64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas
CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES SOBRE DST/HIV/AIDS E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS FRENTE A OFICINAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Adna de Araújo Silva 1
Agnes Caroline Souza Pinto 1
Clarice da Silva Neves 1
Selma Antunes Nunes Diniz 2
Francisco José Maia Pinto 2
Patrícia Neyva da Costa Pinheiro 3
1. Departamento de Enfermagem - Universidade Federal do Ceará - UFC
2. Centro de Ciências da Saúde - Universidade Estadual do Ceará - UECE
3. Orientadora/Departamento de Enfermagem - Universidade Federal do Ceará – UFC
INTRODUÇÃO:
As doenças sexualmente transmissíveis (DST), o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da imuno-deficiência adquirida (AIDS) constituem significativos problemas de saúde pública. Qualquer pessoa sexualmente ativa pode adquirir DST/HIV/AIDS. Entretanto, o adolescente é considerado um sujeito bastante vulnerável. No Brasil, estima-se que, a cada ano, quatro milhões de jovens tornam-se sexualmente ativos e que ocorra cerca de 12 milhões de DST ao ano, das quais um terço se dá em indivíduos com menos de 25 anos. Com relação ao HIV, mais da metade das novas infecções que ocorrem na atualidade afeta jovens de 15 a 24 anos de idade, ressaltando-se que o número de casos, na faixa etária de 13 a 19 anos, vem crescendo desde o início da epidemia. Já a gravidez na adolescência, tem constituído uma preocupação de saúde pública, podendo levar a efeitos negativos na saúde da mulher e na sua inserção no mercado de trabalho, refletindo, desta forma, no seu crescimento pessoal e profissional. Ante o exposto, objetivou-se avaliar o conhecimento de adolescentes sobre DST/HIV/AIDS e sobre métodos contraceptivos antes e após a realização de duas oficinas educativas sobre o tema, como estratégia para prevenção de DST/HIV/AIDS e gravidez na adolescência.
METODOLOGIA:
Pesquisa-ação, na qual promoveu-se duas oficinas educativas com 21 adolescentes de uma escola pública de Fortaleza-Ceará, entre os meses de setembro e outubro de 2011. Cada oficina teve a duração de aproximadamente duas horas e foram aplicadas por enfermeiros e estudantes de graduação em enfermagem, integrantes do grupo de pesquisa AIDS: Educação e Prevenção, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os instrumentos e as técnicas utilizadas para a coleta das informações foram: a observação participante e a aplicação de questionários. As oficinas educativas foram constituídas das etapas a seguir: aplicação de questionário sobre conhecimento dos temas pré-oficina; discussão grupal, compartilhada e participativa sobre os temas, e aplicação de questionário sobre conhecimento dos temas pós-oficina.
RESULTADOS:
Os resultados apontaram que houve ampliação do conhecimento dos adolescentes após as intervenções. Os alunos demonstraram conhecer melhor, no segundo momento, os métodos para prevenção de DST/HIV/AIDS, bem como desmistificaram mitos e tabus sobre o tema, mais especificamente que: o vírus da AIDS não pode ser transmitido por abraços, beijos no rosto, beber no mesmo copo; a AIDS não é uma doença que ocorre somente em homossexuais, prostitutas e usuários de drogas; o compartilhamento de seringas e agulhas transmite a AIDS e ter uma relação sexual desprotegida, uma única vez, pode trasnsmitir DST e o vírus HIV. Também demonstraram conhecer um maior número de métodos contraceptivos, no segundo momento, e como usá-los de maneira correta, como o DIU, o diafragma, a injeção hormonal, a tabelinha, a laqueadura tubária, entre outros. Por fim, refletiram sobre os problemas que a gravidez na adolescência pode trazer e sobre a importância do sexo seguro, com camisinha.
CONCLUSÃO:
As oficinas propiciaram um ambiente favorável para ampliação do conhecimento dos adolescentes sobre DST/HIV/AIDS e métodos contraceptivos, além de discussão de mudanças de atitude pelos adolescentes por meio da informação, reflexão e expressão de idéias e sentimentos. A escola demonstrou ser um ambiente privilegiado para a prática de educação em saúde com adolescentes e a parceria entre escola e profissionais de saúde, notadamente o enfermeiro, pode contribuir para o empoderamento desses indivíduos na realização de medidas preventivas e, consequentemente, na efetivação de ações que possibilitem a redução da vulnerabilidade desses adolescentes às DST/HIV/AIDS e à gravidez não planejada.
Palavras-chave: Adolescente, Educação em Saúde, Doenças Sexualmente Transmissíveis.