64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
Resistência natural e colorimetria de Marupá (Simarouba amara) e Eucalyptus grandis submetidas ao ataque de fungos apodrecedores.
Ana Carolina Salgado de Freitas 1
Alexandre Florian da Costa 2
Alencar Garlet 3
1. Eng. -Depto de Engenharia Florestal - UNB
2. Prof. Dr./ Orientador - Departamento de Engenharia Florestal - UNB
3. Eng. Pesquisador -Laboratório de Produtos Florestais - SFB
INTRODUÇÃO:
O conhecimento da resistência natural da madeira é de suma importância para que se possa recomendar um emprego mais adequado, evitando gastos desnecessários e reduzindo impactos sobre florestas remanescentes. Outra importante propriedade é a cor que é utilizada na identificação de espécies. A ação de organismos xilófagos, em especial os fungos, causa alterações nos diferentes parâmetros colorimétricos da madeira. O emprego da colorimetria quantitativa vem sendo amplamente utilizada para definir parâmetros para identificação de espécies e indicações para usos finais da madeira.O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resistência natural de duas espécies de madeiras: Marupá (Simarouba amara) e Eucalyptus grandis submetidas ao ataque dos fungos Trametes versicolor (podridão parda) e Gloeophyllum trabeum (podridão parda); em condições de laboratório
METODOLOGIA:
Foram confeccionados 160 corpos de prova, sendo 80 para cada espécie de madeira, distribuídas 40 amostras para cada um dos fungos. Os fungos foram obtidos a partir da repicagem de colônias puras mantidas em laboratório. Como substrato foi utilizado latossolo vermelho com pH corrigido. Cada vidro recebeu uma placa suporte de madeira nas dimensões de 0,3 x 2,9 x 3,5cm de alburno, servindo de substrato. Os corpos-de-prova foram expostos a culturas puras de cada espécie de fungo apodrecedor, no interior de frascos de vidro, por um período de 16 semanas. A resistência ao apodrecimento foi determinada pela perda de massa ocorrida durante o período de exposição ao ataque dos fungos. Ao contrário do que recomenda a norma ASTM D 2017 (2005) serão realizadas 4 verificações durante o período de ataque dos fungos para uma melhor compreensão do processo de ataque. A análise colorimétrica realizada nos mesmos quatro momentos acima indicados.
RESULTADOS:
"O valor médio da massa especifica encontrado para o marupá foi de 0,45 g/cm³ e 0,46 g/cm³ para o eucalipto. As duas madeiras foram classificadas como leve
No ensaio acelerado de ataque de fungo no eucalipto foi possível reparar que houve uma crescente perda de massa até a 12ª(29,78%). Já para o Gloeophyllum não houve diferença significativa entre nenhuma semana analisada e não foi possível verificar uma tendência. Perda de massa para a 16ª semana (6,57%).
No caso do marupá para ambos os fungos a análise estatística mostra que só não houve diferença significativa entre a 12ª e a 16ª semana. Ou seja, existe uma tendência de perda de massa crescente. No fungo da podridão branca encontramos os valores 4ª (17,46%), 8ª (35,86%) e 12ª (51,72%) e para a podridão parda 4ª (30,14%), 8ª (44,30) e 12ª (54,83%).
Já na colorimetria encontramos o ΔE (parâmetro que considera a variação dos parâmetros L*,a*,b*) classificado para todas as semanas e para ambas as espécies como bastante apreciado.
"
CONCLUSÃO:
"A madeira do marupá mostrou-se não resistente ao ataque dos fungos Gloeophyllum trabeum (podridão parda) e Trametes versicolor (podridão branca). A madeira de eucalipto foi considerada altamente resistente ao ataque do Gloeophyllum trabeum e moderadamente resistente ao Trametes versicolor. Ambas as espécies apresentaram-se mais escurar após o ataque dos fungos.
De uma forma geral, nos resultados do eucalipto não foi possível analisar um tendência nem na perda de massa e tampouco na colorimetria. Já o marupá apresentou uma perda de massa crescente para os dois fungos, assim foi possível concluir que não se faz necessário a continuação do experimento ate a 16ª já que não houve diferença significativa entre a 12ª e 16ª semana. Na colorimetria assim como no eucalipto não foi possível observar uma tendência dos parâmetros e somente podemos concluir que houve uma variação muito apreciável entre os corpos de prova antes e após o ataque dos fungos.
"
Palavras-chave: Biodeterioração, Resistência Natural, Colorimetria.