRO GURGEL FERNANDES 1
FERNANDO SOBREIRA 2
1. Autor - Centro de Ciências Tenológicas - UNIFOR
2. Prof / Coordenador / Orientador -Centro de Ciências Tenológicas - UNIFOR
INTRODUÇÃO:
O período correspondente ao primeiro mês do pós-operatório é crítico para o sucesso da cirurgia, pois havendo a ingestão de alimentos sólidos, por parte do paciente, o mesmo pode contrair uma infecção que pode levar a morte. A alimentação do paciente no primeiro mês após a cirurgia deve ser integralmente líquida devido ao estômago e intestino estarem suturados. Geralmente no decorrer do dia o paciente deve tomar 2 litros de alimentos, considerando um homem adulto mediano. A ingestão do líquido no intervalo e quantidade determinados deve ocorrer entre três e cinco pequenos goles, garantindo que o paciente não force as áreas que estão sensíveis do estômago e intestino, além de condicionar o paciente a fazer as refeições em um ritmo devagar para que o sabor dos alimentos seja sentido assim como a sensação de saciedade com uma quantidade menor de comida do que o de costume.
Pensando nessa situação o seguinte trabalho propõe a utilização de um protótipo que se encontra em fase experimental e que visa o resfriamento ou aquecimento dos pequenos copos a serem ingeridos pelo paciente. O protótipo conta também com um sistema de lembrete com alarme sonoro configurável, facilitando o processo de ingestão programada na transição de alimentos partindo dos líquidos até os sólidos.
METODOLOGIA:
A TERMOBASE é composta por uma pastilha formada por um termopar. Em uma das faces da pastilha foi aplicada uma pasta condutora térmica à base de prata melhorando a troca térmica entre a pastilha e o dissipador de alumínio que por sua vez tem acoplado um pequeno ventilador que acelera a ajuda na troca térmica. Apoios compostos por alumínio e massa plástica compõem um dos lados da sustentação do equipamento, o outro lado é apoiado por um porta-garrafas que está parafusado ao dissipador. Conta também com uma pequena lâmpada que serve para iluminar o equipamento e um pequeno copo de alumínio que deve ser usado em contato com a base térmica, permitindo uma melhor condução térmica entre a base e o líquido.
A pastilha de Peltier é projetada para atuar sobre o efeito Peltier, que consiste na produção de um gradiente de temperatura em duas junções de dois condutores ou semicondutores de composição distintas, quando submetidos a uma tensão elétrica em um circuito fechado. Conhecido também como força eletromotriz de Peltier que é o inverso do efeito Seebeck sendo este o princípio do funcionamento dos sensores de temperatura do tipo termopar, onde ocorre uma diferença de potencial na presença de uma diferença de temperatura em um circuito semelhante dando origem ao efeito termoelétrico.
RESULTADOS:
O projeto provou ser bastante útil segundo a opinião de três pacientes submetidos ao processo cirúrgico de redução de estômago, todavia a miniaturização do circuito eletrônico e uma engenharia de produto mais adequada são características que devem agregar mais valor ao projeto. Por se tratar de um projeto fabricado de forma artesanal as confecções de algumas peças não foram possíveis, como por exemplo, um suporte isolante térmico para envolver a caneca, evitando uma perda de energia térmica convertida pela TERMOBASE.
A eficiência de conversão térmica da pastilha utilizada no protótipo é de aproximadamente 50%, uma eficiência razoável, mas que pode melhorar com a obtenção de pastilhas mais modernas. Utilizar o sistema por mais de duas horas por meio de baterias seladas torna-se quase que inviável devido a seu peso e volume elevados.
Com a passagem da fase da alimentação líquida, o proprietário do sistema pode utilizar a base para resfriar latas de vários tipos de bebidas, ou ainda esquentar suas refeições sólidas as envolvendo em papel alumínio para distribuir o calor uniformemente, mantendo a TERMOBASE útil no dia-a-dia.
CONCLUSÃO:
Nos casos de obesidade mórbida em que a intervenção cirúrgica é necessária, várias ferramentas e técnicas complementam e auxiliam o pós-operatório, reforçando o acompanhamento psicológico e ajudando o paciente a manter-se no plano de conduta do pós-operatório. Dessa forma, a TERMOBASE ajuda a diminuir o desconforto do paciente em tomar líquidos em temperaturas indesejadas, levando em conta a necessidade de ingestão dos mesmos.
A ingestão de líquidos na temperatura que agrada ao usuário, o estimula a manter a rigorosa dieta, como proposto pelo projeto da TERMOBASE, a mesma fornece sucos, água, água de coco e leite desnatado sempre gelado a gosto, e aquece os caldos e sopas que correspondem às refeições principais. Serve ainda como monitor de hidratação e lembra o usuário a hora da próxima bebida.
Palavras-chave: Redução de estômago, Termodinamica, Peltier.