64ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

A NECESSIDADE DE FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO PARA DEFICIENTE

Ariadiny Cândido Morais 1 Leonardo Teixeira Dias 2 Simone Pires Monteiro 3 Teresinha Emília Gonçalves Soares 4 Dulce Barros de Almeida 5

1. Escola Municipal Zevera Andrea Vecci / SME - Goiânia 2. Centro de Educação Especial Helena Antipoff / APAE – Goiânia 3. Faculdade de Educação - UFG 4. Faculdade de Educação - UFG 5. Profª. Drª./Orientadora – Depto. De Educação – UFG

INTRODUÇÃO:

Este trabalho se propôs uma análise crítico-reflexivo sobre a necessidade da formação docente abordar o trabalho com crianças que tem necessidades específicas*, uma vez que em nossa instituição o curso é concluído por grande parte das pedagogas (aproximadamente 80%) sem abordar especificamente a problemática da educação inclusiva e/ou a educação voltada exclusivamente para a educação de deficientes. Partimos das observações e vivencias da realidade educacional da escola campo e da vivência cotidiana em nossa faculdade. Tivemos como objetivo: observar e analisar a formação destinada aos estagiários voltados para os campos de estágio tradicionais (creches e CEMEIS) e em uma escola para crianças que nasceram com deficiência*. A relevância deste trabalho realizado no ano de 2011 está em por a questão da pouca formação dos pedagogos para com a educação de deficientes e estender um novo olhar que garanta as crianças com deficiência o direito às conquistas culturais e sociais por meio de uma formação qualificada proporcionada por seus educadores. (* os termos utilizados são baseados no Manual de Redação: Mídia Inclusiva).

METODOLOGIA:

O trabalho foi desenvolvido por meio de entrevistas, observações participantes que contaram com registros, problematizações e análises da prática docente cotidiana em nossa instituição formadora e na instituição de Educação Infantil voltada à criança deficiente. O trabalho desenvolvido contemplou as seguintes fases: Apreensão da realidade do curso de pedagogia por meio da matriz curricular e da ementa das disciplinas e do curso de Pedagogia, entrevistas orais com as graduandas do último período do curso que estavam vinculadas a educação “regular” e a educação “especial” no estágio – objetivando a compreensão, descrição e análise do problema posto.

RESULTADOS:

Após as entrevistas e análises observamos que há interesse por parte dos alunos em abordar o tema da educação para criança com deficiência (cerca de 60%), pois em suas práticas escolares muitos se deparam com crianças com necessidades específicas nas séries regulares, tendo dificuldade de trabalhar com as mesmas, estudam e pesquisam de modo solitário para melhorar suas práticas; há uma parcela dos graduandos entrevistados que se posicionaram de modo indiferente (cerca de 10%) e aqueles que não se interessam pela discussão (cerca de 30%). A disciplina de estágio aconteceu nas terças feiras pela manhã com 22 entradas na escola campo, presença nos eventos escolares, 8 encontros para discussão teórica com o orientador o que nos possibilitou vivenciar e exercer o papel de educador. Em nosso seminário de estágio, pudemos questionar e discutir com os professores (90% dos docentes de estágio participaram do seminário) sobre a pouca formação e a falta de oferta de campo de estágio com relação ao trabalho com crianças deficientes. Haja vista, a oferta não ser anual e a única docente dedicação exclusiva se aposentou em 2012.

CONCLUSÃO:

Concluímos que há uma real e urgente necessidade de formação de professores voltada para a educação de pessoas com deficiência, uma vez que em todos os campos sociais há a presença das mesmas. Com a obrigatoriedade da educação inclusiva nas escolas, reforça-se a necessidade dessa formação nos cursos de licenciatura, haja vista que as instituições exclusivas para pessoas com deficiência tendem a diminuir e a concepção de exclusão caminha para a superação. Acreditamos que a universidade não pode se manter fora dessa formação e discussão, pois tem em seu papel a formação integral do sujeito para que este possa contribuir e exercer uma prática transformadora em seu meio social. Considerando como um dos aspectos relevantes à formação do professor para a promoção do desenvolvimento de todas as crianças a construção e ampliação de seus conhecimentos e habilidades, mais próxima à sociedade estará de uma educação para a cidadania e para o convívio com as diferenças.

Palavras-chave: Formação docente, Criança com deficiência, Educação inclusiva.