64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
INFLUÊNCIA DOS SAIS DO MEIO NUTRITIVO “MS” NO CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE Derris urucu
Diego da Costa Pinheiro 1,2
Lucilene Rodrigues dos Santos 1,2
Addison Breno Silva da Conceição 3
Verônica Queiroz Mendes 1,2
Jhonatan Valente Lima 1,2
Heráclito Eugenio Oliveira da Conceição 1,2,4
1. Setor de Produção Vegetal / UFRA-UDCP
2. Universidade Federal Rural da Amozonia-Unidade Descentralizada de Capitao Poço
3. Laboratório de Biologia Celular da ANEO
4. Prof. Dr./Orientador – Setor de Produção Vegetal / UFRA-UDCP
INTRODUÇÃO:
Os minerais são o grupo de nutrientes mais importantes após a fonte de carboidratos, para o desenvolvimento in vitro. O meio nutritivo mais popular é o ´MS´ de Murashige e Skoog (1962), justamente porque a maioria das espécies vegetais reage favoravelmente. Entretanto, o meio nutritivo nem sempre é favorável para o desenvolvimento dos explantes comumente usados nas técnicas de cultura de tecidos, devido a alta composição dos sais minerais.
Segundo Caldas, Haridasan e Ferreira (1998), os meios nutritivos utilizados para a cultura de células, tecidos e órgãos de plantas fornecem as substâncias essenciais para o crescimento dos tecidos e controlam, em parte, o padrão de desenvolvimento in vitro. As mesmas vias bioquímicas e metabólicas básicas que funcionam nas plantas são conservadas nas células cultivadas in vitro, embora alguns processos, como a fotossíntese, possa ser inativada pelas condições de cultivo e pelo estado de diferenciação das células. Por isso, os meios nutritivos se baseiam nas exigências das plantas quanto aos nutrientes minerais, com modificações para atender às necessidade específicas in vitro. Desta forma, considerou-se importante neste trabalho avaliar os efeitos de concentrações do, sais do meio nutritivo ´MS´ sobre o crescimento de plântulas de Derris urucu.
METODOLOGIA:
O trabalho foi conduzido no laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais. Sementes de D. urucu, foram desinfestadas em etanol 70% durante 60 segundos. Depois, em hipoclorito de sódio a 60% por 15 minutos. Em condições de câmara de fluxo laminar horizontal, as sementes foram lavadas três vezes com água destilada autoclavada e, inoculadas em meio básico ´MS´, variando-se as concentrações dos sais dos macro e micronutrientes de ´MS´ em 1/1; ½; ¼; 1/8 e 1/16, sem regulador de crescimento. Os meios de cultura foram solidificados com 0,7% de ágar e pH ajustado para 5,7±0,1. Os tratamentos foram mantidos em sala de crescimento durante 35 dias, sob irradiância de 25 µmol.m-2.s-1, temperatura e umidade relativa do ar de 26±1ºC e 70±5%, respectivamente, e fotoperíodo de 16 h.
Foi avaliado o número de folhas (NF), o comprimento do caule (CC), e as massas de matéria fresca da raiz (MFR), do caule (MFC) e da folha (MFF) aos 12, 24 e 35 dias de cultivo in vitro (DCIV). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 3 (5 concentrações dos sais de ´MS´ e 3 épocas de avaliação – DCIV), com 6 repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando o programa Sanest (ZONTA; MACHADO, 1991).
RESULTADOS:
Verificou-se para todas variáveis de respostas estudadas que, os meios de cultura (M), os dias de cultivo in vitro (DCIV) e a interação M*DCIV tiveram efeitos significativos (p<0,01), com exceção do NF que só foi significativo para o fator M.
Para CC, o desdobramento da interação mostrou que essa variável apresentou um crescimento maior e significativo aos 24 e 35 DCIV e teve um comportamento quadrático. Com relação a MFR, o desdobramento da interação apresentou um crescimento variado e significativo, com baixas correlações aos 12 e 35 DCIV e comportamento quadrático. A MFC apresentou um crescimento linear significativo aos 12 DCIV, e quadrático significativo aos 24 e 35 DCIV. A MFF seguiu o mesmo comportamento da MFR.
Em geral, o crescimento de plântulas de D. urucu, em condições de cultivo in vitro, durante 12, 24 e 35 DCIV, em cinco variações das concentrações dos sais dos macro e micronutrientes do meio nutritivo ´MS´, apresentou comportamento variado para as variáveis avaliadas. Os valores mais expressivos foram obtidos aos 35 DCIV, porém, por meio do CC, MFR, MFC e MFF, verificou-se uma redução de crescimento de D. urucu nos tratamentos formulados com as concentrações dos sais dos macro e micronutrientes do meio nutritivo ´MS´ inferiores a 50%.
CONCLUSÃO:
A resposta mais eficiente de crescimento de plântulas de D. urucu, em condições de cultivo in vitro, é proporcionada pela formulação constituída com 50% dos sais dos macro e micronutrientes do meio nutritivo ´MS´.
Palavras-chave: Desenvolvimento, Timbó vermelho, Matéria fresca.