64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre |
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DE UMA ÁREA ÚMIDA URBANA (BURITIZAL – Mauritia flexuosa L.f.) EM JI-PARANÁ, ESTADO DE RONDÔNIA. |
Pablo Amâncio dos Santos 1 Gilmar Alves Lima Júnior 2 |
1. Aluno/bolsista – IFRO 2. Prof. Mestre/Orientador – IFRO |
INTRODUÇÃO: |
Com o “desenvolvimento” das nossas cidades pode ocorrer importantes alterações, como possíveis mudanças no sistema de drenagem local, principalmente a partir da construção de prédios, em substituição das casas e seus quintais e a fragmentos urbanos. Nas regiões onde os processos de fragmentação se iniciaram há décadas, perturbações antrópicas constantes representam importante ameaça à biodiversidade. Nessa perspectiva, os “habitats” fragmentados devem corresponder à situação-padrão no futuro, sendo necessária a caracterização ambiental da área, buscando traçar linhas de ação ou tomadas de decisões para prevenir, controlar e corrigir problemas existentes, como a erosão e a perda da diversidade biológica. Buscando diminuir a distância entre os dados ecológicos e/ou ambientais e a maior parte da população, aumentando a acessibilidade, esse estudo objetivo coletar e utilizar a informática como ferramenta para divulgação dados ambientais de um buritizal na região urbana de Ji-Paraná. |
METODOLOGIA: |
A área de estudo localiza-se no município de Ji-Paraná. A fitofisionomia foi determinada como uma vegetação com influência fluvial, popularmente conhecida como buritizal, caracterizada pela dominância de Mauritia flexuosa, constituindo uma Área de Preservação Permanente (APP) e um dos fragmentos de vegetação urbana do município. Além da revisão bibliográfica, foram realizadas visitas in loco, através de uma amostragem pontual (PO – Ponto de Observação), de acordo com a metodologia de AER (Avaliação Ecológica Rápida). Nos pontos de observação foram identificados os espécimes num raio de 20m, numa varredura de 360º em torno do ponto. Um protocolo de caracterização da vegetação foi preenchido na amostragem das unidades de paisagem com dados referentes à altura média e representatividade dos estratos herbáceos, arbustivo e arbóreo; posição sucessional da comunidade; proporção de cobertura do solo pelas copas; presença e altura da serrapilheira; formas de vida predominantes; lista de espécies mais frequentes no estrato arbóreo; sinais de antropização e evidências referentes à inundação periódica. O registro fotográfico foi utilizado para confecção de um álbum digital que também fora divulgado no blog. |
RESULTADOS: |
A vegetação é composta de três estratos, arbóreo, arbustivo e herbáceo. Não ocorrem pontos de solo descoberto, o relevo apresentou declividade suave de 25%. A profundidade da camada de serapilheira variou entre 10cm no interior da área e é inexistente na borda. O estrato arbóreo possui de 6 a 15 metros de altura com densidade pouco aberta e dominância da espécie Mauritia flexuosa L., a estacionalidade é sempre-verde. A densidade da cobertura é média e com abundante presença clareiras na área. No estrato arbustivo temos uma faixa de 1 a 2 metros de altura densa e uma faixa vertical de 2 a 5 metros de altura com densidade muito aberta (pouco densa). A dominância no estrato arbustivo é da espécie Casearia sp. O estrato herbáceo se destaca a cobertura do solo por pteridófitas. A comunidade é de tamanho muito pequeno e apresentou estado de conservação variando entre ruim (invasão e aterramento para construção civil), médio (com trilhas de pescadores amadores) e bom (sem evidências de perturbação recente). A partir da análise dos indicadores biofísicos apresentados na área está sobre alto impacto ambiental. Não foram visualizados troncos queimados, porém há evidências de perturbações com o habitat ao redor degradado devido à expansão imobiliária. |
CONCLUSÃO: |
O buritizal possui importância ecológica, hidrológica, paisagística e social, já que pequenas comunidades de pequenos agricultores exploram sustentavelmente a palmeira buriti e outros recursos provenientes do buritizal. Na área urbana de Ji-Paraná, os buritizais apresentam indícios de impactos ambientais, de origem antrópica. Por se tratar de uma área úmida é importante na manutenção, perenidade e regularidade das nascentes e demais corpos d’água. De acordo com a legislação os buritizais são reservas ecológicas de preservação permanente, protegidas por lei, embora seja necessário maior conhecimento da dinâmica dos buritizais. Apesar de a lei ser clara em relação à proteção de APP pode se constatar que não está sendo cumprida a legislação ambiental nos buritizais de Ji-Paraná, isso devido à falta de fiscalização. Uma forma de reverter a atual situação do buritizal seria a conscientização e sensibilização das populações que vivem ao entorno do local e investir na fiscalização destas áreas. |
Palavras-chave: RONDÔNIA, INDICADORES AMBIENTAIS, ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. |